Se formos frios e indiferentes para com a presença do Sagrado e do Divino, não seremos tocados pela graça
“Não pode haver dúvida de que é grande o mistério da
piedade: Ele foi manifestado na carne, foi justificado no espírito,
contemplado pelos anjos, pregado às nações, acreditado no mundo,
exaltado na glória!” (1Tm 3,16).
Aquilo que São Paulo está, hoje, recomendando a Timóteo, em sua
carta, é como devemos proceder na casa de Deus, e isso está totalmente
ligado ao Evangelho de hoje, que nos fala da frieza e da indiferença
daqueles que não ligaram para a manifestação da glória e da presença do
Senhor no meio de nós. O Evangelho diz: “Veio João Batista, que não comia nem bebia, e foi visto por muitos como um demônio. Veio
o Filho do Homem, que comia e bebia, e foi tido como um comilão,
beberrão e assim por diante. Ou vocês são como crianças que tocam
flautas nas praças e ninguém liga” (cf. Lc 7,31-35).
Grande é o mistério da graça de Deus manifestada no meio de nós. Uma
vez manifestado, não podemos tocar nesse mistério como uma coisa
qualquer nem deixar que a apatia, a frieza, a indiferença e o pouco caso
tomem conta de nós.
Vivemos num mundo frio e relativista em relação às coisas sagradas e
divinas, em relação à manifestação de Deus no meio de nós. Como
deveríamos tremer diante da presença de Deus! Como o nosso
comportamento, ao entrar numa igreja, numa capela, ao nos colocarmos na
presença do Senhor, deveria ser diferente! Deveríamos estar inteiros
tomados pela presença d’Ele em nosso meio.
Se formos frios e indiferentes para com a presença do Sagrado e do
Divino, não seremos tocados pela graça. Por isso, é de se imaginar que a
graça de Deus esteja longe e indiferente de nós, porque somos nós quem
nos tornamos, muitas vezes, frios e indiferentes à manifestação da graça
e da glória d’Ele. Como nós precisamos nos compenetrar na vida de
oração, na vida mística, na contemplação e busca do Sagrado!
Não podemos fazer as coisas de Deus de qualquer jeito, não podemos
transformar a nossa relação com Ele numa coisa rotineira, comum ou
tratá-la de qualquer jeito, mais ou menos, quando der.
O Espírito não se compenetra da graça, e a graça do Espírito não
penetra em nós pela nossa frieza e pela nossa indiferença. É preciso
recuperar o gosto, assumir o Sagrado dentro do nosso coração, para que
Ele manifeste a Sua glória, o Seu poder, a ação divina no meio de nós.
Em outras palavras, é deixar-se consumir e ser tomado pela presença do
Senhor.
Não vá de qualquer jeito para a igreja, não se comporte de qualquer
jeito, não coloque outras coisas que o distraem e roubam sua atenção e
coração da presença de Deus. Se formos inteiros para Deus, Ele será
inteiro em nossa vida!
Deus abençoe você!
Fonte: Canção Nova
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