Como a vida é um ciclo, em algum momento não teremos mais a presença de nossa mãe conosco
Mãe, uma pequena palavra de um significado imenso na vida de cada um de nós. Aquela com quem passamos nove meses de gestação. Ainda mais: antes de gestação do ventre – para as mães biológicas –, a gestação na alma, nos desejos e nas expectativas da vivência materna para as mães adotivas. Nosso papel de filhos começa nesses sonhos de concretização da maternidade.
Mãe, uma pequena palavra de um significado imenso na vida de cada um de nós. Aquela com quem passamos nove meses de gestação. Ainda mais: antes de gestação do ventre – para as mães biológicas –, a gestação na alma, nos desejos e nas expectativas da vivência materna para as mães adotivas. Nosso papel de filhos começa nesses sonhos de concretização da maternidade.
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com
No ciclo da vida, temos a graça de conviver com uma mulher que dá a
vida por nós a cada dia. Cada gesto de amor, aquele olhar carinhoso, ou
mesmo as duras atitudes e palavras que machucam, querem, no fundo, nos
orientar, na certeza de que a presença materna é muito importante na
vida de cada um de nós.
Nem sempre nossa experiência foi ou será positiva com nossa mãe, mas,
acima de tudo, cabe a nós o exercício do perdão e da superação nesses
momentos.
Como a vida é um ciclo, em algum momento não teremos mais a presença
dela conosco. Os relatos da perda de mães são os mais variados
possíveis: “Como sinto sua falta!”, “Deixei de fazer algo por ela,
sinto-me culpado por seu falecimento”, “Não sei viver sem ela”. Num
ciclo de vida, nós ocidentais sabemos comemorar os nascimentos, mas ainda temos muita dificuldade de lidar com a morte,
diferente das culturas orientais. Será que, nesse sentido, precisamos
nos rever na forma como nos relacionamos com nossas mães?
Perdas, na maioria das vezes, não se explicam. Quando buscamos
excessivamente essa explicação, colocamo-nos num labirinto sem saída. É
neste momento que a aceitação da perda, que é algo gradual, deve ser
elaborada com a ajuda de uma rede de apoio de amigos ou familiares; se
necessário, com a ajuda de profissional em terapia.
A culpa por não ter falado algo a tempo, por ter tido atitudes duras,
enfim, a culpa de modo geral, se houver, deve ser amadurecida,
repensada para que o processo de perda seja melhor vivenciado.
É claro que essa dor não passa rapidamente, mas da dor passamos a
viver a saudade; melhor que isso, passamos a viver as memórias, as
heranças positivas deixadas por essa mãe, os bons exemplos e também o
perdão por aquilo que não vivemos de forma agradável com ela.
Um outro ponto importante é que cada um sente a dor à sua maneira.
Frases como: “Não fique assim”, “Sua mãe não gostaria de te ver desse
jeito” e outras tantas frases podem até ter uma intenção positiva, mas temos de compreender o tempo de cada um para viver a perda.
Depois do momento inicial de confusão pela perda, as etapas seguintes
vão nos dando uma melhor compreensão do que se passou, uma
reorganização da vida sem a pessoa querida (especialmente quando somos
muito dependentes da mãe para tudo. Aí, cabe uma postura nossa, durante a
vida, de criar autonomia e liberdade para que essa perda não seja tão
brusca). Nesta fase de reorganização, podem aparecer novamente
sentimentos de revolta e incompreensão, até que, num momento posterior, a
aceitação para uma nova vida esteja presente efetivamente.
A dor da perda não vai mudar; ela é para sempre, mas o que mudará em
nós é a intensidade, bem como o sentido que damos à perda e aos
sentimentos que carregamos conosco neste novo momento da vida e de seu
ciclo que se renova.
Fonte: Canção Nova
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