Deus nos deu talentos, dons e capacidades; Ele nos deu Sua graça, Seu Espírito e luz interior
“O homem disse: ‘Muito bem, servo bom. Como foste fiel em coisas pequenas, recebe o governo de dez cidades’” (Lucas 19,17).
Esse Evangelho, com o qual Jesus está, hoje,
formando-nos, orientando e conduzindo, conta uma parábola que pode até
ser de difícil compreensão, mas é cheia de riquezas e significados para
todos nós.
Esse homem nobre, que vai para um país distante, resolve
pegar sua riqueza e entregar nas mãos de seus empregados cem moedas de
prata, para que façam bom uso delas.
Fico pensando em nossa vida, fico pensando em quantas moedas de
pratas Deus já colocou em nossas mãos. Não foram poucas, foram mais de
cem moedas de pratas! Deus nos deu talentos, dons e capacidades; Ele nos
deu Sua graça, Seu Espírito e luz interior.
Ao voltar, o que entristece aquele homem foi ver que um
de seus empregados, que recebeu cem moedas de prata, simplesmente as
enterrou e foi viver de forma preguiçosa, relaxada; não foi capaz de
multiplicar, não foi capaz de fazer render, de produzir frutos, de fazer
com que aquele dinheiro fosse bem aplicado.
Vivemos num mundo capitalista, onde tudo tem retorno. Jesus está
falando do retorno dos dons que Ele mesmo confiou a cada um de nós.
Olhamos, neste próprio Evangelho, e vemos um outro
empregado que fez render cinco vezes mais, dez vezes mais, porque foi
diligente e aplicado, não se acomodou, correu atrás, fez acontecer, não
parou nem estagnou, não ficou pensando de forma negativa nem colocou
dificuldades, não criou problemas.
Muitas vezes, somos contaminados por uma visão muito
negativista da vida, muito pessimista ou acomodada da vida. Vivemos na
lamúria, na reclamação, vivemos simplesmente olhando a vida do seguinte
prisma: “Tudo vai dar errado! Já tentei, já busquei, mas nunca dá
certo!”. Desculpe-me, mas essa é a resposta de uma pessoa relaxada,
preguiçosa, que, na verdade, não busca se superar.
Meus irmãos e irmãs, todos temos capacidades para ir
mais adiante, mesmo que seja a pessoa mais simples do mundo. O homem do
campo, do interior, o homem que não tem nada, pega seu rastelo, sua
inchada e, com aplicação e determinação, faz uma pequena “hortinha” se
transformar num grande varejo de produção de frutas.
Não precisa ser tão grande. Cada um vai produzir o que é
capaz, mas precisa de inteligência e aplicação, é preciso levantar
cedo, ter determinação. Quando a pessoa faz isso, ela vai colhendo os
frutos ao longo da vida.
Fico pensando na situação atual que nós vivemos, de
muitas pessoas desempregadas. Como doí no coração ver esse ou aquele
desempregado! Entretanto, costumo dizer: desemprego é uma dureza, mas,
muitas vezes, acontece; e pode acontecer com qualquer um de nós. Podemos
até ficar desempregados, mas desocupados jamais!
Todos nós temos capacidade de fazer acontecer onde
estamos. Se não foi possível produzir aqui, se não tem espaço para mim
aqui, eu vou fazer acontecer em outro lugar ou de outra forma. Não pode
ter essa vergonha, essa acomodação, não pode dizer: “Eu só sei fazer
isso”. É impossível que um ser humano só saiba fazer uma coisa na vida!
Há pouco tempo, fiquei olhando os jogos olímpicos,
sobretudo os jogos paralímpicos. Trouxe brilho aos meus olhos ver como
aquelas pessoas, que aparentemente eram cheias de limites físicos (os
quais nem pensamos em ter: falta os braços, as pernas, não enxergam…),
como são proativas, capazes de fazer coisas que nós, com os membros
inteiros, não somos capazes de fazer.
Fico pensando numa pessoa que não dá conta, que têm as duas pernas,
tem saúde física e diz não ter condição de fazer uma caminhada a cada
dia. “Senhor, estou cheia de doenças!”. Contudo, não é capaz de fazer
meia hora de caminhada por dia. Muitos dizem: “Dá uma cansaço!”. É
claro, pois você está nessa situação de acomodação.
Queremos saúde, mas de forma mágica: “Deus, me dê saúde!”, mas não
somos capazes de nos aplicar para buscar a saúde onde ela se encontra.
Se não deu certo aqui, busquemos acolá, mas não paremos. Temos que fazer
a graça de Deus acontecer!
Deus abençoe você!
Fonte: Canção Nova
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