Deus não põe limites para o Seu perdão nem para Sua misericórdia
“Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mt 18,22).
É Pedro quem interroga o Mestre sobre quantas vezes ele deveria
perdoar o seu irmão se este viesse a pecar contra ele: uma, duas, três…
dez vezes? Nós temos limite para perdoar quando alguém falha conosco,
quando alguém, de alguma forma, nos contraria.
Nós, muitas vezes, não conseguimos perdoar, então falamos: “Chega!
Pronto, não aguento mais! Acabou”. Fico pensando se Deus nos tratasse da
mesma forma, se colocasse um limite para nos perdoar por todas as vezes
que falhamos e negligenciamos, ainda que prometamos: “Senhor, eu não
vou mais pecar!”. Saímos, muitas vezes, do confessionário com a alma
limpa, purificada, com o santo propósito de não errar mais. Mas, por
fraqueza, por falta de esforço, muitas vezes voltamos a cair; e a
misericórdia de Deus está lá para nos lavar, purificar e perdoar,
colocando-nos para cima dizendo: “Vai, recomeça, tenta de novo, não
desanime! Sou eu quem te lavo, Sou eu quem te purifico, sou eu quem te
renovo!”.
Muitas vezes, quando o outro erra com a gente, quando “pisa na bola”,
dizemos: “Não, chega, eu não posso mais!”. Desculpa, mas nós estamos
agindo como o servo do Evangelho de hoje, porque ele alcançou todo o
perdão do seu patrão e não conseguiu oferecer o perdão para aquele que
lhe devia muito pouco, muito menos em relação àquilo que o patrão lhe
perdoou. Deus não põe limites na Sua misericórdia, no Seu perdão.
Nós, algumas vezes, agimos com crueldade quando o outro erra conosco.
É verdade que perdoar os erros nem sempre é fácil, mas nos coloquemos
no lugar dele, coloquemo-nos no nosso próprio lugar, da maneira como nos
relacionamos com Deus e como o perdão d’Ele chega até nós.
Precisamos aprender a ser misericordiosos como o Senhor é
misericordioso conosco. Temos de perdoar uma, duas, três, tantas vezes
forem necessárias. O perdão não é para o outro, mas para nosso próprio
coração, que não ficará fechado, aniquilado, magoado nem ressentido.
O perdão faz bem, em primeiro lugar, para cada um de nós. Pode ser
que não consigamos perdoar imediatamente quando o outro falhar ou pecar
contra nós, mas precisamos ter a disposição de perdoar. Podemos
reconsiderar nosso relacionamento, rever a forma como tratamos nosso
irmão, mas jamais lhe negar o perdão, porque Deus nunca nos nega o
perdão d’Ele.
Deus abençoe você!
Fonte: Canção Nova
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