Encontro entre doador e receptor de medula óssea registrado aconteceu no Hemocentro Regional de Campina Grande - Transplante aconteceu há dois anos
O
Hemocentro Regional de Campina Grande registrou, nessa segunda-feira
(17), o primeiro encontro entre um doador de medula óssea e o seu
receptor, que saiu de Ouro Preto do Oeste, em Rondônia, a quase 4.000
quilômetros de distância, para conhecer a pessoa responsável por salvar a
sua vida.
O
técnico em informática Márcio Franklin Morais Silva, de 24 anos de
idade, fez o cadastro como doador de medula óssea em 2012 e seis meses
depois foi informado pelo Redome (Registro Nacional de Doadores de
Medula Óssea), que cadastra os doadores e receptores do país, de que
teria sido localizado um receptor compatível.
O receptor, no
caso, era o pecuarista Gabriel Lopes, de 25 anos, morador no interior de
Rondônia, que, em 2011, tinha sido diagnosticado com leucemia mielóide
aguda, o tipo mais comum entre adultos.
Durante dois anos
Gabriel realizou quimioterapia e neste período, duas irmãs suas
apresentaram compatibilidade de 60%, percentual não indicado para o caso
de transplante de medula. Então ele foi informado pelo Redome de que
havia sido localizado um doador 100% compatível, mas até então não sabia
quem seria ele.
Em agosto de 2013, Márcio fez a retirada da
medula no Recife e Gabriel recebeu a medula em Barretos-SP, onde
realizava o seu tratamento. Os dois contaram que sempre tiveram vontade
de conhecer um ao outro e em fevereiro, após liberação do Redome,
começaram a fazer contatos através de redes sociais.
O encontro
entre doador e receptor, no entanto, aconteceu somente agora, exatamente
dois anos depois da realização do transplante de medula. No Hemocentro,
os dois falaram sobre o encontro e Gabriel relatou os momentos difíceis
que enfrentou desde o diagnóstico e o tratamento, quando chegou a pesar
40 kg, quase a metade do peso normal. Mas definiu em uma palavra,
agradecimento, o gesto de Márcio, que ajudou a salvar a sua vida.
Márcio, por sua vez, disse que faria tudo outra vez.
Este foi o
terceiro caso registrado pelo Hemocentro de Campina Grande em que o
transplante foi realizado e o primeiro em que doador e receptor se
encontraram. A probabilidade, em caso de doador e receptor dentro do
país, é de um a cada 100 mil casos. Em casos de compatibilidade entre
pessoas de países diferentes, a probabilidade é de um a cada 1,1 milhão.
O Hemocentro Regional de Campina Grande possui atualmente,
aproximadamente 27 mil doadores cadastrados de medula óssea.
O
cadastramento para doação de medula é feito através do preenchimento de
um formulário com dados pessoais e a coleta de aproximadamente 5 ml de
sangue. O doador de medula óssea pode ter de 18 a 55 anos de idade e a
única contra-indicação é que a pessoa seja portadora ou já tenha tido
câncer. O sangue será tipado por exame de histocompatibilidade (HLA), um
teste de laboratório para identificar suas características genéticas, e
passa então a constar no Redome, onde as informações dos doadores e
pacientes são cruzadas em busca da compatibilidade.
Fonte: Portal Correio
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