Santo Padre destacou necessidade de coragem apostólica para que a vida cristã não seja transformada em um museu de recordações
Da Redação, com Rádio Vaticano
A Igreja segue sua caminhada graças às
surpresas do Espírito Santo. Este é um dos trechos da homilia do Papa
Francisco, na Missa desta terça-feira, 28, na Casa Santa Marta. A partir
da pregação do Evangelho aos pagãos, narrada nos Atos dos Apóstolos,
Francisco destacou que também hoje é preciso ter “coragem apostólica”
para não transformar “a vida cristã em um museu de recordações”.
A homilia foi inspirada no trecho dos
Atos dos Apóstolos, na Primeira Leitura, para destacar o quanto é
fundamental na vida da Igreja abrir-se sempre ao Espírito Santo. Muitos,
na época, ficavam inquietos ao saber que o Evangelho era pregado para
além dos judeus. Mas quando Barnabé chegou a Antioquia, alegrou-se,
porque vê que as conversões dos pagãos são obras de Deus.
Não temer o Deus das surpresas
Além disso, destacou o Papa, já nas
profecias estava escrito que o Senhor viria salvar todos os seus povos,
como no capítulo 60 de Isaías. Entretanto, nem todos compreendiam estas
palavras.
“Não entendiam. Não entendiam que Deus é o
Deus das novidades. ‘Eu renovo tudo’, nos diz. Não entendiam que o
Espírito Santo veio para isso, para nos renovar; e continuamente faz
esse trabalho de nos renovar. Isso provoca temores. Na História da
Igreja, podemos ver, daquele momento até hoje, quantos temores diante
das surpresas do Espírito Santo. É o Deus das surpresas”.
Francisco ressaltou que existem muitas
novidades e para distinguir o que é de Deus e o que não é d’Ele, é
necessária uma abertura ao Espírito Santo. “Nós, sozinhos, não podemos.
Com a nossa inteligência, não podemos estudar toda a História da
Salvação. Podemos estudar toda a Teologia, mas sem o Espírito Santo não
podemos entender a história. É justamente o Espírito quem nos faz
entender a verdade ou – usando as palavras de Cristo – é o Espírito que
nos faz conhecer a voz de Jesus”.
O Espírito Santo e a Igreja
O avançar da Igreja, conforme explicou o
Santo Padre, é obra do Espírito Santo, que faz o povo ouvir a voz do
Senhor. E para ter certeza que a voz ouvida é a de Jesus, Francisco
recomendou a oração.
“Sem oração não há lugar para o Espírito.
Peçamos a Deus para nos enviar esse dom (…) A Igreja avança, a Igreja
vai em frente com essas surpresas, com essas novidades do Espírito
Santo. É preciso discerni-las, e para discerni-las devemos rezar, pedir
esta graça”.
Francisco exortou ainda os fiéis a
correrem o risco, com a oração e a humildade, de aceitar as mudanças
trazidas pelo Espírito Santo, pois este é o caminho.
“O Senhor nos disse que, se comermos o
Seu Corpo e bebermos o Seu Sangue, teremos vida. Agora, vamos continuar
esta celebração com esta palavra: ‘Senhor, Tu que estas aqui conosco na
Eucaristia. Tu estarás dentro de nós, dá-nos a graça do Espírito Santo.
Dá-nos a graça de não ter medo quando o Espírito, com segurança, nos diz
para darmos um passo avante’. E nesta Missa, vamos pedir essa coragem
apostólica de levar a vida e não fazer da nossa vida cristã um museu de
recordações.”
Fonte: Canção Nova
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