Nossa oração a Deus, a prática da caridade e o jejum devem ser feitos com discrição e sinceridade e sem desejo de retribuição.
“Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar em pé, nas sinagogas” (Mateus 6, 5).
A Palavra de Deus, dirigida hoje ao nosso
coração, nos mostra a importância da discrição, da gratuidade e,
sobretudo, do silêncio no que se refere ao bem que praticamos a nós, ao
próximo e a Deus; todas são as esferas do relacionamento humano.
Nós nos relacionamos cuidando da nossa
saúde, do nosso bem-estar físico, psíquico e espiritual, por isso o
jejum é um excelente remédio por moderar nossos impulsos e aqueles
apetites carnais que, muitas vezes, florescem em nós. Contudo, o jejum
não deve ser feito para ninguém passar fome nem para chamar atenção
porque fulano come pouco ou porque não come nada e faz sacrifício.
O jejum deve ser feito só para Deus; o bem é
para nós, mas a oferenda deve ser feita a Ele. Por isso ele [jejum] tem
que ser feito com discrição, com alegria, com discernimento e com
prudência. Nunca serve o jejum de quem chama a atenção para si, de quem o
pratica para se colocar acima dos outros e se sentir mais espiritual e
mais elevado que os demais. O jejum deve ser discreto e os frutos que
ele produz são saborosos para toda a nossa vida espiritual!
O mesmo vale àquilo que damos ao próximo.
Ainda que a Palavra de Deus chame de “esmola”, esta, embora pareça uma
coisa muito pejorativa em nossa cultura ocidental, quer dizer: caridade,
o bem que fazemos ao próximo. Não precisamos fazer propaganda quando
fazemos um favor, quando ajudamos alguém, quando estendemos a mão a
alguém, não precisamos contar para todos, porque, se fizermos isso, já
terá perdido o efeito, o ar da graça e da bênção divina. Tudo o que
fazemos ao outro deve ser feito na gratuidade.
Algumas vezes o outro vai dizer
“muito obrigado”, mas não é por você, é por Deus! Não espere
agradecimento, reconhecimento, elogios ou até uma placa para dizer que
você é uma pessoa muito caridosa. Faça a caridade, todos os dias de sua
vida, se for possível, mas faça-a com discrição e não espere nunca
retribuição pelo bem que você deve fazer ao próximo.
A oração é o meio e o canal de nos ligarmos
a Deus e de darmos a Ele o que pertence a Ele. Oração é relacionamento,
relacionamento de filho com o Pai; a nossa oração não é para que os
outros saibam que estamos orando, nem para sermos aplaudidos: “Olha que
homem de oração!”.
A oração bem feita produz efeitos na vida. A
oração é coisa íntima, é coisa muito pessoal; e ainda que haja oração
coletiva, a oração pessoal precisa ser cada vez mais pessoal; feita com
intensidade, mas, no lugar reservado do quarto, no silêncio interior e
na busca, na capela, de momentos para estar a sós com Deus, mas nunca
para chamar a atenção sobre nós para que os outros nos achem os
melhores, dizendo: “Ele ora muito!”.
Oração é sinônimo de discrição, oração
discreta, mas autêntica, intensa, verdadeira, feita em espírito e
verdade. Oração, jejum e esmola feitas com o coração, não para a
exibição, são repletas das bênçãos e das graças divinas.
Deus abençoe você!
Fonte: Canção Nova
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