Retiremos do nosso coração toda e qualquer inveja, porque ela é diabólica e destrói o melhor que Deus faz em nós
“Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?” (Mateus 15,20).
O Evangelho que escutamos, no dia de hoje, pode até parecer completo
em sua compreensão, mas é justo, verdadeiro e autêntico na maneira como o
patrão dispõe a graça e os bens do seu reino.
Na lógica do Evangelho, um homem é chamado para trabalhar no primeiro
horário e vai receber um tanto por isso. O outro é chamado num segundo
horário e vai receber certa quantia pelo trabalho; o outro é chamado no
meio do expediente e é contratado pela mesma quantia; um outro, às três
horas da tarde; e outro praticamente no fim do expediente.
O patrão dá ao primeiro trabalhador aquilo que foi combinado, e ele
fica feliz; vai até o segundo e dá o que foi combinado e ele também fica
satisfeito. O mesmo acontece com o terceiro e assim por diante. Porém,
quando ele chega no último e dá o mesmo valor que deu aos primeiros, a
inveja, a raiva, a indignação toma conta do coração daqueles que
receberam anteriormente.
Sabemos que na lógica humana é assim, estamos satisfeitos em receber
aquilo que nos é justo e combinado, mas quando sabemos que alguém fez o
mesmo que nós e recebeu o melhor ou a mesma quantia, não podemos negar
que nos sentimos injustiçados, sentimo-nos cheios de inveja, porque o
outro recebeu a mesma quantia que nós.
Permita-me dizer a partir do Evangelho: o que o patrão combinou, ele
pagou. Então, por que o nosso coração ficou revoltado com a quantia que o
outro recebeu? Porque soubemos que ele recebeu a mesma quantia que nós,
porque se nós não ficássemos sabendo nem teríamos ligado, nem
falaríamos nada e ficaríamos muito felizes com aquilo que recebemos.
A inveja é diabólica, é terrível, gera em nós os piores sentimentos;
ela tira a nossa paz interior, destrói dentro de nós os melhores
sentimentos que podemos ter. Por causa dela falamos e desejamos o mal e
confundimos ser justiceiro com justiça.
Justo é o patrão dar a cada um aquilo que o seu coração melhor sabe
dar; ele não vai deixar de dar o que combinou ou o que merecemos
receber.
Sabe, meus irmãos, no Reino dos Céus quem nasceu convertido ou se
converte no fim de sua vida é amado por Deus da mesma maneira que aquele
que entrou há mais tempo na igreja e nela permaneceu fiel. Da mesma
forma, aquele que entrou depois, dá a sua vida para trabalhar, e é tão
operário do Reino Céus e vai merecer a eternidade como qualquer um que
já está há tanto tempo!
Não pense que aqueles que foram discípulos de Jesus por toda a vida
são melhores ou mais importantes do que aquele ladrão que se converteu
aos pés da cruz. Precisamos parar de fazer distinção de pessoas, parar
de ficar nos comparando uns aos outros e valorizar o que temos, o
tesouro que recebemos, a graça que nos pertence!
Quando valorizamos o que temos, não damos valor ao que não temos nem
invejamos o que o outro possui. Que possamos tirar do nosso coração toda
e qualquer inveja, porque ela é diabólica e destrói o melhor que Deus
faz em nós!
Deus abençoe você!
Fonte: Canção Nova
0 comentários:
Postar um comentário