A música precisa me levar ao céu e despertar nos corações de quem me escuta o desejo do céu
No decorrer da minha caminhada musical e cristã, pude perceber que a
música tem um poder incrível de fazer a opinião, de animar, de
desanimar, de induzir, entre outros. Ela, de fato, mexe conosco, com
nosso interior e vai além: faz com que coloquemos o que está dentro para
fora, ou seja, faz com que os sentimentos se tornem visíveis a todos.
Verificamos isso em muitas pessoas que “curtem” determinados estilos
musicais e acabam assumindo para si aquela determinada maneira de ser,
vestir, andar, baseadas no conceito que veio junto com aquele estilo
musical. Certamente, não é só a música, é toda a escolha do modo de vida
que elas adotam. E a música é o “carro-chefe”, se assim podemos dizer.
Isso não é uma crítica a nenhum estilo musical ou à determinada
maneira de se portar ou a qualquer liberdade de escolha. Quero
simplesmente exemplificar, e tomando esse exemplo quero chegar àquilo
que faço por graça de Deus: a música cristã, católica.
Se a música tem esse poder de entrar pelos meus ouvidos e mexer com
todo meu ser, então é necessário que a música católica desperte nosso
interior para a santidade; é primordial que a música nos leve para Deus.
A música dentro da Igreja continua mexendo com nossos sentimentos,
continua tendo o mesmo efeito que a música fora dessa instituição tem.
Mas onde está o nosso diferencial? O nosso diferencial está no que
somos. E digo isso diretamente aos músicos, àqueles que fazem música
cristã, católica. O agir segue o ser, se busco a santidade, minha
música automaticamente também buscará santidade e as pessoas que a
escutam também sentirão o desejo de buscá-la [santidade] e, assim, como costumo dizer: “e vida que segue”.
Tudo começa em um coração que quer encontrar o Senhor. Falando
de modo bem pessoal, Deus me deu a música, mas me deu para me ganhar,
ou seja, sou músico para ir para o céu. A música foi um modo por meio do
qual Deus, na Sua misericórdia, viu que poderia me levar para o céu, e
com minha ajuda poderia também levar outros para o céu. Mas é meu o
chamado, é minha a escolha de buscá-Lo pela música e levá-Lo pela
música.
Nós nos enganamos muitas vezes e saímos do essencial da nossa
musicalidade, achamos que nossa música só é eficaz quando o externo
(som, palco, público) está perfeito; no entanto, esta só tem eficácia
quando nosso coração está lutando para chegar à perfeição, externando
nossa vida de oração e comunhão com o Espírito Santo. Não nos enganemos,
sejamos hoje também pessoas que criem estilos de “santos” em nossa
comunidade, paróquia, famílias, entre outros.
Fonte: Canção Nova
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