Nós fazemos jejum para nossa conversão interior, para disciplinarmos nosso corpo e vontade
“Acaso o jejum que prefiro não é outro: quebrar as cadeias
injustas, desligar as amarras do jugo, tornar livres os que estão
detidos, enfim, romper todo tipo de sujeição?” (Is 58, 6)
Um dos elementos fundamentais para vivermos bem a nossa religião,
sobretudo as práticas quaresmais, é a vivência do jejum. Há diversas
formas de se jejuar, mas o jejum é um elemento religioso que não pode
ser ignorado, esquecido ou visto como passado e ultrapassado.
Jejum é vida, é algo místico, faz parte dos preceitos religiosos mais
sagrados. É óbvio que ninguém pode viver o jejum no espírito da lei,
ninguém pode ver o jejum como se fosse uma competição: “Fiquei tantas
horas sem comer!” ou “Eu faço jejum e fico o dia inteiro sem comer
nada!”, “Eu só tomo água” ou “Eu só como tal hora”.
Ninguém faz jejum para mostrar ao outro ou provar algo a alguém.
Ninguém faz jejum para ficar mais magro ou para ganhar mais saúde, ainda
que o jejum tenha seus frutos até para nossa própria saúde. Nós
jejuamos para nossa conversão interior, parra disciplinarmos nosso corpo
e vontade. Nós fazemos jejum para cultuar a Deus e dizer que Ele é o
primeiro em nossa vida. Nós jejuamos, porque isso nos aproxima do
Senhor.
Cuidemos para que o jejum não nos torne mais orgulhosos, para que não
nos faça melhores que os outros: “Eu jejuo!”. Os fariseus tinham muito
disso, jejuavam duas vezes por semana e se sentiam os mais justos e
corretos, porque eram os únicos que observavam os preceitos.
O jejum é para quebrar o nosso orgulho e não para levantar a nossa
vanglória; para romper com nossas vaidades e não nos tornar envaidecidos
com nossas práticas religiosas. Por outro lado, não adianta também
jejuarmos e, simplesmente, no dia de jejum, deixamos de comer, fazemos
cara feia e demostramos para todo mundo que estamos jejuando.
Como diz a Palavra: “Por acaso é esse o jejum que me agrada?”. Que
jejum é esse que nós não somos capazes de romper com cadeias? Que não
nos dispomos a romper com as inimizades, com as coisas negativas? Que
jejum é esse que não faz com que nos abramos ao perdão e à
reconciliação? Há certos demônios que só se expulsam pela oração e pelo
jejum. Se não estamos conseguindo romper com a falta de perdão, com
rancor, ódio e ressentimento, precisamos, além de oração, aplicar o
jejum, para vencermos certos espíritos que atormentam demais a nossa
vida.
Deus abençoe você!
Fonte: Canção Nova
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