Publicado em 22 de novembro de 1903, primeiro ano do
pontificado Papa Pio X e em forma de "motu próprio", foi o documento
mais importante sobre música no início do século XX.l, chamado
frequentemente de "código jurídico da música sacra". O
mesmo estabelece os princípios e normas que devem nortear à utilização
da Música nas funções do culto da Igreja Católica. Tentando conter os
desvios a cerca da utilização não criteriosa e abusos no canto e nos
instrumentos utilizados bem como na incursão de certa musica com cores
operísticas, Pio X - chamado de Papa dos artistas, produziu um documento
profundo e objetivo. Estabelece ele:
(...) a música sacra deve possuir, em grau eminente, as qualidades próprias da liturgia, e nomeadamente a santidade e a delicadeza das formas, donde resulta espontaneamente outra característica, a universalidade.
MUSICAE SACRAE DISCIPLINA - papa Pio XII (1955)
No dia 25 de dezembro de 1955, num dia de natal, o
Papa Pio XII publicou esta carta enciclica sobre música sacra. Logo na
introdução faz sentir a importância do documento de Pio X e ao mesmo
tempo que destaca a necessidade de atualizar e enriquecer as palavras
daquele Motu Próprio.
Com uma primeira parte em que faz uma breve narrativa
da presença da música desde o antigo testamento, as primeiras
comunidades cristãs e o canto gregoriano, logo Pio XII aludi aos
esforços da Igreja de conter e adequar os abusos e equívocos musicais
cometidos em outras épocas.
A segunda parte traz um avanço no pensamento da
música sacra como expressão artística e experiência religiosa. Pio XII
crítica explicitamente o conceito de "arte pela arte", ideia de que a
arte não tem outras leis senão aquelas que procedem da sua própria
natureza..
Tão importante quanto a arte é o artista que a produz e suas motivações e
vida:
(...)o artista sem fé, ou arredio de Deus com a sua alma e com a sua conduta, de maneira alguma deve ocupar-se de arte religiosa; realmente, não possui ele aquele olho interior que lhe permite perceber o que é requerido pela majestade de Deus e pelo seu culto. Nem se pode esperar que as suas obras, destituídas de inspiração religiosa - mesmo se revelam a perícia e uma certa habilidade exterior do autor -, possam inspirar aquela fé e aquela piedade que convêm à majestade da casa de Deus; e, portanto, nunca serão dignas de ser admitidas no templo da igreja, que é a guardiã e o árbitro da vida religiosa."
MUSICAL SACRAM - a Sagrada Congregação para os Ritos e o Concílio Vaticano II sobre a música na sagrada Liturgia (1967)
Musicam Sacram é o título de uma instrução sobre a
Música Sacra Católica Romana, emitida pela Sagrada Congregação para o
Culto Divino em 5 de março de 1967, em conjunto com o Concílio Vaticano
II A instrução trata da forma e natureza da música de adoração dentro da
estrutura de Sacrosanctum Concilium.
SACROSSANCTUM CONCILIUM - Vaticano II (1967)
Inteiramente dedicado a liturgia católica, sendo o
primeiro a ser emitido pelo concílio e e recebendo quase a unanimidade
dos votos dos padres conciliares.
"Para muitas pessoas, a mensagem do
Concílio Ecuménico Vaticano II foi compreendida em primeiro lugar
mediante a reforma litúrgica", afirma o Papa João Paulo II, no n. 12 da
Carta Apostólica Vicesimus quintus annus.
A Sacrosanctum Concilium manifesta como norma geral o
desejo de "dar-se a maior atenção a esta plena e ativa participação de
todo o povo" na sagrada liturgia, destacando para tanto em primeiro
lugar a boa formação de professores de liturgia nos seminários,
sacerdotes e fiéis. Em seguida, apresenta reformas a serem aplicadas em
larga escala e de forma organizará e prudente. Apesar de afirmar que se
"deve conservar-se o uso do latim nos ritos latinos, salvo o direito
particular" , a língua vernácula passa a ser uma possibilidade e abre
espaço para maior participação do povo:
"Dado, porém, que não raramente o uso da língua vulgar pode revestir-se de grande utilidade para o povo, quer na administração dos sacramentos, quer em outras partes da Liturgia, poderá conceder-se à língua vernácula lugar mais amplo, especialmente nas leituras e admonições, em algumas orações e cantos, segundo as normas estabelecidas para cada caso nos capítulos seguintes."
IGMR - instrução geral do missal romano
Instrução Geral sobre o Missal Romano (em latim:
Institutio Generalis Missalis Romani). Diz respeito ao documento,
publicado pelo papa com o objetivo de informar aos celebrantes (bispo,
padre, diácono e de um modo geral todos que se envolvem no
desenvolvimento das celebrações eucarísticas) sobre como celebrar a
missa no rito latino.
Diz o documento:
"A natureza sacrifical da Missa, que o Concílio de Trento solenemente afirmou1, em concordância com a universal tradição da Igreja, foi de novo proclamada pelo Concílio Vaticano II que proferiu sobre a Missa estas significativas palavras: "O nosso Salvador na última Ceia instituiu o sacrifício eucarístico do seu Corpo e Sangue para perpetuar o sacrifício da cruz através dos séculos até a sua volta, e para confiar à Igreja, sua esposa muito amada, o memorial de usa morte e ressurreição"
CARTA AOS ARTISTAS - papa João Paulo II (1999)
Lançada às portas do novo milênio, em 4 de abril de
1999, este documento de João Paulo II se posiciona como o mais direto
texto emitido sobre a arte, sua função social, seus impactos na história
da humanidade e a vocação do artista no projeto de construção do Reino
de Deus. Inicia-se de forma convocatória:
"A todos aqueles que apaixonadamente procuram novas « epifanias » da beleza para oferecê-las ao mundo como criação artística.”
DISCURSO DO PAPA FRANCISCO AOS PARTICIPANTES NO CONGRESSO INTERNACIONAL DE MÚSICA SACRA - Papa Francisco (2017)
Em março de 2017, papa Francisco discursou para
membros do congresso internacional organizado pelo Pontifício Conselho
da Cultura e a Congregação para a Educação Católica em Roma. “Música e
Igreja: culto e cultura, há 50 anos da Musicam sacram”. .
Segundo a rádio Vaticana: O objetivo do congresso foi aprofundar, do
ponto de vista interdisciplinar e ecumênico, a relação atual entre a
música sacra e a cultura contemporânea; entre o repertório usado pela
comunidade cristã e as atuais tendências musicais. Foi analisada ainda a
formação estética e musical do clero e dos leigos engajados na vida
pastoral.
Nas palavras do papa:
“A participação ativa e consciente consiste em saber penetrar profundamente neste mistério, em saber contemplar, adorar e acolher; em sentir o seu significado, graças especialmente ao religioso silêncio e à ‘musicalidade da linguagem com que o Senhor nos fala’”. “A música sacra e o canto litúrgico devem ser plenamente inculturados nas linguagens artísticas e musicais da atualidade, encarnando e traduzindo a Palavra de Deus em cantos, sons e harmonias que façam vibrar o coração de nossos contemporâneos, criando um oportuno clima emotivo, que disponha à fé e suscite o acolhimento e a plena participação no mistério que se celebra”.
1 comentários:
muito bom gostei muito de ler parabéns pelo artigo.
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