A face de Cristo é a face do pobre sofredor, que está entre nós na pessoa do pobre, do sofredor e do marginalizado.
“Filho, lembra-te de que recebeste teus bens durante a vida e
Lázaro, por sua vez, os males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e
tu és atormentado” (Lucas 16, 25)
A parábola que nós ouvimos no Evangelho de hoje apresenta duas faces
extremas da vida humana: a face triste e a face da suprema felicidade. A
face da felicidade passageira e a face da tristeza e do sofrimento
passageiros.
Nós, aqui na Terra, olhamos ao nosso lado e vemos como doem as
profundas desigualdades, encontramos pessoas extremamente ricas, que não
sabem o que fazer com tanto dinheiro. Do outro lado, nós temos pessoas
extremamente pobres, as quais bastava a migalha do que cai da mesa de
quem tem tudo para que sua vida fosse um pouco melhor.
Num mundo de tanta prepotência, arrogância e avareza, o que não dá
para negar é que o mundo em que vivemos é injusto. Injusto de forma
social, humana, um mundo que faz pessoas terem tudo que querem, enquanto
outras não têm o mínimo necessário para sobreviver.
Jesus não amaldiçoa a riqueza nem exalta a miséria, mas Ele põe a
condição de que, neste mundo, Ele se disfarça e se encontra no mais
pobre entre os mais pobres de nós e fecha Seu olhar para aquele que é
arrogante, para aquele que é avarento e opulento, que tudo tem, que tudo
possui, mas se esquece do pobre, do necessitado e do Lázaro de outrora.
Cristo está em todos os Lázaros ao nosso lado. A face de
Cristo é a face do pobre sofredor, a face de Cristo é a face daquele que
não tem o que comer, não tem o que beber, que está doente, que está
enfermo, que está indigente.
A face de Cristo, sofrida, se opõe à face do homem que tudo tem e não
se lembra dos seus irmãos. Não é castigo, é consequência: no Reino de
Deus as coisas se invertem, enquanto o pobre, aqui nesta Terra, só
recebe o menosprezo e a ofensa, no Reino eterno existe um lugar muito
especial reservado aos pobres, aos marginalizados e àqueles que são
classificados como desqualificados; todos eles têm um lugar de honra no
Reino dos Céus. Ao passo que, quem não se lembrou dos pobres, quem não
cuidou deles e se comportou de maneira orgulhosa e prepotente não tem
lugar no Reino dos Céus.
O Reino de Deus começa a acontecer aqui, ele é um reino de justiça e
de verdade. Justiça é, em tudo o que fizermos, não nos esquecermos dos
mais pobres. Como eles [pobres] precisam de nós, precisam do nosso amor,
precisam da nossa atenção e, sobretudo, da nossa partilha!
Você pode não ser tão pobre e tão indigente como o pobre do
Evangelho, mas você tem um pouco para repartir com aqueles que nada têm,
e se você tem muito pouco, reparta o seu pouco, mas, sobretudo, não se
esqueça de dar a si mesmo em favor do outro.
No Reino de Deus, no colo e no seio do pai Abraão, tem lugar para os
Lázaros e para todos aqueles que cuidaram das feridas e das necessidades
deles.
Deus abençoe você!
Fonte: Canção Nova
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