“Conceberás e darás à luz um filho…”
Começamos este artigo com uma pergunta: Existe coisa melhor no mundo do que o amor de mãe?
Para muitos não existe nada igual. Nem
todo petróleo do mundo compraria o carinho, a ternura, a comida, o colo,
o olhar, o cheiro, a lembrança e o amor de uma mãe. No entanto, para
outros este amor é um mito, uma construção social.
Por volta dos anos 60 e 70, teve
iníciou, na Europa e no continente norte-americano, uma onda de
desconstrução da maternidade disseminada pelo feminismo radical. Segundo
pensadoras como Simone Beauvoir e Betty Friedan, consideradas as mães –
que ironia – deste feminismo, a maternidade, o cuidado com o lar, com
os filhos e maridos são verdadeiras “ameaças” para a identidade da
mulher.
Aos poucos, essa mentalidade foi tomando
espaço não só na cultura, mas, principalmente, na mentalidade das
mulheres. Nasceram os métodos contraceptivos, caiu a taxa da natalidade e
cresceram os números de abortos; em muitos lugares, inclusive, com o
apoio e a legislação do Estado. Resultado: o ser mãe se transformou – para muitas mulheres – numa “ameaça” à liberdade e identidade delas.
No entanto, começamos a perceber, no
mundo, os tristes frutos desse pensamento. A Europa já começa a receber o
título de ‘continente de velhos’. Sem mão de obra jovem para produzir,
os Governos não conseguem arcar com as despesas da Previdência Social,
ou seja, não existem jovens para pagar a aposentadoria dos velhos.
Mas, vem cá: toda mulher precisa ser mãe? O futuro da humanidade passa por esta vocação?
“João Paulo II, na carta Mulieres Dignitatem,
vai dizer que a mulher tem como vocação a maternidade, física ou
espiritual, ou seja, a mulher foi feita para amar, para dar a vida”, diz
a cofundadora e formadora geral da Comunidade Shalom, Emmir Nogueira.
“Se a sociedade começar a enxergar a maternidade como um peso, nós vamos estar condenadas ao egoísmo.”
Segundo Emmir, a maternidade foi se
tornando, na mentalidade contemporânea, um peso. “Se a sociedade começar
a enxergar a maternidade como um peso, nós estaremos condenadas ao
egoísmo, à prisão do fechamento e do não amor”, diz a missionária.
“Ser mãe é um profundíssimo dom de si
(mulher). Na maternidade, a mulher vai se doar, pelo resto da vida, ao
cuidado, à preocupação da educação e formação”, conclui Emmir.
Segundo João Paulo II, “a maternidade
comporta uma comunhão especial com o mistério da vida que amadurece no
seio da mulher; a mãe admira este mistério e, com intuição singular,
‘compreende’ o que vai se formando dentro dela”.
Essa maternidade, essência da
identidade feminina, não está encerrada num “determinismo biológico”
como se a mulher servisse apenas para “dar à luz” – muitos, inclusive e
erroneamente, dizem que este é o pensamento da Igreja a respeito da
mulher –, mas, antes de tudo, a sua capacidade de gerar vida, biológica e
espiritual, por meio do amor.
Quantos testemunhos de mulheres
realizadas profundamente pela adoção de uma criança! Mães que não geram a
vida no seu ventre, mas já a possuem, por natureza, no coração. Aqui
fica um maravilhoso testemunho de que mãe não é apenas quem gera a vida
biológica, mas quem cuida, educa e ama.
Uma outra forma deste dom materno se
manifestar no mundo é o que João Paulo II chamou de “maternidade segundo
o espírito”, ou seja, a virgindade consagrada. O próprio Pontífice
disse que “a maternidade espiritual reveste-se de múltiplas formas.
Na vida das mulheres consagradas que vivem, por exemplo, segundo o
carisma e as regras dos diversos institutos de caráter apostólico, ela
poderá exprimir-se como solicitude pelos homens, especialmente pelos
mais necessitados: os doentes, os deficientes físicos, os abandonados,
os órfãos, os idosos, as crianças, a juventude, os encarcerados, e, em
geral, os marginalizados. Uma mulher consagrada reencontra, desse modo, o
Esposo”.
Concluímos que qualquer tentativa de
eliminar a maternidade e o amor materno na mulher seria um desastre não
só para o sexo feminino, mas, antes de tudo, para a humanidade. Se o
amor materno é um mito, a mulher também o é, pois sua vocação, missão e
realização, ou seja, todo o seu ser, está em doar-se ao mundo num belo,
fecundo e genuíno amor de mãe.
“…e Maria disse: ‘Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a Tua Palavra”
Um Feliz Dia das Mães!!!