Na mensagem para a Quaresma 2016, Papa convida a sair da alienação existencial e praticar obras de misericórdia
A Quaresma deste Ano Jubilar é tempo favorável para sair da alienação existencial, diz o Papa Francisco em sua mensagem para o tempo quaresmal. O texto foi publicado nesta terça-feira, 26, pelo Vaticano.
O tema central da mensagem do Papa é a misericórdia, um mistério que se desvenda ao longo da história da aliança entre Deus e o povo de Israel, explica Francisco. Deus sempre se mostra rico em misericórdia, um amor que encontra seu ponto alto em Jesus, a misericórdia encarnada.
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“Em Jesus crucificado, Deus chega ao ponto de querer alcançar o pecador no seu afastamento mais extremo, precisamente lá onde ele se perdeu e afastou d’Ele”, escreve o Papa. Ele também recorda que a misericórdia de Deus transforma o coração do homem; ao experimentar um amor fiel, também o homem torna-se capaz de misericórdia.
Durante o Jubileu da Misericórdia, Francisco pede que as pessoas reflitam sobre as obras de misericórdia corporal e espiritual, que são os atos concretos e cotidianos para ajudar o próximo. “Será uma maneira de acordar a nossa consciência, muitas vezes adormecida perante o drama da pobreza, e de entrar cada vez mais no coração do Evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia divina”.
O delírio da onipotência
Francisco observa ainda na mensagem que, diante do amor de Deus, fica evidente que a pessoa mais miserável é aquela que não se reconhece como tal. São pessoas que se acham ricas, mas não colocam a riqueza a serviço de Deus e dos outros, acabam tomadas pelo delírio da onipotência.
“Tal delírio pode assumir também formas sociais e políticas, como mostraram os totalitarismos do século XX e mostram hoje as ideologias do pensamento único e da tecnociência que pretendem tornar Deus irrelevante e reduzir o homem a massa possível de instrumentalizar”.
Com essas reflexões, o convite do Santo Padre nessa Quaresma, no Ano da Misericórdia, é que cada pessoa possa sair da sua alienação existencial e praticar as obras de misericórdia, tanto corporais quanto espirituais. É no amor de Deus, enfatiza o Papa, que está a resposta à sede de felicidade que o homem tem a ilusão de poder saciar com os ídolos do poder.
“Não percamos este tempo de Quaresma favorável à conversão! Pedimo-lo pela intercessão materna da Virgem Maria, a primeira que, diante da grandeza da misericórdia divina que Lhe foi concedida gratuitamente, reconheceu a sua pequenez, confessando-Se a humilde serva do Senhor”.
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