Quisera existir escola para pais, a paternidade é construída ao longo da vida
“O que move o meu interesse pelo mundo é a experiência de estar nele.
Ser pai foi muito importante para mim e nutre o meu trabalho.” (Vik
Muniz – Revista Azull, pp. 127)
Para aqueles pais que acreditam que sua
função é de extrema importância na vida do filho, a paternidade é
iniciada desde o momento em que decidiu ser pai ou quando recebeu essa
confirmação. Com origem do latim pater, o pai é representado
como genitor de uma pessoa. Ele não precisa ser, essencialmente, o pai
biológico, mas adotivo ou de criação, que não deixa de ser pai. A
paternidade é definida pela grandeza da função que seu nome impõe. Mas
até que seria justo que os pais tivessem uma licença-paternidade tão
longa quanto a das mães!
Ser pai é ter a certeza de que seu filho
está sendo gerado no ventre de outra pessoa, representada pela figura
materna. Portanto, enquanto a licença-paternidade de 4 a 6 meses não
chega, o pai deve tratar com muito carinho e cuidado da mãe da criança. Ele
deverá ser o principal mediador, o ancoradouro do encontro da harmonia,
da paz, da segurança e do equilíbrio da gestante e do filho. Durante a
gravidez, ele deverá proporcionar um tempo possível de amor, aceitação e
compromisso, aguardando a melhor de todas as notícias: o nascimento.
Nasceu! É um menino! É uma menina! Assim
como a mãe alimenta o filho pelo cordão umbilical, o pai deverá
alimentá-lo pelo amor, pelo vínculo estabelecido com a mãe, independente
da formação familiar em que se encontrem.
Junto da mãe, todas as mudanças, que começam a despontar durante os
nove meses – enjoo, dores na coluna, sensibilidade à flor da pele, falta
de disposição na área da sexualidade – podem ser superadas com alegria,
paciência, boa comunicação e cumplicidade entre o casal. Mas essa
licença-paternidade estendida não é ainda uma realidade. Que pena!
Contudo, nada tirará do pai o amor e o compromisso para viver com
equilíbrio a gestação e o nascimento do bebê.
Dizem que, algumas vezes (muitas
vezes, na verdade), a figura materna estabelece um vínculo tão
simbiótico com o filho recém-nascido, que o pai passa a se sentir um
“peixe fora d’água”, fora do seu próprio sonho, da sua própria
casa, e do seu próprio quarto. Isso nos faz entender que o nascimento de
um filho mexe com o ambiente da casa e da família de forma tão
significativa que pai e mãe deveriam estar mais preparados para essa
linda missão.
É muito bom ter filho! Quisera existir
escola para pais! Mas não há, não existe receita pronta nem metodologia
perfeita. O que há é a certeza de que um bom filho tem alta
probabilidade de ser um bom pai. O comportamento deste não é algo que
cai de paraquedas, o pai não é um personagem que sai dos contos de
fadas. Ele já existia antes de assumir essa função. Um homem se torna
pai dentro de um contexto histórico. Ele é aquele filho que respeitava
seus pais, que cuidava dos irmãos, auxiliava nas tarefas de casa e assim
por diante? O pai é formado ao longo da sua história, portanto, se na
formação de homem algo precisa ser ajustado, que se faça agora, porque
um bom pai é importantíssimo na vida de um filho.
Escolha ser o pai que seu filho
carregará no lado esquerdo do peito. Vale salientar, por causa do
vínculo estabelecido entre o filho e a mãe no ventre, que o pai terá de
fazer a sua parte, ocupando-se de cuidados para estabelecer vínculos
também duradouros e deixar marcas positivas na vida do filho, em
especial após o seu nascimento.
Fonte: Canção Nova
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