Toda criança, a parte as constituições e leis, tem o direito de ser
feliz. A lei fala em educação, eu falo de amor – são indissociáveis. A
lei fala no direito do lar, eu falo novamente de amor. No mês maio,
Maria Luiza de apenas 4 anos foi diagnosticada com câncer. Uma criança
linda e ativa teve de começar uma luta pela vida ainda muito jovem. Com
todas as dificuldades enfrentadas pela família após a descoberta da
doença, os pais da famosa Mamá tiverem de enfrentar uma nova jornada: o
direito à licença remunerada para acompanharem o tratamento da filha.
Essa questão não deveria tramitar em mais nenhum lugar. É algo tão
lógico e óbvio na minha cabeça que chega ao ponto do absurdo a busca por
tantas mil assinaturas numa petição pública por um único motivo: dar
amor ao filho. O deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP) é o autor do
projeto no Congresso Nacional que permite o afastamento remunerado dos
pais ou do cuidador em casos de doenças graves ou internação hospitalar
do filho. A lei receberá o nome de Maria Luiza e a campanha que
percorreu a internet foi denominada da melhor forma: Vem Cuidar de Mim.
Tenho a consciência da enorme burocracia que o nosso país carrega. E
do quanto é difícil conseguir as coisas por aqui. Porém, a questão
principal é que esse tipo de preocupação não deveria ser necessário. Ou
será que a luta contra um câncer é pouca coisa? Falamos de uma criança.
Alguém que ainda quer brincar com suas bonecas, quer ler e escrever, ir
até à escola e encontrar seus colegas, crescer, estudar e ter o futuro
dos seus sonhos. Estamos falando de alguém que tem o direito de ser
amada, de receber carinho de graça, de ser ensinada que a compaixão, a
generosidade e a honestidade podem sempre fazer a diferença. Ser humano
bastaria para compreender a situação familiar de entrega ao cuidado e ao
amor. Uma lei com um objetivo tão claro, natural e óbvio me deixa
completamente desestimulada com o povo brasileiro, mas prefiro acreditar
que tudo isso tem como simples motivo pôr um pouco de ordem onde
vivemos.
Desde 2011 que o projeto tramita no Congresso e agora foi necessário
uma nova situação de dor para que os deputados e senadores fossem
“pressionados” novamente pelo voto. Como dito, o projeto já existe, mas
precisa ser aceito. Foi necessário que um problema de saúde tão grande
acontecesse para que o mesmo pai que luta com sua filha, levantasse uma
bandeira também em prol de outras famílias. Foi necessário fé e coragem
para que essa campanha ganhasse voz. O Vem Cuidar de Mim já arrecadou em
média trinta mil assinaturas e se tornou contagiosa nas redes sociais.
Em épocas de desafios, a campanha é mais uma ideia socialmente aceitável
para que toda a população apoie e faça sua parte.
A pequena Mamá já se encontra em casa se recuperando do câncer que
adquiriu. Graças a Deus, literalmente, ela conseguiu passar por esse
processo (e conseguirá até o fim) sempre com um belo sorriso no rosto,
demonstrando otimismo, coragem e força. Mas muitas dores de cabeça
poderiam ter sido evitadas se a consciência cidadã estivesse sido colada
em prática. O amor é a base de uma família e de uma vida muito bem
regada à felicidade. As crianças do nosso país, felizmente, são o futuro
de um presente um pouco estagnado. Quando surge esse tipo de barreira é
que se percebe que os nossos impostos e as nossas lutas diárias estão
indo embora água abaixo. Eu concluo apenas dizendo que tudo o que Maria
Luiza e sua família precisavam era de amor, cuidado e compreensão, não
luta e preocupação. Toda criança tem o direito de amor e a campanha Vem
Cuidar de Mim não pedia só carinho: queria paz, compaixão e, claro, amor
de pai e mãe.
A Campanha teve início em João Pessoa (PB) e se espalhou por todo
o Brasil. Participe você também e compartilhe esse amor. Segue o link
da petição pública: http://www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR73163
Fonte: www.laparola.com.br
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