“Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo! Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão” (Mateus 18, 15).
Amados irmãos e irmãs, a Palavra de Deus hoje nos aponta uma
necessidade fundamental para a nossa vida e nossa existência: a
necessidade da correção. Todos nós, sem exceção, precisamos ser
corrigidos. O problema é que a maioria de nós ou quase todos nós não
gostamos da correção!
Como a nossa vida seria melhor e teria menos atropelos e mais ganho
se soubéssemos aceitar as correções da vida! Primeiramente, porque a
correção vem de Deus; Ele nos corrige pela Palavra d’Ele e nos aponta a
direção da vida pela Palavra que sai do Seu coração. Ele não é um Pai
que castiga, mas é um Deus que corrige aqueles a quem ama.
Nós somos corrigidos pelas circunstâncias da vida. Em
tantas circunstâncias da vida caímos e passamos por situações difíceis, e
como elas servem para nos corrigir! Só não aprende com as lições da
vida quem é orgulhoso e não sabe se autoanalisar e se conhecer melhor.
Nós não podemos abrir mão das correções fraternas que
recebemos uns dos outros. Como o pai e a mãe corrigem seus filhos; um
irmão corrige o outro irmão; até um filho pode corrigir um pai (não há
problema nisso); um superior corrige seu inferior, e quem está abaixo
sabe que pode corrigir a quem está acima dele.
Nós precisamos da humildade nas nossas
relações mútuas ao corrigir uns aos outros. Para isso, a primeira coisa
necessária é aceitar ser corrigidos; pois nós somos muito orgulhosos,
sabichões, nos achamos conhecedores de tudo e, por causa disso, muitas
vezes, não aceitamos que ninguém nos corrija. Nesse caso, uma dose
extrema de humildade é tudo de que precisamos!
Segunda coisa: precisamos saber corrigir; e não há correção fraterna sem um elemento fundamental: a caridade.
Mesmo que você tenha a verdade, pois a verdade sem a caridade não é
nada, é uma verdade que pode se esvair ou se perder. Se você tem a
verdade para corrigir o seu irmão, faça-o na caridade; primeiro a sós,
em particular.
Para isso é preciso autocontrole, porque se estamos no
extremo dos nossos sentimentos, à flor da pele e machucados com o outro,
a nossa correção não será fraterna. Por isso precisamos, primeiramente,
corrigir os nossos sentimentos e os nossos afetos para, então, poder
corrigir o nosso irmão, a sós, com muita sobriedade. Algumas vezes, será
preciso dar tempo ao tempo, pois, num primeiro momento, talvez não
tenhamos as melhores condições para fazer isso e poderemos até perder a
quem deveríamos ganhar. Para isso é preciso paciência, prudência e saber
ter bom senso e juízo ao fazê-lo.
No entanto, pode ser que, mesmo tendo toda humildade e
bom senso ao corrigir o seu irmão, ele não lhe dê ouvidos e você tenha
de entregá-lo à Igreja, pedir conselho a quem é mais sábio e orientação
de quem pode ajudá-lo nessa tarefa e, muitas vezes, você vai apenas
entregá-lo à misericórdia de Deus e dizer: “Eu fiz a minha parte! Eu
procurei instruí-lo e amá-lo, mas ele não me deu ouvidos nem ouviu a
sabedoria da Igreja!”. Então etregue-o à misericórdia divina.
Esta também é uma oportunidade para cada um de nós nos
rever: Como eu aceito ser corrigido? Eu já agradeci a alguém por ter me
ajudado, me corrigido, orientado e me mostrado o caminho? Ou eu sou
aquele turrão, orgulhoso e soberbo que acha que sabe tudo, pode tudo e
não se deixa corrigir nem por Deus, nem pelo irmão nem pela vida!?
Deus abençoe você!
Fonte: Canção Nova
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