Em homilia, Papa Francisco falou sobre a memória, a oração e o mundo nas Escrituras
Da redação, com Rádio Vaticano
Nesta sexta-feira, 26, o Papa Francisco presidiu a missa matutina na
capela da Casa Santa Marta e na homilia, afirmou que “as Escrituras nos
indicam três pontos de referência no caminho cristão”.
O primeiro é a memória. Jesus ressuscitado diz aos discípulos que o
precedam na Galileia: este foi o primeiro encontro com o Senhor. E “cada
um de nós tem a sua própria Galileia”, aquele lugar aonde Jesus se
manifestou pela primeira vez, o conhecemos e “tivemos a alegria e o
entusiasmo de segui-lo”. Para ser um bom cristão, precisamos sempre nos
lembrar do primeiro encontro com Jesus ou dos seguintes”. Esta é “a
graça da memória”, que “no momento da provação, me dá a certeza”.
O segundo ponto de referência é a oração. Quando Jesus sobe ao Céu,
ele não se separa de nós: “fisicamente sim, mas fica sempre ligado, para
interceder por nós. Mostra ao Pai as chagas, o preço que pagou por nós e
pela nossa salvação”. Assim, “devemos pedir a graça de contemplar o
Céu, a graça da oração, a relação com Jesus na oração que neste momento
nos ouve, está conosco”:
“Enfim, o terceiro: o mundo. Antes de ir, Jesus diz aos discípulos:
‘Ide mundo afora e façam discípulos’. Ide. O lugar dos cristãos é o
mundo no qual anunciar a Palavra de Jesus, para dizer que fomos salvos,
que Ele veio para nos dar a graça, para nos levar com Ele diante do
Pai”.
Esta é – observou Francisco – a “topografia do espírito cristão”, os
três lugares de referência de nossa vida: a memória, a oração e a
missão; e as três palavras de nosso caminho: Galileia, Céu e Mundo:
“Um cristão deve agir nestas três dimensões e pedir a graça da
memória: “Que não me esqueça do momento que me elegeu, que não esqueça
do momento em que nos encontramos”, dizendo ao Senhor. Depois, rezar e
olhar ao Céu, porque Ele está ali para interceder. Ele intercede por
nós. E depois, sair em missão… não quer dizer que todos devem ir ao
exterior; ir em missão é viver e dar testemunho do Evangelho; é fazer
saber aos outros como é Jesus. Mas fazer isso com o testemunho e com a
Palavra, porque se eu falar como Jesus e como a vida cristã, mas viver
como um pagão, não adianta. A missão não funciona”.
Se, ao contrário, vivermos na memória, na oração e em missão – concluiu Francisco – a vida cristã será bela e também alegre:
“E esta é a última frase que Jesus nos diz no Evangelho de hoje:
“Naquele dia, no dia em que viverem a vida cristã assim, vocês saberão
tudo e ninguém poderá lhes tirar a alegria”. Ninguém, porque terei a
memória do encontro com Jesus e a certeza que Jesus está no Céu e
intercede por mim, está comigo, eu rezo e tenho a coragem de dizer, de
sair de mim, dizer aos outros e dar testemunho com a minha vida que o
Senhor ressuscitou, está vivo. Memória, oração e missão. Que o Senhor
nos dê a graça de entender esta topografia da vida cristã e seguir
adiante com alegria, aquela alegria que ninguém pode nos tirar”.
Fonte: Canção Nova
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