Papa Francisco nos ensina a importância de acender sua luz neste Natal
O Papa Francisco ensina que Natal sem luz não é Natal. Não se trata,
obviamente, de referência às luzes dos centros comerciais. Nem mesmo se
refere às lâmpadas que integram o cenário dos presépios e ornamentam as
árvores, indicando o genuíno sentido do Natal, a chegada do Salvador do
mundo. O Santo Padre faz, na verdade, um interpelante convite a cada
pessoa: acenda a sua luz.
Oportuno é fazer um exercício de imaginação usando a imagem simbólica
das luzes nas árvores de Natal, nos enfeites das casas, edifícios,
tantas outras decorações que provocam alegria e emoção. Todas essas
luzes poderiam ser a multidão – a humanidade da cidade da gente, do
bairro, da rua, de sua casa, do seu prédio, do ambiente de trabalho, das
escolas, das instâncias de governos e dos segmentos todos da sociedade.
Assim seria possível formar uma grande procissão da humanidade com a
luz que dissipa a escuridão. Não haveria mais as sombras que embaçam a
vista, confundem entendimentos, induzem a escolhas equivocadas, geram
indiferença e as muitas formas de violência – como o aborto e o
“descarte das pessoas”. Se houvesse uma luz nas mãos de cada indivíduo,
uma grande tocha se formaria, fazendo brilhar os olhos da esperança.
Surgiriam novos caminhos a serem percorridos e os rostos de cada pessoa
revelariam encantamento pelos rumos reencontrados. Haveria um verdadeiro
fenômeno de luz, que faz raiar um novo dia.
A festa da luz
O Papa Francisco diz que o Natal é a festa da luz – muito mais do que
um efêmero espetáculo produzido com impacto visual, mas sem efeitos
duradouros. A falta de saídas para as crises e a carência de
entendimentos humanitários que podem devolver ao ser humano a sua mais
nobre condição indicam que o mundo atual, com suas tantas outras
“luzes”, nunca esteve tão obscurecido. A humanidade sofre com percalços
dolorosos, potencializados pelas brutalidades, ganâncias, ódio e desejo
de vingança. Por tudo isso, a convocação é urgente: acenda a sua luz
interior. O verdadeiro Natal é luz. É o evento da luz que brilha nas
trevas. Vale guardar a narrativa de São João na introdução do seu
Evangelho: “E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram
dominá-la. Veio um homem, enviado por Deus, seu nome era João. Ele veio
como testemunha, a fim de dar testemunho da luz, para que todos pudessem
crer, por meio dele. Não era ele a luz, mas veio para dar testemunho da
luz. Esta era a luz verdadeira, que vindo ao mundo a todos ilumina”. A
Palavra de Deus possibilita essa compreensão a respeito da luz
verdadeira que, se recebida, faz crescer um brilho interior. Quem a
acolhe e cultiva sua luminosidade passa a orientar-se nos parâmetros da
verdade e do amor.
Acender a luz, sua luminosidade interior, antes e acima de tudo é,
deliberada e amorosamente, receber a Cristo, a luz que vem ao mundo. A
luz que pode brilhar no interior de cada pessoa depende dessa luz, fonte
inesgotável de luminosidade, que é o amor infinito de Jesus. Acender a
própria luz é acolher Cristo Luz dos Povos e conseguir caminhar nas
trilhas do bem, da verdade e da justiça. Diante das muitas incertezas
vividas por toda a sociedade, só há uma saída possível: empreender o
acendimento da própria luz.
Resgate valores
Este grave momento da história, quando a sociedade se submerge nas
escuridões produzidas por desmandos e relativizações dos parâmetros
ético-morais, torna se urgente um gesto humilde e simples, mas
significativo: reunir os restos e os cacos da própria lamparina interior
e acendê-la, de novo, com a acolhida de Cristo que vem, a luz que todos
ilumina. Esse compromisso exige resgatar valores na interioridade,
assumir novos propósitos, arcar com o peso indispensável de recomeçar,
abrir mão de privilégios. Assim torna-se forte a luz da esperança de um
novo tempo, com a escuta de Cristo, o messias Salvador. O que está
quebrado pode ser reparado. Os erros, corrigidos. E o que foi retirado
indevidamente pode ser reposto.
Reacendam os corações para iluminar um caminho diferente e, assim,
com esperança, que possa ser vista no horizonte a realização da profecia
de Isaías quando diz que “o Povo que andava nas trevas viu uma grande
luz, para os que habitavam as sombras da morte uma luz resplandeceu”.
Sem esperar milagres dos “salvadores da pátria”, a única saída é o gesto
pessoal capaz de provocar efeito revolucionário sobre a sociedade, um
convite interpelante e transformador: acenda sua luz!
Fonte: Canção Nova
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