O
coração cheio de maldades está longe de Deus! Se queremos ser menos
fariseus na vida, precisamos nos aproximar de Deus e deixar de ser
fofoqueiros!
“Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim” (Marcos 7, 6).
Queridos irmãos e irmãs, os fariseus
estão incomodados, porque Jesus e Seus discípulos comem e bebem sem
lavar as mãos. Sabemos que, por uma tradição oral que recebemos de
outros, a qual foi passando de boca em boca, os judeus não comem sem bem
lavar as mãos, sem bem lavar os copos, as jarras, as vasilhas de cobre e
todos os utensílios para a alimentação; e que há um excesso de rigor
para lavar as mãos e assim por diante.
Existe até hoje, no meio de nós, muitas
pessoas que têm um excesso de cuidado com a limpeza. Todos nós
precisamos ser limpos, higiênicos, mas cuidado porque os excessos viram
uma obsessão! E a obsessão por limpeza é algo muito terrível, porque a
pessoa vê sujeira em tudo; para tudo o que ela olha parece que há
sujeira. E ela vai criando dentro de si preconceitos e conceitos
errados, desconfia da limpeza de qualquer copo, de qualquer prato.
Os fariseus, descritos no Evangelho de
hoje, fazem isso com Jesus com certa dose de maldade. Sabe aquelas
pessoas que não falam, mas pensam [algo contra alguém]? Sabe aquelas
pessoas que, às vezes, o cumprimentam e o olham sempre desconfiadas, com
vontade de lhe dizer isso ou aquilo? Julgando-o, interpretando-o
segundo os conceitos e preconceitos dela.
Nós, muitas vezes, fazemos assim também!
E que risco e que perigo de sermos rejeitados por Deus, porque O
honramos com os nossos lábios, O louvamos, O glorificamos, O bendizemos e
esticamos a nossa mão e a nossa língua para receber a Eucaristia, mas,
muitas vezes, o nosso coração está longe d’Ele!
Não podemos negar, mas até entre nós,
seguidores de Jesus, quantas vezes nós deixamos maldades crescerem em
nós! Maldades contra os outros, contra as situações; nós só conseguimos
olhar as coisas sob a ótica da maldade. E daí sabemos que nascem as
detrações, as acusações, mas, sobretudo, a maldita da fofoca.
Fofoca é algo para pessoas que têm
caráter meio duvidoso. É para quem não tem coragem, nem disposição de
falar o que precisa ser falado ou de calar quando é necessário. Essa
pessoa fica futricando, vive criando situações para falar disso ou
daquilo. Das fofocas nascem as maiores maldades, nascem as más
interpretações, nascem os rótulos que nós jogamos e criamos sobre as
pessoas. Não é nenhuma comparação distante, mas é muito próxima
por nos ajudar a entender que o farisaísmo dá origem aos fofoqueiros e
às fofoqueiras de plantão. São os fariseus que julgam Jesus. Os
fofoqueiros de hoje julgam Jesus de outra forma: o fazem por intermédio
dos filhos, dos irmãos, dos seguidores e dos discípulos d’Ele.
Então, se queremos ser menos fariseus na
vida, precisamos nos tornar menos fofoqueiros, nem digo menos:
precisamos deixar de ser fofoqueiros! E não podemos permitir que essa
maldade, que se chama “fofoca” ou “maledicência”, faça parte da nossa
vida.
Jesus amou e acolheu a todos, os piores
pecadores, segundo os nossos conceitos, mas não teve nenhuma forma de
acolher a quem era fariseu por maldade ou quem era fofoqueiro por
maldade.
Que Deus purifique o nosso coração! Não
basta honrá-Lo com os lábios, pois o nosso coração cheio de maldades
está longe do Senhor.
Deus abençoe você!
Fonte: Canção Nova
0 comentários:
Postar um comentário