Hoje pedimos ao Senhor que nos afaste de toda e qualquer falsidade e mentira. Tentações das quais devemos correr a vida toda!
“Afasta de mim a falsidade e a mentira, não me dês pobreza nem riqueza, mas concede-me o pão que me é necessário” (Provérbios 30, 8).
Meditando a primeira leitura da liturgia de hoje, que está no Livro dos Provérbios, ela nos conduz a buscar a sabedoria da vida. Primeiro, porque a Palavra de Deus comprovada é um escudo para quem nela se abriga; é a luz que conduz os nossos passos e se torna a proteção, o refúgio, a segurança daqueles que colocam no Senhor a sua confiança.
Essa mesma Palavra nos inspira a pedir duas coisas importantes para Deus. A primeira delas é: afastar o nosso coração da falsidade e da mentira. Ninguém suporta viver no mundo de falsidades, de enganos, de ilusões, do faz de conta, onde tudo parece bonitinho, bacaninha, legal, mas quando vai se ver, no fundo, é tudo falso.
Nós corremos o risco de, muitas vezes, viver de beijinhos e abraços – “Oi! Como vai? Tudo bem?” Mas, no fundo, odiando-nos e querendo mal a esse ou àquele; pois não há nenhuma relação de proximidade, não há nenhum bem querer. A falsidade e a mentira são tentações para toda a nossa vida, das quais nós devemos correr acima de tudo! É por isso que pedimos ao Senhor, hoje, que afaste o nosso coração de toda e qualquer falsidade e mentira, sejam elas pequenas ou grandes. Pois a mentira só coloca a nossa vida no abismo.
Depois, a segunda coisa nós pedimos ao Senhor é que Ele não nos conceda nem pobreza nem riqueza, mas nos conceda a justa medida. E aí está a sabedoria, porque se pedirmos a Deus a riqueza, correremos o risco de cair na vanglória, de ser muito saciados e nos sentirmos demasiadamente orgulhosos e soberbos. Que tentação terrível é a pessoa se achar o máximo, que tem tudo, que pode tudo! Por isso todos os excessos fazem mal!
O excesso no “ter” é chamado de: riqueza. Por isso, o homem sábio não pede riqueza para si, mas também não pede a pobreza. Traduzimos a pobreza aqui por: miséria; ninguém merece isso, nenhum filho de Deus a merece! Porque a pobreza e a miséria deixam, muitas vezes, o coração revoltado e indignado e podem levar a pessoa até a se revoltar contra Deus, contra o mundo e contra a sociedade.
A revolta não faz bem à nossa saúde e ao nosso coração, por isso hoje pedimos a Deus que nos dê a medida necessária, a justa medida; nem oito nem oitenta; nem riqueza nem pobreza, mas o suficiente, o necessário para termos uma vida justa e digna e não sermos pesados a ninguém.
Deus abençoe você!
Fonte: Canção Nova
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