Dom Genival Saraiva de França, Eleitor e candidato

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Dom Genival Saraiva de França, Eleitor e candidato

Eleitor e candidato
            De conformidade com o calendário eleitoral, em outubro próximo realizam-se eleições em todos os municípios brasileiros. A eleição de 2016 tem sua singularidade pelo fato de estar sendo realizada no curso da operação Lava Jato, com o atento olhar do Ministério Público Federal, da Polícia Federal e do Tribunal Superior Eleitoral, sob o disciplinamento da Lei 13.165, de 29 de setembro de 2015, que proíbe a doação financeira de “empresas ou organizações sem fins lucrativos” a candidatos a cargos eletivos.
Numa eleição municipal, candidato e eleitor estão muito próximos pelo fato de habitarem no mesmo território, de se conhecerem melhor e por terem expectativas e interesses mais convergentes. Num pequeno município, praticamente, todos os candidatos são conhecidos; naquele de médio e grande porte, de qualquer forma, isso também acontece, ao menos em relação a candidatos e suas respectivas áreas de atuação. Portanto, uma eleição municipal distingue-se pelo fato de haver uma relação mais direta entre o candidato e o eleitor.
Como fez em anos anteriores, a CNBB divulgou a Cartilha Eleitoral – “Eleições Municipais 2016: Resgatar a Dignidade da Política”. Ao invés de apontar nomes ao eleitor, a CNBB apresenta-lhe critérios norteadores de sua escolha que deve sempre refletir sua consciência cidadã. “É salutar que o eleitor procure informações a respeito dos candidatos em diversas fontes, ou seja, mude de canal, troque de jornal e de revista, converse com pessoas diferentes e escute o que todos os lados da política têm a dizer. Quando se trata de grandes cidades, uma dica é buscar informação na imprensa internacional, pois estes meios de comunicação, em geral, possuem menos interesse em manipular a notícia brasileira para o exterior. (…)
Em meio a tantos candidatos, precisamos saber escolher. Aqui estão alguns indicadores importantes para termos em mente na hora de votar. Todo cuidado é pouco: não merecem o voto os candidatos despreparados, ou então que se escondem por trás de interesses particulares ou de grupos, que não apresentam metas claras de governo e políticas públicas consistentes. Igualmente os candidatos oportunistas, que só aparecem em época de campanha. (…) As novas leis facilitam a informação, mas é preciso o eleitor fazer o que lhe compete: conferir, informar-se, visitar os portais que trazem informação segura. Quem é candidato a um cargo político não caiu do céu: tem pai, mãe, família, formação, vida profissional, etc. Uma carreira coerente começa, em geral, com serviços bem prestados em etapas anteriores. Maus políticos mudam de opinião conforme a conveniência, negociam apoio em troca de cargos, não apresentam suas ideias, mas atacam as dos outros. (…) O candidato deve estar comprometido com políticas públicas que defendam e promovam a dignidade da vida em todas as suas etapas: a inclusão dos pobres, dos deficientes, idosos, jovens, enfim, que promovam o bem-estar para todos. O voto é a nossa melhor arma para alcançarmos isso”.
Tenha presente o eleitor que sua participação democrática na vida de seu município revela-se mediante uma criteriosa escolha de candidato comprometido com o bem comum.

Dom Genival Saraiva
Administrador Apostólico da Arquidiocese da Paraíba

Precisamos ouvir e colocar em prática a Palavra de Deus

terça-feira, 20 de setembro de 2016


Ouvir a Deus é um exercício diário, que precisa ser praticado a cada dia, sobretudo, porque não somos mais crianças, perdemos a inocência original

Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e a põem em prática” (Lucas 8, 21).

Gosto demais deste Evangelho, não que eu não goste dos outros. Este Evangelho é muito claro para nos mostrar coisas belas e maravilhosas a respeito da nossa relação com Deus e Jesus, Seu Filho.
Enquanto muitos queriam mostrar para Jesus que Sua mãe e Seus irmãos estavam ali, Ele não desprezou nenhum de seus parentes. Pelo contrário, mostrou-lhes que para ser seu parente, próximo a Ele era necessário apenas duas coisas: primeiro, quem é mãe, irmão, parente de Jesus, filho de Deus, O escuta.
O mínimo que um filho pode fazer é escutar o pai! Aliás, uma criança quanto mais criança ela é, mais ela sabe distinguir a voz de seus pais. Aquela voz já está em seu coração, e quando acorda de manhã e não escuta nenhuma voz, nem a do pai nem a da mãe, como ela acha estranho. Ele pode estar onde for, mas de longe escuta a voz do seu pai ou da sua mãe, ela logo reconhece.
Filho é aquele que escuta e reconhece a voz do seu pai. Não somos filhos de Deus só porque somos chamados de “filhos de Deus”, mas porque viemos d’Ele! Isso é uma graça, mas ser filho de Deus é ouvir, em primeiro lugar, Aquele que é nosso Pai. É um exercício diário, que precisa ser praticado a cada dia, sobretudo, porque não somos mais crianças, perdemos a inocência original.
Quando nós perdemos a inocência na vida, vamos crescendo e paramos de escutar nossos pais para escutar o mundo. Na vida espiritual é assim também, deixamos de escutar a Deus, e escutamos o mundo, a carne, os nossos desejos, os nossos anseios, as nossas necessidades e os nossos prazeres. E quando está tudo sufocando e ruim, perguntamos: “Onde está Deus? Onde está Deus que não me escuta?”.
Se tem alguém que escuta muito bem, é Deus. Agora, quem tem dificuldade para escutá-Lo, somos todos nós; filhos que tiramos o coração de nosso Pai. Quando escutamos, obedecemos, pelo menos o bom filho é assim. A mãe diz: “Meu filho, faça isso!”, ele que é um bom filho, vai fazer.
Não basta ouvir a Palavra de Deus, não basta ouvi-Lo. É preciso ouvir e praticar! “Sou filho de Deus!”. Um bom filho, ou um mal filho? Por isso, meus irmãos, Jesus está nos ensinando que não basta termos laços carnais, não basta termos cargos, títulos.
Para ser de Deus, próximos de Jesus estes dois verbos devem estar gravados e cravados em nosso coração: ouvir e praticar. Precisamos praticar o que ouvirmos do coração de Deus!

Deus abençoe você!
 
Fonte: Canção Nova

Nosso coração precisa da luz de Jesus

segunda-feira, 19 de setembro de 2016


Que a luz do coração de Jesus não se apague, que aquela chama maravilhosa que o batismo acendeu em nosso coração não se esmoreça

Ninguém acende uma lâmpada para cobri-la com uma vasilha ou colocá-la debaixo da cama; ao contrário, coloca-a no candeeiro, a fim de que todos os que entram vejam a luz” (Lucas 8, 16).

A luz não é para ficar escondida nem abafada; a luz é para iluminar, para brilhar, mostrar o caminho e acender.
Deus não nos criou para sermos apagados, Ele não nos resgatou para ficarmos escondidos. Uma coisa é a humildade, o silêncio do coração, outra coisa é recolhermo-nos para sermos os mais importantes. Mesmo no esconderijo em que estamos, mesmo numa gruta que possamos viver ou em qualquer recanto deste mundo, quando a graça de Deus está em nós, ela brilha em nós.
As pessoas olham para nós e, sem precisarmos dizer nada, as nossas obras, nosso comportamento e escolhas de vida iluminam o coração delas. Quem anda na luz é luz para os outros, quem anda na luz deixa que ela resplandeça na vida dos outros. As pessoas não precisam saber que você é de Deus por causa da cruz que você carrega ou pelo hábito que se veste. Nada disso!
As pessoas vão perceber que somos diferentes, porque em nós brilha o amor, a generosidade e as virtudes evangélicas! E se essas virtudes não estão brilhando, é porque estão apagadas ou escondidas. Elas precisam vir para fora.
A Palavra está dizendo que tudo aquilo que está escondido vem à luz. Então, se deixamos vir somente coisas negativas, é porque dentro de nós há muitas coisas ruins, velhas e estragadas. Precisamos iluminar o nosso próprio interior! “Eu não sou luz, mas Jesus é a luz! Eu não tenho luz, mas a luz de Jesus está em mim e passa por mim!”. A luz que vem do coração de Jesus vai iluminando o coração das outras pessoas.
Não deixemos que a luz se apague, que aquela chama maravilhosa que o batismo acendeu em nosso coração se esmoreça, apague-se, esconda-se o ponto de ninguém ver o que Deus faz em nossos corações.
Muitas vezes, quando chegamos em um lugar, vemos como as pessoas chamam atenção pelas coisas que dizem e falam. Alguns falam coisas tão ruins, palavrões, tantas coisas negativas, que saímos de lá pesados. Quando escutamos alguém, que é verdadeiramente iluminado por Deus, essa pessoa não precisa falar muita coisa, porque o pouco que ela diz brilha e reluz.
Se ela não diz nada, o seu jeito generoso, atencioso ou as outras virtudes dizem por si, porque é impossível uma pessoa de Deus não ter virtudes. Há algo errado, porque se a luz de Deus está em você, essa luz resplandece pelos frutos, pelas virtudes e obras. As pessoas têm o direito de tocar e de se iluminarem com a sua luz. Onde está todo mundo perdido e confuso, precisamos ser luz e referencial da presença de Deus naquele lugar!
 
Deus abençoe você!
 
Fonte: Canção Nova

O Crucificado nos liberta de toda maldição

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

 O Crucificado nos eleva para o lugar mais alto que podemos ir: o Céu!

“Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna” (João 3,16).


No dia de hoje, temos a graça e a alegria de celebrar a Exaltação da Santa Cruz! É uma bênção e uma graça a exaltarmos!
A cruz era a coisa mais humilhante que podia existir para um ser humano na face da Terra. Era símbolo de maldição, da maior humilhação que uma pessoa poderia sofrer. Nela, estavam os maiores pecadores e criminosos, que recebiam como pena de morte a crucificação.
O Livro do Deuteronômio diz: “Maldito seja aquele que for pregado no madeiro”. Jesus, Nosso Senhor e Salvador, morreu na cruz. Ele é o inocente que morre pelos pecadores, o justo que morre pelos injustos, o bendito que morre para tirar toda a maldição da Terra.
Bendito seja o Santo Lenho da Cruz, que recebeu o corpo de Nosso Senhor Jesus! Bendito seja o Sangue de Jesus, derramado na cruz para a nossa salvação! Bendita seja a Santa Cruz, digna de receber o corpo de Nosso Senhor e Salvador!
Fazemos festa, porque aquilo que parecia derrota ou o fim de Jesus foi, na verdade, a Sua grande vitória. Ele foi obediente até a morte, e morte de cruz. Ainda repito aquilo que disse São Paulo: “Pregamos Cristo crucificado. Para alguns é escândalo, para outros é loucura; mas, para nós, Cristo crucificado é o poder de Deus” (cf. I Coríntios 1,23-24).
Temos de amar a Cruz, amar o Cristo pregado nela! É no Cristo crucificado que somos resgatados, salvos e libertos de toda a maldição, impureza e ação diabólica que ronda este mundo em que vivemos.
Se existe um lugar onde o demônio foi vencido, foi na cruz de Cristo. A cruz que carregamos no peito, que temos no nosso carro, em nossas igrejas, que está no cemitério, é o símbolo da nossa fé. A cruz que não pode faltar em nossas casas! Porém, não é cruz de decoração, de ornamentação, porque ela é feita para isso. A cruz é símbolo, no sentido mais sagrado da palavra, é um sacramental que representa, justamente, o poder sagrado do Cristo que nos liberta do poder da morte, do pecado e de toda a escravidão. A cruz é símbolo dos libertos, dos salvos e redimidos.
Quando passarmos por momentos difíceis, por grandes tribulações e tentações, quando a angústia falar muito alto em nossa alma, quando não soubermos que caminho tomar, quando acharmos que o nosso sofrimento é insuportável, quando acharmos que não temos mais o caminho a seguir, olhemos para o Cristo crucificado e não tiremos o olhar d’Ele. Jesus nos ensina a sermos humildes, a humilharmos, muitas vezes, a nossa carne, o nosso orgulho e a nossa soberba.
O Cristo crucificado nos coloca no lugar que devemos estar, na mais perfeita humildade.  Ele nos eleva para o lugar mais alto que podemos ir: o Céu!
Adoremos e glorifiquemos o Cristo pregado na cruz! Adoremos e glorifiquemos a cruz sagrada, porque ela é a nossa salvação!

Deus abençoe você!
 
Fonte: Canção Nova

A fé e a humildade nos aproximam de Deus

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

 

Que o oficial romano, um homem de fé e humildade, ensine-nos que, independente da condição financeira que temos, não somos melhores que ninguém

“Senhor, não te incomodes, pois não sou digno de que entres em minha casa” (Lucas 7, 6).

O oficial do império tinha um empregado que estava doente e, praticamente, à beira da morte. No entanto, o oficial não fazia parte do povo eleito nem era judeu, mas tinha fé, sabia o que Jesus podia fazer.
O oficial não vai atrás de outros, ele mesmo vai atrás de Jesus, para Lhe pedir que faça algo em favor do seu empregado. Porque sabe o poder e da autoridade que tem, ele manda o empregado fazer isso e ele faz, mas não tem poder sobre a doença, sobre a vida nem a morte. Ele sabe que quem tem esse poder e autoridade é Jesus!
Há duas coisas que chamam a atenção de Jesus e devem chamar a atenção de cada um de nós na fé desse homem. Primeiro, porque é uma fé de muita confiança, é a fé de alguém que sabe que só Deus pode vir em socorro daquela situação. Nem o dinheiro, o poder nem o prestígio que ele tem podem fazer algo pelo seu empregado.
Jesus não vai ser comovido ou movido em consequência do poder, do prestígio nem do dinheiro que o oficial tem, mas pela sua fé. Que fé é essa? Uma fé muito sincera, muito convicta, de quem acredita que Jesus é capaz e pode fazer tudo.
Meus irmãos e irmãs, não basta saber aquilo que Deus pode fazer por nós, é preciso ter convicção, não tirar d’Ele o nosso olhar e a nossa confiança.
O segundo aspecto desse homem é uma fé humilde, sincera, piedosa e contrita. Não é uma fé soberba e orgulhosa: “Deus tem de fazer para mim! Ele precisa fazer o que eu quero!”. Pelo contrário, ele, humildemente, vai dizer: “Senhor, eu não sou digno! Nem mereço que o Senhor faça isso pelo meu empregado! Não sou digno de que o Senhor entre em minha casa, por isso não se incomode!”.
Amados irmãos e irmãs, deixamos de alcançar muitas coisas no coração de Deus, porque até na nossa manifestação de fé somos soberbos e orgulhosos, achamos que Ele tem de nos fazer favores, achamos que somos merecedores e que Ele tem a obrigação de fazer isso e aquilo por nós.
A soberba tem dentro dela um veneno mais terrível ainda, porque, além de ser veneno para nos acharmos melhores e merecedores, o orgulho ainda esconde nossos limites e fraquezas.
Não se trata de uma falsa modéstia, porque esse oficial está realmente reconhecendo seus pecados e fraquezas, por isso se humilha na presença de Deus.
Aproxime-se de Deus sempre com o coração humilde e humilhado! A soberba não alcança nada de Deus, pelo contrário, como diz Maria no Magnificat: “Ele derruba os soberbos e os orgulhosos dos tronos que cada um faz em seu coração”. Deus exalta, escuta, atende a prece humilde, confiante feita de uma forma contrita e com a convicção de que Ele tudo pode.
Que este oficial romano, mesmo não sendo membro do povo eleito, do povo chamado ‘escolhido’, mas um homem de muita fé e humildade, ensine-nos que, independente do cargo ou da condição financeira que temos, que não somos melhores nem mais importantes do que ninguém.
É a fé e a humildade que nos aproximam do coração de Deus!

Deus abençoe você!
Fonte: Canção Nova

Aprendamos a reparar em nossa própria vida

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Quando nos conhecemos do jeito que somos, não temos tempo nenhum para reparar na vida dos outros

“Como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho, quando tu não vês a trave no teu próprio olho?” (Lucas 6,42).

Existe uma prática na vida, que é a mais enganosa de todas: a prática de vivermos reparando na vida dos outros. Reparamos no que o outro fala, no que pensa, sobretudo nos seus defeitos e falhas. Não só reparamos, mas fazemos questão de espalhar e esparramar os fracassos e limites da vida dos outros.
Fazemos isso no “tu a tu”, no “boca a boca”, na conversa, pelo telefone, pelas redes sociais. Estão cheios de boatos por aí sobre a vida das pessoas e assim por diante. Esse é um defeito terrível, um mal, uma maldição que, inclusive, carregamos em nós: o maldito costume de viver reparando na vida dos outros.
Isso se torna um vício que, muitas vezes, é difícil de corrigir. Há pessoas que gastam horas no telefone falando da vida dos outros. O que acontece? Aqueles que reparam no cisco, no problema dos outros, não conseguem reparar na própria vida, porque estão tão cheias de coisas para falar dos outros que, quando é para falar sobre si, não têm condições.
Amados irmãos e irmãs, se quisermos levar uma vida em Deus, justa, honesta e correta, teremos de mudar esse parâmetro de vida, corrigir esse grave defeito de falar mal da vida dos outros. Temos de ter vigilância sobre a nossa boca, porque ela fala daquilo que o coração está cheio, e o coração fica cheio daquilo que a nossa mente guarda e observa.
Precisamos, realmente, ter vigilância sobre aquilo que fazemos com a vida dos outros. Eu digo a você: se nos conhecêssemos de verdade, se nos conhecêssemos como de fato somos, nunca perderíamos tempo reparando na vida dos outros.
Repare na sua própria vida e a corrija, olhe seus próprios costumes, atos, limites e defeitos. Quando nos conhecemos do jeito que somos, não temos tempo nenhum para reparar na vida dos outros. Quando cuidamos de nós, somos melhores para os outros!
O mundo está estragado não só pelas coisas ruins lá de fora, mas também pelo mal que temos dentro de nós. E um dos males mais terríveis é o de reparar na vida dos outros. Nossas igrejas, comunidades e grupos de oração, infelizmente, estão cheios de pessoas assim.
Que Deus tenha misericórdia de nós e corrija nossas atitudes!

Deus abençoe você!
 

Aprendamos com Maria a sermos todos de Deus

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Que Maria nos ensine a sermos todos de Deus, que seja para nós escola e vida

“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus está conosco” (Mateus 1,23).

Celebramos, hoje, a Natividade da Virgem Maria, o dia do nascimento, do aniversário da Mãe de Deus. Mas não estamos aqui para cantar parabéns ou para acender uma velinha para Nossa Senhora. Ela não precisa disso, pois já está recebendo o maior prêmio que alguém pode receber: está para sempre na glória de Deus!
Estamos aqui, hoje, para celebrar a vida de Maria. Quando celebramos o nosso aniversário, não estamos simplesmente celebrando o bolinho que está ali – e, muitas vezes, nem bolo tem –, porque o importante é celebrar a vida.
A vida é dom, dádiva e graça! Não é vida naquele dia em que nascemos e precisa ser comemorado, mas a vida num todo. A vida pode ter momentos, fases, mas a nossa vida é um todo.
Celebramos nossas vitórias, mas não podemos deixar de reconhecer nossos fracassos, porque é a partir deles que nos levantamos; não podemos deixar de celebrar os momentos que não foram tão bons, que foram difíceis.
Ao celebrarmos, hoje, o nascimento de Maria, a Mãe de Deus, olhamos para toda a vida dela. Primeiro, desde o ventre de sua mãe, ela foi concebida sem o pecado e foi escolhida pelo próprio Deus para ser a Mãe de Seu Filho. Depois, aquela criança, que foi desde pequena consagrada, entregue a Deus, apresentada no templo, cresceu conhecendo a vontade do Senhor. Em seguida, Deus mandou o Arcanjo Gabriel ao seu encontro, para dizer que ela era a escolhida para ser a Mãe do Senhor, apresentou os motivos relativos à sua vida:
Cheia de graça: A graça de Deus é plena na vida dela.
Deus está contigo: Ela sempre caminhou na presença de Deus e Ele estava sempre em Sua presença.
Isabel a reconhece: “Bendita és tu Maria entre todas as mulheres!”. Por que ela é bendita? Porque traz em si o bendito fruto, traz o Divino Salvador, a graça maior de Deus que nela está.
Maria é filha de Deus como todos nós somos. Que graça, que filha unida ao coração do Pai! Que filha dócil à vontade d’Ele! Maria é a esposa do Espírito, ela concebeu em seu ventre um filho, não por obra humana, mas por obra divina. É o próprio Arcanjo quem diz: “O Espírito descerá sobre ti!”. Quando o Espírito entra no ser, no ventre de Maria, ela engravida por ação do Espírito. A mulher do Espírito, movida por ele; a mulher dócil ao Espírito Santo.
Maria é a Mãe do Filho, Mãe enquanto gera a humanidade de Jesus, enquanto educa e cuida d’Ele. Ela é mãe enquanto se faz presente em todos os momentos da vida de Jesus, enquanto vê seu filho pregado e morrendo numa cruz. É a mãe que pega seus filhos nos braços, que os vê ressuscitados; é a mãe que está na glória com seus filhos.
Maria é toda de Deus! Que ela nos ensine a sermos todos de Deus, que seja para nós escola e vida! Ao celebrarmos o aniversário dela, celebramos toda a sua vida voltada para Deus.
Virgem Mãe, ensine-nos, em nossa pequenez, a fazermos da nossa vida um dom, uma dádiva e uma oblação ao Senhor!

Deus abençoe você!

Fonte: Canção Nova

O vinho novo de Deus renova todas as coisas

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

É preciso abertura de coração e mente, porque o vinho novo, que vem de Deus, renova todas as coisas dentro do nosso coração

Ninguém põe vinho novo em odres velhos; porque, senão, o vinho novo arrebenta os odres velhos e se derrama; e os odres se perdem” (Lucas 5, 37).

Aquele recipiente onde colocamos o vinho para depois ser consumido é muito importante, porque ajuda a conservar o sabor do vinho. Imagine um vinho novo, bom, de excelente qualidade, que você coloca em odres velhos, que conservam ainda aquele resquício de coisas velhas, o melhor vinho vai se estragar.
A Palavra de Deus é sempre uma Boa Nova, sempre uma novidade, algo novo para o nosso coração! Às vezes, você pega a Palavra de Deus e diz: “Essa eu já conheço! Essa Palavra não disse nada a mim!”. Mas o problema não está na Palavra nem no que Deus nos traz; o problema está em nosso coração, que não se abre para o novo, não se renova. O problema está na mentalidade que temos em nossa cabeça.
A expressão “mente aberta” não quer dizer ser uma pessoa liberal, que concorda com tudo, que permite tudo. Não é nada disso! A expressão “mente aberta e coração aberto” quer dizer, sobretudo, ter uma mente e um coração que estão abertos ao novo, que se abre à renovação.
A mente e o coração que se abrem para a novidade escutam o outro. Pode ser que você nem concorde com aquilo que o outro vai lhe trazer, mas você escuta, absorve e fica com aquilo que é bom, e o que não serve, descarta.
Quando uma pessoa tem um coração trancado e velhaco, não consegue absorver as novidades. E eu repito que ‘novidades’ não são coisas novas que aparecem. Novidade é a renovação que Deus opera em nossa vida!
Muitas vezes, escuto uma criança falando, e o que ela diz é tão novo para a minha vida! Quando escuto uma pessoa idosa, um casal ou uma senhora falando, que sabedoria têm naquelas palavras, que são simples, porém cheias de profundidade. Mas quando já somos sábios ou nos achamos entendidos, quando achamos que já sabemos de tudo e que temos todo o conhecimento, tudo o que o outro diz não nos convence, nada do que a Palavra de Deus nos traz nos renova, porque o nosso coração está travado, fechado e muito velho.
Aqui não importa a sua idade, porque têm muitos jovens que se encontram com o coração fechado e envelhecido. Entretanto, têm tantos idosos que até o sorriso expressa a novidade do coração e a alegria de ouvir a Deus.
Se você quer que Deus faça algo na sua vida, e Ele tem sempre algo para nos renovar, para rejuvenescer o nosso coração e nossa mentalidade, é preciso a cada dia abrir-se para o novo. Muitos podem pensar: “Eu não vou ter opinião própria?”. É claro que vai ter opinião, mas até quem tem opinião própria sabe abrir-se para a opinião do outro, para acolher o que o outro diz. Quem tem opinião própria sabe abrir-se para renovar o que pensa ou tornar melhor o que traz dentro de si.
Deus quer nos renovar por inteiro, quer renovar todo o nosso ser. É preciso abertura de coração e de mente, porque o vinho novo, que vem de Deus, renova todas as coisas dentro do nosso coração.

Deus abençoe você!
 
Fonte: Canção Nova

Setembro - Mês da Bíblia

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

 
O mês de setembro, para nós católicos do Brasil é o mês dedicado à Bíblia, isso desde 1971. Mas desde 1947, se comemora o Dia da Bíblia no ultimo domingo de setembro. O mês de setembro foi escolhido como mês da Bíblia porque no dia 30 de setembro é dia de São Jerônimo (ele nasceu em 340 e faleceu em 420 dC).
São Jerônimo foi um grande biblista e foi ele quem traduziu a Bíblia dos originais (hebraico e grego) para o latim, que naquela época era a língua falada no mundo e usada na liturgia da Igreja. Hoje a Bíblia é o único livro que está traduzido em praticamente todas as línguas do mundo e está em quase todas as casas, talvez nem fazemos ideia, mas a Bíblia é o livro mais vendido, distribuído e impresso em toda a história da humanidade.
A Bíblia – Palavra de Deus – é o fruto da comunicação entre Deus que se revela e a pessoa que acolhe e responde à revelação. Por isso a Bíblia é formada por histórias de um povo, o Povo de Deus, que teve o dom de interpretar sua realidade à luz da presença de Deus e compreender que a vida é um projeto de amor que parte de Deus e volta para Ele.

Nesse mês da Bíblia somos convidados a estudar e refletir sobre esse maravilhoso livro que têm tanto a nos revelar e instruir. 

Fonte: Canção Nova

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