Via Sacra: Fonte de Misericórdia

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

A misericórdia é para o pecador

A extensão da Via-Sacra, do Palácio de Pôncio Pilatos até o Calvário, vislumbra a amplitude da Misericórdia de Deus que, ultrapassa o limite de tempo e do espaço. O abraço misericordioso de Deus na Via-Sacra, abarca de Adão até o último vivente que confiar no amor de Deus!
O caminho da Via-Sacra nos faz experimentar o amor de Deus Pai que, oferece seu filho único, para nos libertar das trevas do pecado. E o amor do Filho que diz: “Por ti desci do Céu à terra, por ti permiti que Me pregassem na Cruz, por ti permiti que fosse aberto pela lança o Meu Sacratíssimo Coração e, assim, abri para Ti uma Fonte de Misericórdia. Vem haurir graças dessa fonte com o vaso da confiança” (D.1485).
Você sente-se constrangido por tanto amor? A miséria humana não impede a atuação da misericórdia divina, desde que, tenha a humildade em reconhecer essa miséria. Jesus mesmo disse : “Nunca rejeito um coração humilhado.”
A misericórdia de Deus é para os pecadores e quanto mais pecador, mais direito tem da misericórdia! Então como experimentá-la? Lançando-se com confiança nesta Fonte de Misericórdia!

Imagem de Jesus Crucificado no Santuário. Fonte: cancaonova.com

Reze a Via Sacra!

Às três horas da tarde, a hora da Paixão de Jesus, é uma hora que comporta grandes promessas. Além da oração do Terço da Misericórdia, Jesus também apresenta a meditação da Via Sacra para podermos alcançarmos muitas graças, em especial neste tempo em que estamos: Quaresma.
As palavras que seguem não são apenas para a Santa Faustina (que as ouviu por primeiro) são destinadas a todos nós pecadores: “Lembro-te, Minha filha, que todas as vezes que ouvires o relógio bater três horas da tarde, deves mergulhar toda na Minha misericórdia, adorando-a e glorificando-a. Implora a onipotência dela em favor do mundo inteiro e especialmente dos pobres pecadores porque nesse momento foi largamente aberta para toda alma. (…) Minha filha, procura rezar a Via-Sacra, na medida que te permitirem os teus deveres”.
A indicação de Jesus é para às 15 horas, mas se não puder neste horário, reze-a assim que puder, cheio de confiança, experimente a misericórdia de Deus na Via-Sacra.
Daniela Miranda Missionária da Comunidade Canção Nova

No Angelus, Papa lembra sentido da Transfiguração

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Papa intercedeu pela paz na Síria

Da redação, com Boletim da Santa Sé
Papa Francisco, durante o Angelus deste domingo, 25./ Foto: Reprodução Youtube VaticanNews
Neste segundo domingo da Quaresma, 25, o Papa Francisco esteve com os peregrinos na Praça de São Pedro e convidou os fieis a meditar sobre a Transfiguração de Jesus.
O Pontífice lembrou que o anúncio de Jesus sobre a rejeição que iria sofrer desafiou Pedro e os discípulos que não aceitaram que o Senhor seria morto.
“Eles, de fato, aguardavam um Messias poderoso, forte e dominador, mas, em vez disso, Jesus apareceu como humilde, manso, servo de Deus, servo dos homens, que deve sacrificar sua vida, passando pelo caminho da perseguição, do sofrimento e da morte. Mas como poderiam seguir um Mestre e Messias, cuja vida terrena terminaria assim?”
O Papa reforçou que nesta hora os discípulos pensaram neles, e a resposta veio precisamente na Transfiguração. “É uma aparição da Páscoa adiantada.”
Jesus levou consigo os três discípulos Pedro, Tiago e João e “levou-os a uma montanha alta” (Mc 9,2); e ali, por um momento, mostrou-lhes a sua glória, a glória do Filho de Deus. Este evento da transfiguração permitiu, segundo o Papa, aos discípulos enfrentarem a paixão de Jesus de forma positiva, sem serem dominados. Eles viram isso como seria depois da paixão, glorioso. E assim Jesus os prepara para julgamento.
“A transfiguração ajuda os discípulos e a todo o povo de Deus também a entender que a paixão de Cristo é um mistério do sofrimento, mas é acima de tudo um dom de amor, de amor infinito por parte de Jesus.”
Francisco lembrou que os discípulos foram chamados a seguir o Mestre com confiança, com esperança, apesar de sua morte. E também reforçou a importância de Nossa Senhora, que como criatura humana também estava transfigurada interiormente pela Graça de Cristo.
“Confiamos na sua ajuda materna para continuar a jornada da Quaresma com fé e generosidade.”

Intercessão

Ao final do Ângelus, o Papa disse estar unido à Síria, “amada e atormentada”, onde a guerra se intensificou, especialmente no leste de Ghouta.
Este mês de fevereiro foi um dos mais violentos em sete anos de conflito: centenas, milhares de vítimas civis, crianças, mulheres, idosos; os hospitais foram atingidos e as pessoas não conseguem comida.
“Irmãos e irmãs, tudo isso é desumano. Não se pode lutar contra o mal com outro mal. E a guerra é ruim. Por isso, dirijo o meu sincero apelo à cessação imediata da violência, tanto o acesso à ajuda humanitária – alimentos e remédios – quanto os feridos e doentes são evacuados. Vamos orar a Deus juntos, que isso aconteça imediatamente.”

Fonte: Canção Nova

Quaresma não é tempo de tristeza, mas de penitência, diz Papa

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Papa explica os temas da tentação, da conversão e da Boa Nova

Da redação, com Boletim da Santa Sé
Papa fala aos fieis no Angelus deste domingo, 18./ Foto: Reprodução Youtube Vatican News
Neste domingo chuvoso, o primeiro da Quaresma, o Papa Francisco esteve com os fieis durante o Angelus, na Praça de São Pedro.
Francisco falou sobre o Evangelho do dia, que lembra os temas da tentação, da conversão e da Boa Nova.
“Jesus vai ao deserto para se preparar para sua missão no mundo. Ele não precisa de conversão, mas, como homem, ele deve passar por essa prova, tanto para si mesmo, para obedecer a vontade do Pai e, para nós, dar-nos a graça de superar a tentação.”, disse.
O Papa lembrou que esta preparação consiste em lutar contra o espírito do mal, e que também para nós, a Quaresma é um tempo de “agonia” espiritual, de luta: somos chamados a enfrentar o mal através da oração para poder, com a ajuda de Deus, superá-lo em nossa vida diária.
O Pontífice lembrou que após as tentações, Jesus começou a pregar a Boa Nova.
“E essa Boa Nova exige da conversão do homem – a terceira palavra – e fé. (…) Em nossa vida, sempre precisamos de conversão – todos os dias! -, e a Igreja nos faz orar por isso. Na verdade, nunca estamos suficientemente orientados para Deus e devemos direcionar continuamente nossa mente e coração para Ele. Para fazer isso, devemos ter a coragem de rejeitar tudo o que nos desvia, os falsos valores que nos enganam atraindo sorrateiros nosso egoísmo. Em vez disso, devemos confiar no Senhor, sua bondade e seu plano de amor para cada um de nós.”
Após a colocação acerca das três palavras importantes da liturgia, o Papa reforçou que a quaresma é um momento de penitência, mas que não deve nos abater: “É um momento de penitência, mas não é um momento triste de luto. É um compromisso alegre e sério para livrar-se do nosso egoísmo e renovar-nos de acordo com a graça do nosso batismo.”
Ao final, o Papa lembrou que somente Deus pode dar a verdadeira felicidade, sendo inútil desperdiçar o tempo procurando por outros lugares, nas riquezas, nos prazeres, no poder, na carreira:
“O reino de Deus é a realização de todas as nossas aspirações, porque é a salvação do homem e a glória de Deus. Neste primeiro domingo da Quaresma, somos convidados a ouvir atentamente e reunir esse chamado de Jesus para nos converter e acreditar no Evangelho. Somos exortados a começar com o compromisso da jornada para a Páscoa, para receber cada vez mais a graça de Deus, que quer transformar o mundo em um reino de justiça, paz e fraternidade.”

Fonte: Canção Nova

Dom Armando Bucciol indica atitudes para viver bem a quaresma

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Segundo presidente da Comissão para a liturgia da CNBB, algumas atitudes preparam cristãos para vivência da Festa da Páscoa


“Momento de purificação, avaliação e interiorização dos valores fundamentais que sustentam a caminhada cristã”. É assim que o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Armando Bucciol, definiu o tempo da Quaresma. Neste período de preparação para a festa da Páscoa, o bispo elencou atitudes que a liturgia destes 40 dias suscitam nos fiéis.

Primeiro, para pôr em prática as iniciativas cristãs propostas, Dom Armando afirmou que é preciso ter a vida transfigurada por Jesus, enxergá-Lo como água que dá vida e como luz que ilumina as trevas. “Compreender a transfiguração do Senhor é encontrar um tempo para que nossa vida seja transfigurada na contemplação do rosto de Jesus”, afirmou o bispo sobre a primeira compreensão quaresmal.


“É fundamental compreender que Jesus é água viva que mata a nossa sede”, comentou Dom Armando, que prosseguiu ressaltando que a liturgia convida todos os cristãos a verem Jesus como o único capaz de suprir a sede humana de esperança, do sentido da vida, e de Deus. Sobre vê-lo como luz que ilumina as trevas da caminhada terrena, o bispo expressa: “Cristo é nossa luz, vencedor da morte, ressurreição e vida, um Cristo que doou a sua vida por nós para que nós também saibamos doar a nossa vida pelos irmãos”, concluiu.

Atitudes para viver bem a quaresma


Confira as quatro atitudes, elencadas por Dom Armando, como importantes para a vivência de uma boa quaresma:


quaresma
revisao de vida (1)

revisao de vida.2
confissao
confissao.2.2.
jejum1

jejum.1.1
caridade.2

A origem da Quaresma

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018


A Quaresma foi inspirada numa grande catequese que a Igreja primitiva realizava

Dentre todas as solenidades cristãs, o primeiro lugar é ocupado pelo mistério pascal, porque devemos nos preparar para vivê-lo convenientemente. Por isso, foi instituída a Quaresma, um tempo de quarenta dias para chegarmos dignamente à celebração do Tríduo Pascal.
A Quaresma, como prática obrigatória, foi instituída no século IV, mas, desde sempre, os cristãos se preparavam para a Páscoa com oração intensa, jejum e penitência. O número de quarenta dias tem um significado simbólico-bíblico: quarenta são os dias do dilúvio, da permanência de Moisés no Monte Sinai, das tentações de Jesus. Guiados por esse tempo e pelas práticas – como que guiados por uma bússola –, buscamos os tesouros da fé para crescer no seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Foto ilustrativa: Wesley Almeida / cancaonova.com
“Agora, diz o Senhor, voltai para mim com todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas e gemidos; rasgai o coração e não as vestes; e voltai para o Senhor, vosso Deus; ele é benigno e compassivo, paciente e cheio de misericórdia, inclinado a perdoar o castigo” (Cf. Joel 12, 12-13).
Este tempo de quarenta dias foi inspirado numa grande catequese que a Igreja primitiva realizava. Ela durava quarenta dias, tempo em que os pagãos (catecúmenos) se preparavam para receber o batismo no Sábado Santo, dentro da Solenidade da Vigília Pascal. Acompanhavam também os irmãos que tinham cometido pecados graves para retornarem à fé. Esse tempo era marcado pela penitência e oração, pelo jejum e escuta da Palavra de Deus. Eles eram os “penitentes”, os quais renovavam a fé e recebiam o batismo ou eram reintegrados à comunidade no Sábado Santo.

Tempo profundo na Igreja

Na Quarta-feira de Cinzas, iniciamos o tempo mais rico e profundo da liturgia. Na verdade, esse tempo, que abrange a Quaresma, Semana Santa e Páscoa até o Pentecostes, é um grande retiro, centro do Mistério de Cristo e da nossa fé e salvação. Tempo privilegiado de conversão e combate espiritual, de jejum medicinal e caritativo. A Quaresma ainda é, sobretudo, tempo de escuta da Palavra de Deus, de uma catequese mais profunda, que recorda aos cristãos os grandes temas batismais em preparação para a Páscoa.
Toda a nossa vida se torna um sacrifício espiritual, que apresentamos continuamente ao Pai, em união com o sacrifício de Jesus sofredor e pobre, a fim de que, por Ele, com Ele e n’Ele, seja o Pai em tudo louvado e glorificado. Por isso, a Quaresma é um caminho bíblico, pastoral, litúrgico e existencial para cada cristão pessoalmente e para a comunidade cristã em geral, que começa com as cinzas e termina com a noite da luz e do fogo, a noite santa da Páscoa da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Vamos refletir sobre os rumos de nossa espiritualidade até a Páscoa de Nosso Senhor Jesus, ou seja, a vida nova que o Ele tem para nós, os exercícios quaresmais de conversão. A liturgia da Quarta-feira de Cinzas manda proclamar o Evangelho em que, Nosso Senhor, fala sobre esmola, oração e jejum, conforme Mateus 6,1-8.16-18.

Fonte: Canção Nova

Como saber se é realmente Deus que está falando comigo?

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Você já ouviu a voz de Deus?

No início da Bíblia, encontramos um verbo vinculado a Deus em todo o Livro Sagrado: “Deus disse” (Gn 1,3). Ao longo de toda a Escritura, podemos observar que o Senhor mantém uma relação íntima com o homem, a qual é baseada no diálogo. O próprio Livro da Bíblia é um meio que Ele usa para nos falar. Mas você já ouviu a voz de Deus? Como saber se realmente é Ele quem fala, e não nós mesmos? Ele fala apenas com pessoas perfeitas?
-Como-faço-para-ouvir-Deus
Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com
Podemos nos assustar ao observarmos a vida dos santos e notar o nível de diálogo que eles mantinham com o Senhor. Santa Teresa, por exemplo, em certa ocasião em que viajava, caiu em uma poça de lama. Então, olhou para o céu e disse: “Senhor, por que tantas dificuldades no caminho se estou cumprindo Tuas ordens?”. O Senhor lhe respondeu: “Teresa, não sabes que é assim que trato os meus amigos?”. Ela retrucou: “Ah, Senhor, então é por isso que tens tão poucos!”.

Deus quer estar perto do homem

Deus deseja ser próximo do homem, criar intimidade e amizade com ele. Observemos, por exemplo, a relação de Deus com Adão. Ao criá-lo, o Senhor permitiu que ele desse nome a toda criação e o alertou sobre o fruto proibido. O Senhor Deus também lhe disse: “Não é bom que o homem esteja só; vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada” (cf. Gn 2,15s). Vejamos a proximidade com que o Senhor conservava o homem! Ele nos criou para convivermos em Sua intimidade.
Existe um caminho a ser seguido para chegar a uma escuta íntima de Deus, porém, é um caminho, não uma fórmula, pois há grande erro em buscar uma uniformidade quando queremos escutar o Senhor. Ele nos fez únicos e nos ama com um amor particular, portanto, fala-nos de forma individual. O Senhor usa da linguagem à qual estamos acostumados, fala no idioma que compreendemos.

Vamos, então, observar alguns passos importantes nessa experiência:

– Buscar Deus. Isso é obvio, mas precisa ser dito. Não ouviremos o Senhor se não o buscarmos. Deus é uma pessoa, e quando queremos dialogar com uma pessoa, procuramos meios para chegar a ela. Busque momentos para estar com o Senhor, só com Ele, sem celular, sem música nem leitura, apenas com o Pai. “Quando rezar, entre no seu quarto, feche a porta e reze ao seu Pai” (Mt 6,6).
– Fale o que você quer falar. Muitos sofrem, pois ficam com a cabeça cheia durante a oração, pensam em muitas coisas, veem muitas situações e se distraem facilmente. O que pode nos ajudar é, ao chegarmos à capela, falarmos para Deus tudo o que queremos, gastar uns dez minutos de limpeza da mente, falar do cansaço, do trabalho, da família, e, após isso, silenciar um pouco.
– O desejo de ouvir, às vezes, atrapalha. Muitas vezes, criamos ansiedade e expectativas que nos atrapalham. A tensão não colabora para que nosso coração encontre o coração de Deus. É importante que haja liberdade em estar com Ele, sem obrigações nem cobranças. Não cobre Deus para que fale, e não se cobre uma atitude ou a necessidade de fazer alguma coisa. Esteja livremente junto d’Ele.
-Silencie. Estamos falando de diálogo, uma grande dificuldade da relação humana, pois não aprendemos a ouvir o outro. A agitação e o ritmo acelerado que a sociedade vive nos deixam sempre apressados, querendo tudo para agora. Assim, não deixamos as pessoas falarem, antecipamo-nos à fala do outro, queremos adivinhar o que ele vai dizer. Do mesmo jeito que agimos com as pessoas, na agitação, transferimos para Deus. Após um momento de oração, de dizer tudo o que quer a Deus, é importante dar tempo para que Ele fale, é necessário silenciar no ambiente e em nosso coração. O princípio de uma boa escuta é dar tempo para o outro falar.

Deus realmente falou comigo?

Deparamo-nos, às vezes, com essa dúvida. Para isso, precisamos sempre ter em mente que o Senhor não se contradiz. Por isso, se aquilo que ouvirmos for contra alguma lei que Ele já instituiu, contra o amor ao outro ou contra a Igreja, ficará fácil saber que não vem d’Ele.
Conforme criamos intimidade com o Senhor, reconhecemos com mais rapidez Sua voz em nossa consciência. Ele também nos fala nos fatos, na Bíblia, por meio de uma música ou por intermédio de outra pessoa. Particularmente, eu já O ouvi num momento de contemplação a Jesus Eucarístico. O Senhor também já falou diretamente ao meu coração. Em um outro momento, Ele respondeu minha pergunta por meio de um fato: eu queria saber se era da vontade d’Ele que algo acontecesse em minha vida, e as coisas se esclareceram de tal forma, que eu vi a mão de Deus agindo sobre mim.
Diante das experiências que trago, há um ponto importantíssimo que prova, realmente, se Deus falou comigo. Quando Ele fala, Suas palavras ecoam por muito tempo, e o que Ele diz se cumpre. “O que disse, executarei; o que concebi, realizarei” (Isaías 46,11). Deus é fiel ao que diz, e o que Ele fala fica gravado em nós, não se apaga, porque Sua voz ecoa em nossa existência.
O Senhor deseja cultivar, com cada um de Seus filhos, uma relação pessoal e íntima. Reze e peça essa intimidade ao Espírito Santo, pois Ele é o mediador.
Que o Senhor nos dê um coração aberto e ouvidos atentos à Sua voz.

Fonte: Canção Nova

Quaresma, tempo de jejum e penitência

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018


Você sabe para que serve o jejum?

A Igreja nos propõe o jejum como uma maneira de nos educar, de aprendermos a dominar nosso corpo e também nossas inclinações. O jejum e a penitência não são para que sintamos fome ou passemos necessidade. A penitência é “uma reorientação radical de toda a vida, um retorno, uma conversão para Deus de todo o nosso coração” (cf. Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 1431). Ou seja, essas práticas espirituais servem para nos ajudar a encontrarmos a Deus por meio da oração.
A Igreja “contém pecadores no seu seio” (CIC, n. 1428) e é,  “ao mesmo tempo, santa e necessitada de purificação, prosseguindo constantemente no seu esforço de penitência e renovação”. “A penitência interior do cristão pode ter expressões muito variadas. A Escritura e os padres insistem sobretudo em três formas: o jejum, a oração e a esmola que exprimem a conversão” (CIC, n. 1434).

Foto ilustrativa: Tituz by Getty Images
Os jejuns e as mortificações, embora sejam atos exteriores, impelem-nos à oração, a uma melhor escuta de Deus por meio da temperança, do espírito de sacrifício, de equilíbrio do corpo e da mente, levando-nos a essa conversão interior. Inclusive, recomenda-se que o gesto do jejum seja acompanhado da partilha do alimento não consumido, com os necessitados. O tempo litúrgico da Quaresma tem essa dimensão penitencial de revisão interior, mas também, de amor concreto ao próximo.

Por que a Igreja recomenda essa prática espiritual?

É importante saber que o jejum é uma prática muito mais interior do que exterior, não é apenas algo que se deixa de comer, mas tem um propósito: abster-se de certos alimentos. O jejum não é uma dieta, mas uma prática espiritual que visa uma intimidade maior com Deus. O jejum é para a conversão, e também, para que amemos mais a Deus e ao próximo. O Papa Leão Magno aconselhava:
“Mortifiquemos um pouco o homem exterior, para que o interior seja restaurado. Perdendo um pouco do excesso corpóreo, o espírito robustece-se”. As práticas penitenciais são tão importantes na busca da conversão que, a observância de algumas delas, foram indicadas como um dos mandamentos da Igreja. Muito mais do que preceitos, essas práticas penitenciais revelam ser busca pela perfeição no amor.
O quarto mandamento da Igreja diz que é preciso “jejuar e abster-se de carne, conforme manda a Santa Mãe Igreja”. Os dias e tempos penitenciais, em toda a Igreja, são todas as sextas-feiras do ano, e o tempo da Quaresma. Estão obrigados à lei da abstinência, os católicos que tiverem completado catorze anos de idade, e obrigados à lei do jejum todos os católicos maiores de idade até os sessenta anos começados.

Jejum  e abstinência

A abstinência de carne ou de outro alimento, segundo as prescrições da Conferência dos Bispos, devem ser observadas em todas as sextas-feiras do ano, a não ser que coincidam com algum dia enumerado entre as solenidades. Na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, devem ser observados o jejum e a abstinência. (Código de Direito Canônico, cânon 1250).
No Brasil, a CNBB afirma que, o fiel católico brasileiro pode substituir a abstinência de carne por uma obra de caridade, um ato de piedade ou trocar a carne por outro alimento.
Monsenhor Jonas Abib, fundador da Comunidade Canção Nova, apresenta em seu livro “Práticas de Jejum”, quatro tipos de jejum, para nos mostrar que todos podem fazê-lo, desde que, escolha qual se adeque mais à sua realidade.
Confira os tipos de jejum e como o fazer nesse infográfico.
Regiane Calixto, Missionária da Comunidade Canção Nova

Por ocasião da Sexta-feira da Misericórdia, Padre Marcondes Meneses visita idosas da Casa da Divina Misericórdia, no bairro dos Bancários

sábado, 17 de fevereiro de 2018


 

Por ocasião do Jubileu da Misericórdia celebrando durante 8 de dezembro de 2015 a 20 de novembro de 2016, o Papa Francisco criou e praticou e continua praticando uma iniciativa chamada “Sextas-Feiras da Misericórdia”.
 
Seu objetivo era poder motivar a prática da misericórdia de forma concreta e não apenas de palavras. Para isso, devemos nos deixar envolver pelo Espírito Misericordioso do Senhor, isto é, acolhidos pelo Seu amor inclusive com as nossas misérias; e, como fruto dessa experiência pessoal da misericórdia divina, abrir o nosso próprio olhar e o nosso coração ao próximo, que, assim como nós, também é cheio de misérias e precisa ser acolhido tanto por Deus quanto pelos outros.
 
Nossa Paróquia, seguindo o exemplo do Papa Francisco, vai ao encontro de quem não pode vir a Igreja. 
 
Nas sextas-feiras da quaresma, nosso Pároco, os diáconos, ministros extraordinários da Comunhão e membros das mais diversas pastorais, serviços e segmentos, farão um verdadeiro mutirão de visitas aos irmãos e irmãs doentes, idosos, situações de vulnerabilidade, encarcerados etc.
 
Ontem, dia 16 de fevereiro de 2018, iniciamos a realização das Sextas-Feiras da Misericórdia, visitando a Casa da Divina Misericórdia, uma Instituição radicada em nosso bairro, que cuida de idosas em idade avançada. 
 
O Pe. Marcondes Meneses, juntamente com o Diácono Luís Carlos, acompanhado de leigos, rezaram com estas mulheres, em seguida foi conferida Unção dos Enfermos a todas.



Também, foram feitas algumas visitas a idosos e doentes em suas residenciais.Venha participar conosco desta experiência de amor e solidariedade! 
 
Lembrem-se: Toda Sexta nos encontramos na Igreja Menino Jesus as 15h e saímos em missão.

O jejum precisa fazer parte da nossa vida

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

 

 O jejum é uma proposta da renovação da força espiritual

Não façais jejum com esse espírito, se quereis que vosso pedido seja ouvido no céu. Acaso é esse jejum que aprecio, o dia que uma pessoa se mortifica? Trata-se talvez de curvar a cabeça como junco, e de deitar-se em saco e sobre a cinza? Acaso chamas a isso jejum, dia grato ao Senhor?” (Is 58, 1-9a).

O jejum faz parte das nossas práticas religiosas e nem digo das práticas quaresmais, e ele precisa fazer parte da nossa vida. O jejum nos disciplina e liberta da escravidão que temos dos alimentos, das coisas materiais e de tantas outras coisas. O jejum tem uma função disciplinadora em nossa vida, mas muitas pessoas podem jejuar e nem serem religiosas, por isso, o nosso jejum não pode ser simplesmente uma abstinência de alimentos, deixar de comer isso e aquilo. Ele tem um sentido espiritual profundo e nos coloca em comunhão com o Senhor, pois é a opção que fazemos.
Nem só de pão vive o homem, mas nós vivemos da Palavra do Senhor, da comunhão com Deus e da intimidade e da relação com Deus.
Eu me abstenho de comer para me relacionar com o Senhor. E, aquilo que o profeta Isaías está falando para nós, é algo muito importante para entendermos o espírito do jejum, porque não basta simplesmente jejuar e colocar-se em oração, é preciso que o jejum quebre em nós o junco da escravidão, do pecado e do mal.
É preciso quebrar em nós, aquelas coisas que nós, humanamente falando, não conseguimos resolver . O ressentimento que temos, a mágoa que cultivamos e as relações que nós não conseguimos resolver. O jejum, por excelência, tem um poder espiritual no combate desta vida. Ele nos coloca em comunhão com Deus, conosco e uns com os outros.
Não “abramos mão” da força do jejum! E, o mais importante aqui, não é quantidade de alimentos que deixamos de comer, e sim, que se faça jejum espiritual, em oração, e de renovação espiritual.
Precisamos ter um propósito, uma disposição, uma vontade de saber partilhar e compartilhar o que tenho com os outros.
Quando eu me proponho a fazer um jejum, proponho também tirar tudo o que eu tenho, das posses que tenho para olhar para quem não costumo olhar, que são os mais pobres, sofridos e os necessitados.
Há pessoas que fazem jejum quase a vida inteira, porque não tem o que comer. Nos excessos que temos, que possamos cuidar daqueles que não têm.

Deus abençoe você!

Fonte: Canção Nova

Dom Delson prega tolerância e cobra da gestão pública combate à violência

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018



O arcebispo da Paraíba, Dom Manoel Delson, pregou a tolerância às diferenças e cobrou compromisso, inclusive dos gestores públicos, com o combate à violência. A mensagem fez parte do sermão durante a celebração da missa de quarta-feira de cinzas, na Catedral de Nossa Senhora das Neves, que também marcou o início da quaresma e o lançamento da Campanha da Fraternidade, em João Pessoa. Centenas de fiéis acompanharam a celebração.
Este ano, o tema da Campanha da Fraternidade é “Fraternidade e Superação da Violência”. O lema da campanha é “Vós sois todos irmãos”, baseado em um texto do evangelho de São Mateus. “Precisamos rever nossa cultura da resposta violenta, da intolerância, substituindo por uma cultura do amor, da paz, do respeito às diferenças, seja de religião, de sexo, de cor. Precisamos respeitar a todos, porque todos somos irmãos em Cristo”, disse Dom Delson.
O arcebispo fez questão de ser enfático na fala sobre o respeito às diferenças: “Não podemos agir com violência se uma pessoa tem uma opção sexual diferente da nossa. Porém, temos que acabar também com a intolerância de minorias, que tentar impor suas formas de pensar para a maioria. O diálogo respeitoso precisa definir o respeito entre os semelhantes”, acrescentou.
Sobre o combate à violência, Dom Delson disse que todos somos responsáveis. “Cada um tem que fazer o seu papel, desarmando os espíritos, preferindo as respostas de amor às respostas de ódio. E a convocação para que cada um faça a sua parte envolve também os gestores públicos, responsáveis pela promoção de políticas de combate e prevenção à violência. Todos precisam ser responsáveis, inclusive os gestores públicos”, cobrou.
A missa desta quarta-feira (14) deu início à Quaresma, um dos eventos mais importantes do ano para o povo católico. São quarenta dias de penitência e orações mais intensas. “É um período dedicado à reflexão, orações, estudos e jejuns, com vistas à preparação para o domingo de Páscoa”, explicou o arcebispo.
Campina Grande
A Campanha da Fraternidade também foi lançada nesta quarta em Campina Grande, em uma missa realizada na Catedral de Nossa Senhora da Conceição, presidida pelo bispo Dom Dulcênio Fontes. O líder da igreja local falou sobre o que acredita ser efetivo no combate à violência. “As ações pontuais não resolverão o problema, apenas tapearão o mal entranhado da violência, por isso não apostamos nas atitudes violentas da repressão, porque cremos que o diálogo muito poderá fazer para resolver”, disse.
Já o padre Saulo Rodrigues criticou um dos lemas mais falados no país. “Fomos acostumados com a ideia de que vivemos em um país abençoado por Deus e bonito por natureza, o que não é verdade. Para se ter uma ideia, os traficantes educam as crianças para a violência. Os traficantes compram armas de brinquedo para incentivar esta cultura da violência. As mídias promovem este comportamento e tornam aquilo comum”, disse.
*Com texto de Ainoã Geminiano e Wênia Bandeira, do Jornal Correio da Paraíba

“Para, olha e regressa”, é convite do Papa no primeiro dia da quaresma

Na Santa Missa desta Quarta-feira de Cinzas, Francisco sublinhou a importância do cristão parar, olhar e regressar a Deus

Da redação
Papa Francisco durante homilia desta quarta-feira, 14 /Foto: Reprodução CN
“Para, olha e regressa”, este é o convite feito pelo Papa Francisco na Santa Missa desta Quarta-feira de Cinzas, 14, celebrada no Vaticano, em Roma. Neste dia de jejum e penitência, o Santo Padre sublinhou a necessidade dos cristãos aproveitarem o tempo da quaresma para desmascararem tentações e deixarem o coração voltar a bater segundo as palpitações do coração de Jesus.
Segundo Francisco neste tempo de reflexão e correção do coração, a Igreja propõe que todos os fiéis se atentem a tudo que possa “arrefecer” e “oxidar” o coração. “Cada um de nós conhece as dificuldades que deve enfrentar, e é triste constatar nas vicissitudes diárias como se levantam vozes que aproveitando-se da amargura e da incerteza, (…) semeam o fruto da desconfiança, que é a apatia e a resignação. Demônios que paralisam e cauterizam a alma”, refletiu.
Diante das dificuldades enfrentadas rotineiramente pelos cristãos, o Pontífice sublinhou a importância do cristão parar, olhar e regressar a Deus neste momento de introspecção proposto pela Igreja. A primeira sugestão proposta pelo Papa, a de parar, pede de acordo com o Santo Padre, para que a agitação e a dispersão sejam deixadas de lado para que o coração se esvazie de amargura, do que divide e destrói, para se ocupar do tempo da família, da amizade, dos filhos, dos avós, da gratuidade e do tempo de Deus.
Francisco prosseguiu aconselhando os fiéis a pararem com a necessidade de aparecer e serem vistos, com comentários desdenhosos, com a ânsia de controlar tudo, com ruídos na fé, com atitudes que fomentam sentimentos estereis e infecundos, com tudo que priva a criação de raízes e laços, que é instantâneo, momentâneo e efêmero. O pontífice prosseguiu pedindo um olhar mais fecundo sobre as pessoas e o mundo.
O convite de Francisco aos cristãos é para um olhar do que os impede de seguir a caridade, aos esforços das famílias para serem um lar de amor, às crianças e aos jovens carregados de futuro e esperança, aos idosos portadores da memória viva de um povo, aos doentes que lembram o valor da vida que não pode ser calculada nem medida, e aos que lutam para mudar as situações e realidades para seguirem em frente.
“Olha e contempla o rosto concreto do Cristo crucificado por amor de todos, sem exclusão (…). Olha o seu rosto, que é convite cheio de esperança deste tempo de quaresma para vencer os demônios da desconfiança, da apatia e da resignação. Rosto que nos convida a exclamar: o reino de Deus é possível!. Para, olha e regressa. Regressa a casa de teu Pai, regressa sem medo aos braços ansiosas e estendidos do teu Pai Rico em Misericórdia que te espera. Regressa, sem medo este é o tempo oportuno de voltar para casa, a casa do meu Pai, do vosso Pai”, afirmou o Pontífice.
O Santo Padre encerrou a homilia ressaltando que a quaresma é tempo de deixar o coração ser tocado, e alertou: “Permanecer no caminho do mal é fonte apenas de ilusão e tristeza. A verdadeira vida é outra coisa, muito bem diferente e bem sabe o nosso coração, Deus sabe o nosso coração, Deus não se cansa e jamais se cansará de estender a mão”. Por fim, o Papa convidou todos a retornarem sem medo à ternura sanadora e reconciliadora de Deus. “Deixa que o Senhor cure as feridas do pecado e cumpra a profecia feita aos nossos pais: dar-vos-ei um coração novo e introduzirei em vós um espírito novo, arrancarei do vosso peito o coração de pedra e vos darei um coração de carne”, finalizou.

Fonte: Canção Nova

Qual é o convite que a Quarta-feira de Cinzas nos faz?

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Entramos no tempo da Quaresma com a Quarta-feira de Cinzas, período que antecede a Semana Santa

Ocasião de nos preparemos para a maior de todas as celebrações da Igreja: a Ressurreição de Cristo, nossa Páscoa. E este tempo de preparação se inicia hoje, na Quarta-feira de Cinzas. Na celebração deste dia, cinzas são colocadas na nossa cabeça ou na testa para que nos lembremos de onde viemos e para onde vamos: “Como um pai tem piedade de seus filhos, assim o Senhor tem compaixão dos que o temem, porque ele sabe de que é que somos feitos, e não se esquece de que somos pó” (Sl 102,14).
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Foto ilustrativa: sterlsev by Getty Images
Este é um tempo favorável a nós. Mas, para que possamos ressuscitar com Cristo, talvez seja necessário mudarmos a direção da nossa vida. Por isso, no momento em que recebemos as cinzas, ouvimos o seguinte versículo bíblico: “Convertei-vos e crede no Evangelho” (cf. Mc 1,15). Mas, vamos antes entender onde está situado esse importante alerta de conversão.
No Evangelho de São Marcos, esse trecho está no capítulo 1 (um). O livro tem uma abertura, na qual apresenta o objetivo principal do Evangelho: a afirmação de que Jesus é o Filho de Deus (1,1). Segue com a apresentação de João Batista (1,2-8). No versículo 9, Cristo aparece pela primeira vez no Evangelho para ser batizado por João (1,9-11). Por fim, Ele passa 40 dias no deserto onde é tentando pelo demônio (1,12-13).
No Evangelho de São Marcos, todas estas passagens são apresentadas sem que se ouça a voz de Jesus. Todos os diálogos d’Ele, nessas cenas que conhecemos de outros Evangelhos, São Marcos suprime. A primeira fala de Jesus colocada por esse evangelista é a primeira pregação feita pelo Mestre, e é sobre conversão: “Depois que João foi preso, Jesus dirigiu-se para a Galileia. Pregava o Evangelho de Deus e dizia: ‘Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; convertei-vos e crede no Evangelho’” (Mc 1,15).

Essa primeira fala de Jesus, no Evangelho de São Marcos, pode ser divida em três partes:

1) Cumpriu-se o tempo – a espera das promessas do Antigo Testamento relacionadas à vinda do salvador acabou, pois, Ele está no meio de nós.
2) O Reino de Deus está próximo – este reino é o próprio Jesus. Ele que vem ao encontro de cada um de nós.
3) Convertei-vos e crede no Evangelho – mas, para que nós experimentemos essa presença real de Jesus, para que vivamos o seu reino é preciso conversão.
E converter significa mudar de caminho. É necessário assumir o caminho proposto no Evangelho, que é o próprio Cristo: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Cf. Jo,14,6).
Assim, começamos a Quaresma na Quarta-feira de Cinzas, ouvindo, segundo o Evangelho de Marcos, a primeira pregação de Jesus, um convite à conversão. Um convite para que, nestes quarenta dias, possamos refletir por quais caminhos temos andado. Um convite para conhecermos e seguirmos pelo caminho que é o próprio Cristo. Um convite para, no caminho que é Cristo, encontrarmos uma vida nova, a ressurreição.

Fonte: Canção Nova

Existe relação entre o carnaval e o Cristianismo

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

O carnaval provavelmente surgiu antes do Cristianismo 

Vários autores explicam que o nome “carnaval“, a partir da palavra latina “carne vale”, isto é, “adeus, carne” ou “despedida da carne”, significa que, nesta festa, o consumo de carne era considerado lícito pela última vez, antes dos dias de jejum quaresmal. Outros estudiosos recorrem à expressão “carnem levare”, ou seja, suspender ou retirar a carne.
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Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com
O Papa São Gregório Magno (590-604), teria dado ao último domingo, antes da Quaresma (domingo da Quinquagésima), o título de – dominica ad carnes levandas – o que teria gerado “carneval” ou “carnaval”.
Já, um grupo de etimologistas, apela para as origens pagãs desta festividade. Entre os gregos e romanos costumava-se fazer um cortejo com uma nave, dedicado ao deus Dionísio ou Baco, festa que chamavam em latim de “currus navalis”, cujo significado em português é “nave carruagem”, de onde teria vindo a forma “carnavale”. Não é fácil saber a real origem do nome.

Fantasias e alegorias são anteriores a era cristã

As mais antigas notícias do que hoje chamamos de “carnaval” datam, como se crê, do século VI antes de Cristo, na Grécia. Há pinturas gregas em vasos, com figuras mascaradas, desfilando em procissão ao som de músicas em honra do deus Dionísio, com fantasias e alegorias certamente anteriores a era cristã.
Outras festividades semelhantes aconteciam na entrada do novo ano civil (mês de janeiro) ou pela aproximação da primavera, na despedida do inverno.
Eram festas religiosas dentro da concepção pagã e da mitologia, cuja intenção era a de, com esses ritos, expiar as faltas cometidas no inverno ou no ano anterior, e pedir aos deuses a fecundidade da terra e a prosperidade para a primavera e o novo ano.
Por exemplo, para exprimir o cancelamento das culpas passadas, encenava-se a morte de um boneco que, depois de haver feito seu testamento e um transporte fúnebre, era queimado ou destruído. Em alguns lugares, havia a confissão pública dos vícios.
A denúncia das culpas, muitas vezes, tornava-se algo teatral, como, por exemplo, o cômico Arlequim que, antes de ser entregue à morte, confessava os seus pecados e os alheios.

Festividades carnavalescas

Tudo isso parece ter gerado abusos estimulados com o uso de máscaras, fantasias, cortejos, peças de teatro entre outros. As religiões ditas “de mistérios” provenientes do Oriente, muito difusas no Império Romano, concorreram para o fomento das festividades carnavalescas. Essas tomaram o nome de “pompas bacanais” ou “saturnais” ou ainda “lupercais”.
Como essas demonstrações de alegria tornaram-se subversivas da ordem pública, o Senado Romano, no século II a.C., resolveu combater os bacanais e seus adeptos foram acusados de graves ofensas contra a moralidade e contra o Estado.
Essas festividades populares podiam ser no dia 25 de dezembro (dia em que os pagãos celebravam Mitra ou o Sol Invicto) ou o dia 1º de janeiro (começo do novo ano), ou outras datas religiosas pagãs.

Transformar o Carnaval com Princípios do Evangelho

Quando o Cristianismo surgiu, já encontrou esses costumes pagãos. Como o Evangelho não é contra as demonstrações de alegria, desde que, não se tornem pecaminosas; os missionários, em vez de se oporem formalmente ao carnaval, procuraram cristianizá-lo, no sentido de depurá-lo das práticas supersticiosas e do mitológico.
Aos poucos, as festas pagãs foram sendo substituídas por solenidades do Cristianismo (Natal, Epifania do Senhor ou a Purificação de Maria, dita “festa da Candelária”, em vez dos mitos pagãos celebrados a 25 de dezembro, 6 de janeiro ou 2 de fevereiro).
Por fim, as autoridades da Igreja, parecem ter conseguido restringir a celebração oficial do carnaval aos três dias que precedem a Quarta-feira de Cinzas. Portanto, a Igreja não instituiu essa festa; ela teve, porém, de reconhecê-la como fenômeno existente, para isso, procurou subordiná-la aos princípios do Evangelho.
A Igreja procurou, também, incentivar os retiros espirituais e a adoração das “Quarenta Horas”, nos dias anteriores à Quarta-feira de Cinzas; sobretudo, fortaleceu a Quaresma.

Fonte: Canção Nova

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