Sejamos movidos sempre por esse olhar para que a graça de Deus nos acompanhe todos os dias de nossa vida
“E ali não pôde fazer milagre algum. Apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos. E admirou-se com a falta de fé deles” (Marcos 6,5-6).
Jesus, no meio dos Seus, no meio de parentes, conhecidos, familiares,
na própria cidade onde foi criado e cresceu, não foi bem aceito, bem
recebido. Pelo contrário, foi muito questionado, interrogado.
Duvidaram, queriam saber de onde Ele vinha, de onde tinha a sabedoria
ou a capacidade para realizar todos os prodígios. Sabe por quê? Porque
os Seus olharam para Jesus apenas de uma forma humana, pois Ele era um
deles, e não souberam transpor, não souberam ter um olhar de fé, um
olhar místico sobre Aquele que era um deles. Era parente, primo, amigo e
assim por diante.
Sabe, meus irmãos, nós, muitas vezes, não sabemos distinguir as
coisas. Muitas vezes, temos o pai como camarada, o padre como amigo, o
“fulano” como alguém já muito íntimo nosso e, às vezes, a liberdade é
tão grande que não sabemos distinguir o natural do sobrenatural. A mãe é
a mãe por graça, e toda mãe tem uma graça sobrenatural. O pai é o
“paizão”, o amigo, pode até ter muitos defeitos, problemas, mas ele tem
uma graça sobrenatural de ser pai.
Se eu for falar de cada consagrado, de cada padre, irmão, irmã
religiosa… Se eu for falar de cada homem, cada mulher de Deus, de cada
pessoa na função que ocupa, vemos que, às vezes, olhamos apenas a
aparência humana. Foi dessa forma que olharam para Jesus, e porque
olharam para Ele apenas dessa forma, não puderam tocar no essencial que
Ele tinha.
A graça, o reino de Deus que se manifestava, passava por Ele e por
Ele veio até nós. Eram racionais demais, questionadores demais, por
isso, ali, Jesus não pôde fazer praticamente milagre nenhum. Apenas
alguns enfermos foram tocados pela Sua graça, e causou espanto em Jesus a
falta de fé deles.
Nós podemos ser muito próximos da Igreja, das pessoas da Igreja, do
Papa, do padre, do bispo, isso não é problema! O problema é quando
vivemos apenas a relação da amizade humana e não sabemos buscar a
essência divina naquilo que fazemos.
Não deixe que o grupo de oração se transforme apenas em um grupo de
amizade. Não deixe que as suas relações de Igreja sejam apenas relações
amistosas para convivência e coisas parecidas. Permita que os encontros
sejam verdadeiros encontros com Deus e com Sua graça, senão, daqui a
pouco, iremos olhar a fé apenas de uma forma humana e não sobrenatural. E
quando não olhamos mais o sobrenatural, nós não captamos, não tocamos e
não somos tocados pela graça que vem de Deus.
Não acho que ninguém é melhor do que ninguém, mas quando sei transpor
as coisas, absorvo o melhor que a pessoa tem. Quando eu sei respeitar
meu pai, minha mãe, sendo grande amigo deles, eu sei captar a graça que
eles podem transpor para a minha vida.
Que nós não percamos o olhar da fé, mas sejamos movidos sempre por
esse olhar, para que a graça de Deus nos acompanhe por todos os dias de
nossa vida!
Deus abençoe você!
Fonte: Canção Nova
0 comentários:
Postar um comentário