Aqueles que, nesta vida, não foram aliviados de sua pobreza serão aliviados pelo consolo divino
“’Filho, lembra-te que tu recebeste teus bens durante a vida e
Lázaro, por sua vez, os males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e
tu és atormentado” (Lc 16,25).
Ouvindo a parábola do rico e do pobre Lázaro, podemos fazer uma
leitura do mundo em que vivemos, onde as divisões sociais são tão
acentuadas, os contrastes entre pobres e ricos estão à nossa porta e por
onde passamos. Uma pequena quantidade de pessoas possui os grandes bens
do mundo enquanto bilhões delas vivem na pobreza ou numa miséria
absoluta. O mundo passa com invenções científicas e tecnológicas, mas
não é capaz de aliviar a dor e o sofrimento dos mais pobres.
Quando olhamos para essa situação, podemos imaginar que a pobreza
parece um castigo e a riqueza uma bênção, mas não é verdade, não é essa a
realidade. Deus não deseja que o rico seja um avarento sem medida, como
não deseja que o pobre seja tão pobre que chegue ao extremo da miséria
humana. Essas divisões sociais doem demais no coração do Senhor!
O que Deus espera? O que Ele sopra no coração da humanidade? Que os
ricos se compadeçam dos mais pobres, e aqueles que têm bens se lembrem
dos que não os têm. Aqueles que muito possuem saibam fazer justiça, ter
compaixão e misericórdia daqueles que nada têm.
Às vezes, desejamos riquezas, mas é preciso ter cuidado, porque os
bens materiais, não importa a quantidade que possuímos, cegam nossos
olhos e endurecem nosso coração. Nós, muitas vezes, não conseguimos
enxergar os que sofrem ou os que estão ao nosso lado.
No Reino dos Céus, os pobres ocuparão um lugar muito especial, serão
os primeiros, os privilegiados de Deus. Aqueles que, nesta vida, não
foram aliviados de sua pobreza serão aliviados pelo consolo divino. Não
que Deus queira mandar só os pobres para o céu e os ricos para o
sofrimento e o tormento eterno; o que o Senhor quer é que pobres e ricos
encontrem n’Ele a maior riqueza. O que Ele espera é que os ricos saiam
da sua avareza, da sua cobiça, que trabalhem não somente para acumular
bens e possuírem mais do que já possuem, mas, sobretudo, que exerçam a
misericórdia e a compaixão para com os mais necessitados.
Não despreze o pobre nem o sofredor, não despreze o indigente nem o
miserável, aquele que mais sofre, pois ele é a face mais esplêndida do
Cristo crucificado no meio de nós. E como precisamos cuidar do Cristo!
Às vezes, cuidamos até bem do Cristo presente em nossas igrejas, mas
não sabemos ter a mesma cuidado, solicitude, amor e ternura para com o
Cristo pobre e sofredor, que está em nossas ruas e cidades, o Cristo que
está em lugares onde nós passamos. Que nós saibamos ser a misericórdia
de Deus para com os mais pobres!
Deus abençoe você!
Fonte: Canção Nova
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