Em nossa caminhada como cristãos ou não cristãos, não há dúvida de que passamos por diversos combates
Nossa vida é uma só e precisamos vivê-la bem. Aquele que é cristão
talvez tenha um pouco mais de vantagem por causa de Cristo Jesus, pois a
vida do Senhor é um modelo para vivermos bem esta única vida que temos.
Quando olhamos para a história de Jesus, verificamos que Ele passou
por duras provas. Primeiramente, até mesmo antes de nascer, Seus pais
estavam com dificuldade de encontrar abrigo para Ele. Jesus nasceu numa
gruta, numa manjedoura. Depois, Nosso Senhor cresceu. A Bíblia não
relata sua adolescência nem juventude, mas mostra sua vida adulta.
Na vida adulta do Senhor, verificamos, no Evangelho de Lucas,
capítulo quatro, que Jesus foi tentado no deserto, tentado no prazer,
tentado a transformar pedra em pão. Jesus foi tentado a possuir reinos e
poderes. Podemos perceber que o Filho de Deus passou por uma batalha
espiritual no deserto.
No decorrer de sua caminhada aqui na terra, Jesus realizou curas em
vários momentos, vários e belos sermões onde alguns queriam fazê-Lo
grande, mas Ele pedia discrição ou saia logo daqueles locais. Nesse
sentido, Ele também combatia o inimigo para não cair no orgulho.
Em nossa caminhada como cristãos ou não cristãos, não há dúvidas de
que passamos por diversos combates, mas é preciso discernir para tomar a
melhor atitude; há realidades que são, sim, espirituais; outras são do
humano e outras da finitude humana.
Por isso é muito bom que tenhamos uma boa sintonia com Deus por meio
da oração, “a oração é um combate. Contra quem? Contra nós mesmos e
contra os embustes do Tentador…” (CIC § 2726). Combatemos contra nós
mesmos e contra o inimigo, por isso é necessário contar com um
acompanhador espiritual, e por que não dizer um profissional da área de
psicologia para ajudar a entender e dar os passos?
A maioria dos que me leem são pessoas que frequentam a igreja e
buscam a santidade, mas eu preciso dizer que não basta colocar a culpa
apenas nas realidades sobrenaturais. Sim, se você tem enfrentado
problemas difíceis de serem resolvidos, busque ajuda naquilo que é
possível, use as ferramentas que Deus nos deixou: a oração, o jejum e a
esmola (caridade), mas não só a espiritualidade como também a medicina e
a psicologia.
O combate espiritual existe, porém há combates que travamos
que nem sempre são de cunho espiritual, mas também psíquico e físico. Por
exemplo: algumas pessoas dizem que não conseguem se livrar de um vício e
buscam a confissão várias vezes. Não adianta ficar apenas confessando
esse pecado, é hora de dialogar e tentar entender por que isso atormenta
tanto. Talvez tenha sido a falta de vigilância, mas também pode ser a
imaturidade.
Um outro exemplo que normalmente é tido com dificuldade espiritual é a
falta de perdão. Se a pessoa já confessou, o perdão já foi dado por
Deus; agora, se ficou a lembrança, a pessoa precisa trabalhar isso,
aceitar que perdoou, perdoar e continuar a vida. Como trabalhar essa
lembrança ruim? Dialogar com Deus na oração e também buscar um
acompanhamento para entender ou se não entender, não parar nisso. A
falta de perdão, usada no exemplo, muitas vezes não diz apenas de uma
realidade espiritual, mas é também humana. É preciso olhar de longe,
refletir, dialogar e entender que a maior prejudicada é aquela pessoa
que alimenta esse sentimento ruim.
Um último exemplo é quando a pessoa diz que não tem mais forças para
fazer as mesmas atividades. Antes, ela rezava isso e aquilo, fazia
vigílias, frequentava aquele grupo e também aquele outro; mas hoje a
pessoa não consegue mais. Meu querido e minha querida, nosso corpo
sente, não somos adolescentes a vida toda. Não se culpe pelo fato de não
conseguir mais, pois existe uma limitação natural em cada um de nós.
Por isso, não diga apenas que é uma mal espiritual.
A batalha espiritual é, sim, uma realidade. Jesus passou pelas
tentações do inimigo, pelas tentações e provocações dos homens, mas foi
vencedor e n’Ele também somos vencedores. Diante das batalhas que você
enfrenta, analise, faça o discernimento: “Não consigo fazer por preguiça
ou não faço porque realmente não tenho mais forças físicas?”. Tenho
feito “corpo mole” para as coisas de Deus? Tenho buscado ajuda nas
minhas dificuldades ou eu me basto e resolvo sozinho? Na maioria das
vezes, isso não dá certo, é preciso buscar ajuda, pois contar com o
outro é também cura contra o egoísmo.
Fonte: Canção Nova
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