Apresentemos
a quem nos feriu o perdão e a misericórdia. A vingança, o ódio, o
ressentimento e o “pagar com a mesma moeda”, tudo isso pode satisfazer
apenas o nosso ego e o nosso orgulho, mas não salva ninguém!
“Não vos aflijais, nem vos atormenteis, por me terdes vendido a
este país. Porque foi para a vossa salvação que Deus me mandou adiante
de vós, para o Egito” (Gênesis 44, 5).
Diante de nós, hoje, está uma das mais belas passagens das Sagradas
Escrituras e da história da humanidade. No início, esse episódio foi
muito triste, pois, José, filho de Jacó, foi vendido por seus irmãos
para mercadores que passavam por lá em direção ao Egito. Os irmãos de
José queriam se livrar dele porque tinham inveja e ciúme dele.
Quando temos inveja e ciúme de alguém, quando esses sentimentos tomam
conta de nós, nós queremos eliminar a quem provoca isso dentro do nosso
coração. É por essa razão que os irmãos decidiram se livrar de José e o
venderam.
Da mesma forma, quando queremos nos ver livres de alguém, nós o
entregamos ao chefe, aos pais, nos fazemos de “bonzinhos” e de que
estamos promovendo a verdade, mas, na verdade, queremos nos livrar da
pessoa. Quem faz o papel, muitas vezes, de justo, de honesto, faz o
papel de vendedor do irmão. É como se disséssemos: “Permita-me me livrar
dele!”. E usamos de diversas estratégias e argumentos para fazer isso,
porque a presença dele nos incomoda.
José foi vendido, foi para o Egito e descoberto pelo faraó devido à
sua habilidade em interpretar sonhos. E, com o passar do tempo, ele
[José] se tornou o primeiro ministro do Egito. Ao passo que os filhos de
Jacó, os irmãos de José, com o passar dos anos, começaram a sentir fome
em razão de uma grande seca que assolou toda a região onde viviam. Por
isso precisaram correr para o Egito em busca de alimento e, quando lá
chegaram, foram socorridos e amparados por ninguém menos do que José.
A partir disso, duas atitudes podiam ser tomadas: podia ser a hora da
vingança de José, a hora de ele jogar na cara dos irmãos: “Vejam o que
me fizeram!”. No entanto, por ser um homem cheio de Deus no coração, ele
dá o troco da maneira sensata e mais divina possível.
Ele é o
canal do perdão, da misericórdia e da clemência de Deus para os próprios
irmãos! José os acolhe de braços abertos, apresenta a eles a face
misericordiosa de Deus e foi um grande instrumento de Deus para a
salvação de seus irmãos!
Deixe-me dizer ao seu coração: a vingança, o ódio, o ressentimento e o
“pagar com a mesma moeda”, tudo isso pode satisfazer apenas o nosso ego
e o nosso orgulho, mas não salva ninguém! Pelo contrário, tudo isso
oprime a nossa alma e não nos permite ser canal da graça de Deus para o
outro.
Eu sei que existem situações que são muito difíceis humanamente
falando, mas, se nos abrirmos à graça divina, poderemos ser o canal e a
face misericordiosa de Deus até para quem nos fez o pior mal deste
mundo. Nossos pensamentos, nossos sentimentos e nossas atitudes não
podem ser apenas mundanas. Nós conhecemos a Deus e, a partir desse
conhecimento, as atitudes do Senhor também entram em nós.
Hoje aprendemos com José a apresentar a quem nos feriu a face do
perdão e da misericórdia. Desse modo, seremos instrumentos de Deus para a
salvação de muitos, inclusive, para os membros de nossa casa e para
nossa família!
Deus abençoe você!
Fonte: Canção Nova
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