Francisco dá continuidade ao ciclo de Catequeses sobre a esperança no contexto do Mistério Pascal
Da redação, com Rádio Vaticano
Maria Madalena, apóstola da esperança: este foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira, 17.
Aos cerca de 20 mil fiéis presentes na Praça São Pedro, entre os
quais brasileiros da Bahia, de Fortaleza e Brasília, o Pontífice deu
prosseguimento ao ciclo sobre a esperança no contexto do mistério
pascal, falando daquela que, por primeiro, viu Jesus ressuscitado.
Após a sua morte e assim que o descanso do Sábado o permitiu, Maria
Madalena foi até o sepulcro para completar os ritos fúnebres. Ao chegar,
viu que alguém tinha removido a pedra que estava à porta do sepulcro e
logo pensou que tivessem roubado o corpo de Jesus. Este trajeto rumo ao
sepulcro, disse o Papa, espelha a fidelidade de tantas mulheres que são
devotas por anos às ruelas dos cemitério, em memória de alguém que não
existe mais. “Os elos mais autênticos não são interrompidos nem mesmo
pela morte: há quem continua a amar mesmo que a pessoa amada tenha ido
embora para sempre”, afirmou Francisco em meio aos aplausos dos fiéis.
Deus nos chama pelo nome
Ela advertiu os discípulos e, em seguida, voltou novamente ao
sepulcro com uma dupla tristeza: a morte de Jesus e o desaparecimento de
seu corpo. Porém, desta vez, foi surpreendida pelo aparecimento de dois
anjos e, finalmente, do próprio Jesus, a quem reconhece quando este a
chama pelo nome: Maria!
“Como é belo pensar que a primeira aparição do Ressuscitado tenha
ocorrido de modo assim tão pessoal!”, disse Francisco. “Tem alguém que
nos conhece, que vê o nosso sofrimento e a nossa desilusão, que se
comove e nos chama pelo nome. Em volta de Jesus, há muitas pessoas que
buscam a Deus; mas a realidade mais prodigiosa é que, muito antes, há um
Deus que se preocupa com nossa vida. Cada homem é uma história de amor
que Deus escreve sobre esta terra. A cada um de nós Deus chama por nome,
nos olha, nos espera, nos perdoa, tem paciência. É verdade ou não?”,
perguntou o Papa aos fiéis.
Revolução não é como um conta-gotas
A ressurreição de Jesus é uma revolução que transformou a vida de
Maria Madalena e transforma a vida de cada um de nós. Uma revolução que
não vem como conta-gotas, mas é como uma cascata que se expande por toda
a existência. Esta não é marcada por “pequenas felicidades”, mas por
ondas que levam tudo.
Nosso Deus é sonhador
Francisco convidou os fiéis a imaginarem este instante em que Deus
nos chama por nome e diz: “Levante-se, pare de chorar, porque vim
libertar!”. Jesus, prosseguiu, não se adapta ao mundo, tolerando que
prevaleçam a morte, o ódio, a destruição moral das pessoas… “O nosso
Deus não está inerte, permito-me dizer que nosso Deus é um sonhador, que
sonha a transformação do mundo e a realizou no mistério da
Ressurreição.”
O Papa concluiu falando novamente de Maria Madalena. Esta mulher que,
antes de encontrar Jesus estava à mercê do maligno, agora se
transformou em apóstola da nova e maior esperança.
“Que a sua intercessão nos ajude a viver também nós esta
experiência: na hora do pranto e do abandono, ouvir Jesus Ressuscitado
que nos chama por nome, e com o coração repleto de alegria anunciar: Vi o
Senhor! Mudei de vida porque vi o Senhor. Esta é a nossa força e esta é
a nossa esperança.”
Fonte: Canção Nova
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