Precisamos deixar que Deus ilumine nosso olhar, para contemplarmos o Seu Reino presente no meio de nós
“Felizes os olhos que veem o que vós vedes!” (Lucas 10, 23).
Jesus está exultando de alegria pelo Pai, louvando e
bendizendo, porque não foi aos sábios, aos grandes, poderosos e
entendidos que o Pai revelou os segredos do Reino, mas aos humildes de
coração, àqueles que dispõe do seu coração qualquer soberba e orgulho, e
o abrem para contemplar as manifestações de Deus no meio de nós.
Deixe-me dizer ao seu coração: onde está a mão de Deus, que não a
vejo? Onde está a graça de Deus quando me toca? Onde estão os prodígios
de Deus que as pessoas exultam e eu não consigo ver? Felizes os
humildes, os bem-aventurados, aqueles que estão na humildade de coração,
porque são esses que contemplam a glória, a ação, a graça de Deus
agindo no meio de nós!
O problema não é a mão de Deus, que não está agindo, o
problema é o nosso coração que não se despiu, não se revestiu de graça e
humildade. Se não lapidarmos esse coração, se não o tirarmos daquelas
disputas humanas e pretensões covardes, as quais, muitas vezes, a
humanidade nos impõe, não conseguiremos ver o Reino de Deus, as graças
d’Ele acontecendo.
Jesus, agindo no meio de Seu povo, fez graças,
prodígios, milagres, mas muitos não puderam tocar, ver e contemplar.
Mesmo aqueles milagres que foram feitos à vista de muitos, não passou de
fatores humanos para alguns, porque não estavam revestidos com o olhar
da fé, sobretudo, com a humildade que os une aos desígnios de Deus, a
graça d’Ele acontecendo no meio de nós.
Amados irmãos, o Reino de Deus está acontecendo, Ele está no meio de
nós. Precisamos nos revestir da graça para vê-lo acontecendo! Precisamos
mudar essa mentalidade, essa maneira de enxergarmos a vida. Não podemos
continuar enxergando as coisas somente pela nossa maneira de ver,
porque essa maneira é, às vezes, revestida de elementos que vamos
adquirindo ao longo da história, da vida; eles são fantasiosos,
enganosos e mentirosos, revestidos de ilusão e, acima de tudo, de
pretensões humanas.
Quando colocamos nossas pretensões humanas à nossa frente, não
conseguimos tocar na graça de Deus. Essa sim [graça de Deus] cura a
nossa humanidade, coloca a nossa humanidade na sintonia e na graça do
divino. Permita que seus olhos vejam, que contemplem!
Você pode olhar para uma pessoa e ver nela ódio, rancor,
ressentimento e raiva. Escuto tantas vezes as pessoas dizerem: “Eu não
vou com a cara daquela pessoa!”. O problema não é a cara da pessoa, o
problema é o nosso olhar, é a maneira como olhamos para o outro.
Você pode olhar para uma pessoa jogada, prostrada no
chão e dizer que é um bandido, que é alguém que não deu valor à vida,
mas você também pode olhar para ela com o olhar de Deus e dizer: “É
Jesus quem está ali, precisando de mim e dos meus cuidados!”.
O problema não é aquilo que vemos, mas o que o nosso
olhar capta. Se o nosso olhar se reveste da graça, veremos a graça de
Deus acontecendo no meio de nós; mas se estamos com o olhar obcecado
pela amargura, pelos ressentimentos, pela visão secularista e mundana,
vamos ver as pessoas, as coisas, o mundo, a vida a partir disso.
Se nossa visão de vida é baseada apenas em valores ou cifras
econômicas, podemos perceber que tudo o que olhamos é visto com o olhar
de avareza, de posse e dinheiro. Se nosso olhar é revestido da humildade
cristã, é revestido do olhar de Cristo, você olha para coisas com amor e
caridade, e é capaz de enxergar a presença de Deus mesmo em meio à
coisas desastrosas que não entendemos nem compreendemos.
O que transforma nosso mundo, sobretudo o mundo interior que há em
nós, é o olhar, a visão que temos. Precisamos deixar que Deus ilumine
nosso olhar para contemplarmos o Seu Reino presente no meio de nós!
Deus abençoe você!
Fonte: Canção Nova
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