A
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) desde 1964 propõe um
tema como estudo e reflexão para serem avaliado no inicio da quaresma.
Nesta quarta-feira dia 22, a Igreja apresenta mais uma temática que
trata sobre a “Fraternidade e a Saúde pública” e como lema; “que a saúde
se difunda sobre a terra (cf Eclo 38,8). E seu objetivo é de “refletir
sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável
suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção dos
enfermos e mobilizar por melhoria no sistema público de saúde.”
O
panorama atual da saúde no Brasil tem sido alvo de muitas críticas.
Mesmo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) tendo constatado
uma satisfação entre os usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) em
2010, o País está longe de dar atenção ao sistema de saúde pública. Para
ser uma idéia, enquanto os países considerados de primeiro mundo em
2008 gastaram em média 6,7% do PIB, o Brasil gastou apenas 3,24%, nem
mesmo a CPMF fez surtir benefícios de melhoramentos no período da sua
vigência até 2007.
A carta dos
direitos dos usuários de saúde publicada em 14/08/2009 no seu artigo 4º
afirma: “Todos tem direito ao atendimento humanizado e acolhedor,
realizado por profissionais qualificados, em ambiente limpo confortável e
acessível a todos.” A CF 2012 trás como pano de fundo o retrato do
descaso humano, da humilhação e penúria dos quase 150 milhões de
brasileiros que necessitam serem atendido pelo SUS. Longas filas, falta
de médicos, infra-estrutura prejudicada (faltas de leitos, atendimentos
nos corredores, superlotação nas unidades de urgências, consultas
médicas, procedimentos cirúrgicos, vagas nas UTI`s) e carência de
políticas pública efetivas. É o gargalo que sufocam a saúde pública no
País.
Para os brasileiros que
optaram pelo plano de saúde privado, não se iludam. Somados os planos
privados que atende cerca de 48 milhões de pessoas e poderíamos dizer
que a maioria tornou-se um SUS melhorado. Por que nem todo plano cobre
alguns procedimentos cirúrgicos e demais exames. Isso faz com que o
paciente recorra ao SUS e assim vai.
Parafraseando Paulo Freire quando diz: “ninguém educa ninguém, nos
educamos em comunhão.” Leva-nos a uma profunda reflexão à luz do
evangelho da parábola do Bom Samaritano. (Lc 10,29-37) J.Paulo II na sua
(carta Apostólica Salviviti Doloris,29) diz que “esta parábola, em si
mesma exprime uma verdade profundamente cristã e, ao mesmo tempo,
muitíssimo humano universalmente. Não é sem motivo que esta mesma
linguagem corrente se designa obra do bom samaritano a qualquer
atividade em favor dos homens.” Isto nos faz refletir a comunhão em
relação aos irmãos que sofrem, e tornar-se um grande desafio à ação
evangelizadora (DGAE) junto a estas pessoas que estão marcados com as
chagas da enfermidade sem poderem ser atendido com dignidade.
O
principio da participação no âmbito da Família, do Estado e da Igreja,
mesmo nas suas funções distintas, se completam no processo de tratamento
de seus membros adoecidos. O mesmo documento diz que; “A Igreja no
Brasil sabe que nossos povos não querem andar pelas sombras da morte.
Tem sede de vida e felicidade em Cristo. Por isso, proclama com vigor
que as condições de vida de muitos abandonados, excluídos e ignorados em
sua miséria e dor, contradizem o projeto do Pai e desafiam os
discípulos missionários a maior compromisso a favor da cultura da vida.”
A
CF/ 2012 não deve esgotar-se com o termino da quaresma, mas que possa
ser aprofundada, refletida e avaliada pelo povo, sobre tudo a comunidade
católica durante todo o ano de 2012.
Roberto Inocêncio de Araújo
Bacharel em Teologia.
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