O veneno vem da murmuração, vem da reclamação e vai nos enfraquecendo, vai tirando a vida de Deus em nós
“Durante a viagem, o povo começou a impacientar-se, e se pôs a
falar contra Deus e contra Moisés, dizendo: “Por que nos fizestes sair
do Egito para morrermos no deserto? Não há pão, falta água, e já estamos
com nojo desse alimento miserável” (Nm 21,4-5).
O Livro dos Números narra um momento muito delicado da caminhada do
povo de Deus no deserto; do povo que saiu da escravidão do Egito, rumo à
terra prometida, mas, no meio da caminhada o povo sente o cansaço, a
dor e por causa disso começam a reclamar, murmurar; começam a maldizer e
atacar a Moisés e a Deus.
É assim que acontece no processo da libertação humana; o processo de
restauração, de renovação, o processo de caminhar na vida é assim. Não
vamos caminhar pelo deserto todo, esperando sombra e água fresca, pelo
contrário, é uma luta. Teremos provações, inimigos no meio da caminhada.
Mas é importante mantermos a serenidade da alma, a fé e a confiança em
Deus. Não nos esquecermos de que Deus está sempre nos libertando, nos
conduzindo pela mão, mesmo em meio as duras provações.
Um dos grandes males da nossa vida é esse nosso jeito de reclamar por
tudo, e quanto mais reclamamos, mais azeda e amarga torna-se a nossa
vida. De tanto aquele povo reclamar e murmurar vieram serpentes
venenosas que mordiam, picavam aquele povo e muita gente morreu em
Israel.
O veneno vem da murmuração, vem da reclamação e vai nos
enfraquecendo, vai tirando a vida de Deus em nós. Precisamos nos
prevenir e não deixar que esse veneno cresça em nós, que essa erva
daninha que é maligna esteja conduzindo os nossos pensamentos e os
nossos sentimentos.
Estamos no meio da nossa caminhada Quaresmal, muitos desanimam no
meio dela, muitos começam a sentir o peso no combate espiritual. Estamos
no meio da nossa vida, rumo a Deus e quando algumas coisas apertam,
muitos preferem reclamar, dizer mal, falar da Igreja e seguem outros
caminhos. Muitos preferem voltar para a vida antiga e para o pecado.
Não tenhamos saudade das cebolas do Egito (Cf. Nm 11,5). Por mais
dura que esteja a nossa vida Deus está conosco, é preferível comer o pão
amargo, o pão que estamos comendo, enfrentar as durezas e, muitas
vezes, o deserto da vida, do que nos afastar do Senhor para seguir as
ilusões que parecem ser melhores.
Deus nos conduza e nos purifique de toda amargura e murmuração que cresce em nosso coração.
Deus abençoe você!
Fonte: Canção Nova
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