Prefigurações do mistério da cruz, ato perfeito de adoração
“Como termo e ápice da vida terrestre de Jesus,
o sacrifício da cruz é Sua obra por excelência, pela qual glorifica o
Pai de maneira completamente única. Esse sacrifício representa a obra
que realmente identifica os direitos soberanos que Deus tem sobre o
homem e sobre toda a terra.”
Monte Moriá – sacrifício de Abraão
Um dos primeiros montes da Terra Santa citado nas Escrituras, o Moriá
ficou conhecido como o Monte da Provação. Foi nesta elevação que Abraão
levou seu filho único, Isaac, ao sacrifício por amor a Deus (Gn
22,2-18)
Monte Moriá – sacrifício de Isaac
Foi também no Moriá que o Rei Salomão construiu o Templo de Deus.
Hoje, o Moriá é conhecido como “Montanha das Lá- grimas”. Após a
destruição do templo, restou apenas uma muralha na qual judeus de todo o
mundo choram seu exílio, o Muro das Lamentações.
No momento mesmo em que tudo parece correr bem na vida de Abraão,
isto é, quando, depois de longa espera, pode ele, enfim, gozar da
presença do filho da promessa, crescendo sob seus olhos, que quer Deus
provar a fidelidade de seu amigo Abraão e assim, sondar-lhe os
sentimentos do coração.
Como poderia, pois, Deus contradizer-se e exigir que Isaac fosse
oferecido em holocausto? Por que tal mudança na vontade de Deus, se
Abraão nada fizera para merecer tal castigo?
“Pede Deus a Abraão que imole por Ele, unicamente por Ele, porque
esta é a Sua vontade, aquilo que Abraão mais ama, que é mais intimamente
ligado ao seu coração de homem, que dá pleno sentido à sua vida de
patriarca, que constitui a esperança única de sua velhice, Isaac. Além disso, exige Deus de Abraão a força heroica de executar pessoalmente este sacrifício”.
Amizade com Deus
Deus quer que Sua vontade não seja apenas aceita com resignação; Ele
quer, ao contrário, que Sua vontade seja aceita como a vontade de um
amigo, que coopera livremente, ainda que o coração se sinta triturado no
que tem de mais sensível, de mais íntimo e amável.
Somente Deus pode exigir de um amigo predileto tal holocausto,
porque, de um lado, Ele é Deus; de outro lado, Autor da vida e da morte;
e ainda de outro lado, o verdadeiro amigo
de Deus, preferindo-O aos seus mais excelentes dons, torna-se, por isso
mesmo, de tudo sacrificar, de tudo destruir, antes do que causar
desprazer a Deus. Somente Abraão, como amigo predileto de Deus, é que
podia aceitar semelhante vontade divina sem discutir, unicamente porque
era a vontade d’Aquele que ele amava acima de tudo.
Sacrifício verdadeiramente interior, de três dias, que ele oferece a
Deus na execução de Sua vontade. Esse holocausto interior de obediência é
o do amigo que, em plena lucidez, em plena consciência, na obscuridade
total da fé
e no despojamento de uma esperança pobre, oferece a Deus seu tesouro
vivo, justamente aquilo que, depois de Deus, ele mais forte e mais
intensamente ama.
Atitude daquele que adora
O sacrifício do filho, pedido por Deus a Abraão, é inteiramente
gratuito onde Deus exige de Abraão o seu único tesouro, oferecido sem
reserva. O amigo de Deus deve, antes de tudo, oferecer interiormente o
tesouro do seu coração. E se esta oferta interior é verdadeira, a Deus
basta. Isaac foi restituído ao pai. À luz do sacrifício de Isaac no
Monte Moriá compreendemos: 1. “Adorar é oferecer a Deus a pérola
preciosa do nosso coração”; 2. Somente é capaz de realizar este ato de
oferta quem é Amigo de Deus; 3. É necessário um caminho de lucidez e
plena consciência da sua verdade interior; 4. Urge trilhar um caminho de
conhecimento (experiência) de Deus por meio da oração. “À quem dá tudo, dá a Deus ainda mais”.
“Na adoração não mais me ocupo de mim mesmo, dos meus conflitos
interiores, das minhas feridas, mágoas e dos meus problemas; mas, ao
contrário, busco estar com os olhos fixos somente para meu Deus. Não me
lembro mais de mim mesmo, porque Deus me tomou totalmente, porque,
unicamente, ele é importante para mim, ele é o meu Senhor,
o meu Salvador. O interessante é que, esquecendo-me de mim mesmo,
torno-me presente para mim mesmo, torno-me verdadeiro, totalmente eu
mesmo com tudo aquilo que está dentro do meu interior. Diante do Senhor
não preciso de máscaras” (p.14).
Espírito Santo: amigo que revela os mistérios do Reino
(…) Nossa primeira atitude deve ser pedir o Espírito Santo e abrir o
coração para que Ele nos ensine a falar com Deus. É Ele quem nos inspira
a dizer palavras de gratidão ao Senhor. É ele quem nos faz tomar
consciência do bem que o Senhor faz por nós. É ele quem nos convence do
amor de Deus por nós. Quando vamos ao Senhor de coração sincero, o
Espírito Santo organiza as coisas dentro de nós, pois nosso coração, na
maioria das vezes, encontra-se agitado com muitos sentimentos, confuso,
perdido e sem a intervenção do Espírito,
que vem para ordenar e aquietar o nosso ser é impossível agradar a
Deus. Só assim posso me tornar livre, voltar para Deus para amá-Lo por
meio da oração” (p. 120).
Leia mais:
::A riqueza da leitura meditada e orante da Palavra de Deus
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::O que é a fé? O que significa crer nos dias de hoje?
::Os melhores dons são aqueles que recebemos de Deus
“A disciplina gera santos” (D. Gambino)
(…) Nesta escola, é preciso disciplinar-se, pois “a disciplina gera
santos” (D. Gambino). Para que a disciplina aconteça, é necessário que
haja organização. Precisamos organizar a nossa vida em todos os
sentidos: organizar nossa vida com Deus, nossa vida de trabalho, nosso
interior, nossa casa. Enfim, faz-se necessário começar por essa retomada
pela organização das mínimas às grandes coisas que envolvem a nossa vida.
Na nossa vida nada deve ficar entulhado. A revisão de vida nos leva a
uma maior intimidade com o Senhor, acalma nosso interior agitado,
faz-nos perceber a ação da providência Divina em nossas vidas.” (p 112).
Fonte: Canção Nova
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