A Missa e a sua estrutura
Caros leitores, este é o nosso segundo artigo da série sobre a “Santa Missa”. No primeiro artigo, vimos sobre a Liturgia
da Missa, o sacramento da Eucaristia e as partes nas quais se divide a
Santa Missa. Neste artigo, trabalharemos a estrutura, os elementos, as
partes, as funções e os ministérios da Missa.
Antes de falarmos dos elementos da Missa, é preciso saber que a
Liturgia traz um aspecto de beleza, por isso, é necessário compreender
que a beleza é encontrada na harmonia e na ordem. Existe um valor
estético na Liturgia da Missa, pois, a beleza encontrada na ordem, é uma
maneira de elevar a alma para Deus. Contudo, a estética nunca pode ser
considerada como finalidade da Missa. Sabemos que, Deus é a beleza
infinita e o belo do Rito leva a beleza de Deus.
A Missa e seus elementos
Um dos elementos na Santa Missa são as leituras. Essas realizadas
dentro da Liturgia são momentos imprescindíveis que Deus fala ao povo.
Um grande mestre nas Sagradas Escrituras,
São Jerônimo, nos ensinou que: “Ter contato com os textos Sagrados é
essencial para o crente, pois, ignorar as Escrituras é ignorar o próprio
Cristo”. Assim, como São Jerônimo, todos os santos dão ênfase no
contato com as Sagradas Escrituras e o “lugar” solene de proclamação das
leituras bíblicas é na Santa Missa.
Outro elemento da Missa é a Oração Eucarística. Essa pertence ao sacerdote, nem diáconos ou leigos podem fazê-la. A Oração
Eucarística é o ápice e centro da ação litúrgica e deve-se ter toda a
atenção, porque o sacerdote está fazendo as vezes de Cristo, dirigindo
as orações a Deus em nome do povo e de todos os presentes.
A Oração Eucarística ainda se divide em: Prefácio (convidando os
fiéis a elevarem os corações a Deus, o prefácio introduz a assembleia no
Mistério Eucarístico), o Santo (aclamação a Deus realizada pelo céu e
terra, ou seja, por todo o universo), a invocação do Espírito Santo e
Consagração (através d’Ele Cristo realiza a sua obra na terra e
transforma o pão e vinho em Corpo e Sangue de Cristo), as Preces e
intercessões (a Igreja pede pela unidade, intercede pelo Papa e seus
auxiliares e intercede pelos fiéis) e a Doxologia final (é usada apenas
pelo sacerdote para glorificar a Deus).
As partes da Missa
A Missa é dividida em várias partes, além das duas principais
(Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística já faladas no artigo
anterior) quero abordar mais detalhadamente as demais partes. São elas:
os Ritos Iniciais, o Rito da Comunhão, o Rito da Paz e os Ritos Finais.
Os Ritos Iniciais são compostos pela entrada do sacerdote, pelo sinal da Cruz
e saudação aos fiéis, pelo Ato Penitencial, pelo Glória e pela Oração
da Coleta. A entrada do sacerdote acontece com o cântico inicial, entram
juntamente com o padre: o diácono (caso tenha) e os ministros que
ajudarão o sacerdote. A procissão de entrada acontece solenemente, pois
significa o trajeto feito por Cristo até o Calvário. Essa solenidade é
porque, na Missa, acontece o mesmo sacrifício de Jesus, porém, agora,
sobre o altar que se encontra no presbitério.
O sinal da Cruz e saudação aos fiéis são os ritos introdutórios da Santa Missa, pois toda a celebração acontece no espaço da Santíssima Trindade, afirma o Papa Francisco. Tem-se, também, o Ato Penitencial
que é um convite ao fiel para reconhecer-se pecador e necessitado da
misericórdia de Deus; terminando com a absolvição do padre, no entanto,
sem a mesma eficácia do sacramento da penitência.
O Glória é um hino perfeito de louvor, porque dirige-se ao Pai e a
Jesus Cristo pela unidade do Espírito Santo. E, finalizando os ritos
iniciais, temos a Oração da Coleta, convite do sacerdote à oração e,
nesse momento, cada fiel pode colocar interiormente suas intenções. Essa
oração feita pelo sacerdote sempre é dirigida a Deus, por Cristo, na
unidade do Espírito Santo.
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O Rito da Comunhão é composto pela oração do Pai-Nosso que tem
sentido comunitário; pela Oração da Paz que é um pedido de paz às
pessoas e para a Igreja. Nessa parte da Santa Missa, a Igreja reunida
pede a paz e a unidade para si e para toda a humanidade. Exemplo
seguido de Cristo que, após a ressurreição, deu aos seus apóstolos a
saudação da paz: “A paz esteja convosco”.
Passado esse momento, vem a fração do Pão (gesto realizado na última
Ceia) onde o sacerdote mergulha uma fração do Pão no cálice,
representando a união do Corpo e Sangue de Cristo. Logo após, temos a
Comunhão, onde cada fiel recebe Jesus, é um momento importantíssimo,
sendo assim, é necessário a consciência de tal atitude.
Por fim, acontecem os Ritos Finais com a saudação do sacerdote que
diz: “O Senhor esteja convosco” e a assembleia responde: “Ele está no
meio de nós” e, logo em seguida, se dá a bênção e o envio feito pelo
diácono (caso tenha) ou pelo presidente da celebração.
Funções e ministérios da Missa
Agora iremos definir as funções do diácono, do povo de Deus, do
acólito, do leitor, do salmista e do coral. Como estamos entendendo que a
Missa é, também, um banquete de Deus e somos todos convidados d’Ele,
nada melhor do que entender a função de cada um na celebração.
As funções do diácono na Missa são: proclamar o Evangelho,
pregar a Palavra, indicar as intenções da oração do fiéis, ajudar o
sacerdote, preparar o altar, distribuir a Eucaristia e, quando
necessário, indicar ao povo os gestos e atitudes corporais. Sua
participação é importantíssima e remontam o tempo dos primeiros cristãos
que foram escolhidos sete para auxiliar os Apóstolos.
Os fiéis representam o povo resgatado, a nação santa, que dá graças a
Deus, oferecendo, juntamente com o sacerdote, o santo sacrifício. Eles
formam um corpo, ora ouvindo a Palavra de Deus, ora respondendo com
orações e cânticos, gerando uma unidade própria da Liturgia da Missa.
O acólito, instituído pelo bispo para ajudar o sacerdote e o diácono,
tem as funções de preparar o altar, vasos sagrados e a função de
distribuir a Eucaristia. É importante a formação espiritual do acólito,
pois, muitas vocações sacerdotais surgiram com o serviço de acólitos.
Além da formação, possibilitar a ele uma melhor participação na Missa e
nas devidas funções.
O leitor, também é instituído pelo bispo para realizar as leituras
das Sagradas Escrituras. Com exceção do Evangelho, ele pode recitar as
intenções da Oração dos Fiéis e, na falta do salmista, recitar o salmo.
Na falta do acólito, pode ajudar o sacerdote e o diácono no serviço do
altar; na falta do leitor instituído, pode-se convocar outra pessoa para
realizar as leituras.
O salmista tem como competência proferir o salmo ou o cântico entre
as leituras. Esse deve proclamar as leituras com boa pronúncia e dicção,
proporcionando a todos a boa compreensão do que é lido.
Ao coral compete a função de executar os cânticos, as partes musicais
devidas e a animação como, também, a participação dos fiéis, para tal, é
necessário observar as rubricas. O cantor deve ter como característica
uma espiritualidade relacionada com a sua função na Missa.
Fonte: Canção Nova
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