Reflita sobre os tempos litúrgicos vivenciados pela Igreja
Com este artigo, chegamos ao fim de uma série de artigos em que tratamos da Santa Missa,
seus vários atributos e significados. Eles nos ajudaram a entendê-la um
pouco mais, para que assim possamos viver melhor tão grande mistério.
Neste último artigo, vamos tratar das festas e dos tempos especiais
durante o Ano Litúrgico.
Os tempos litúrgicos são divididos em Tempo do Advento, Tempo do Natal, Tempo da Quaresma e Tempo Pascal.
Para que servem esses tempos e suas divisões? A Igreja divide o ano em
tempos litúrgicos, a fim de deixá-los o mais claro possível, para que o
povo entre na dinâmica salvífica do mistério pascal, que é celebrado em
cada Santa Missa.
Se você não sabia, o ano litúrgico começa no Tempo do Advento, que é a
preparação para o Natal do Senhor, um dos momentos mais importantes
para nós católicos. O documento do Concílio Vaticano II Sacrosanctum Concilium, no
número 102, expõe o seguinte sobre o Ano Litúrgico: “A santa mãe Igreja
considera seu dever celebrar, em determinados dias do ano, a memória
sagrada da obra de salvação do seu divino Esposo. Em cada semana, no dia
a que chamou domingo, celebra a da Ressurreição do Senhor, como a
celebra também uma vez no ano na Páscoa, a maior das solenidades, unida à
memória da sua Paixão”.
Cada tempo também traz uma graça própria, sendo assim, o Advento é o
tempo das alegrias moderadas e preparação para a chegada de Jesus no
Natal. Sua espiritualidade
é de esperança e purificação da vida. Por esse motivo, o Advento se
torna tão importante e distinto dos demais, pois prepara o católico para
viver bem o nascimento do Senhor. O Tempo do Natal é comemorado com
muita alegria, porque é a natividade do Senhor, sua espiritualidade é de
fé, alegria e acolhimento. O Tempo Comum é acompanhado de um espírito
de esperança, de escuta da Palavra e vivência do Reino de Deus. A
Quaresma é tempo forte de conversão, penitência, jejum, esmola e oração. A Páscoa não se refere apenas ao domingo da Ressurreição, mas vai até Pentecostes, é carregado de uma espiritualidade de alegria, porque Cristo Ressuscitou.
A Semana Santa
É durante a Semana Santa
ou como também é conhecida de Semana Maior que a Igreja celebra a
Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. Ela tem início no Domingo de
Ramos e se estende até o Domingo de Páscoa. Durante essa semana,
celebra-se a Missa do Crisma, onde o Bispo, reunido com os padres que
formam o seu presbitério, abençoa os Santos Óleos. Na mesma
quinta-feira, acontece a instituição da Eucaristia e a cerimônia do
Lava-pés. Na sexta-feira, celebra-se a Paixão e Morte de Jesus, quando a
Igreja se dedica ao silêncio, jejum e oração, vivendo com respeito a
morte do Senhor. No Sábado Santo, acontece a Vigília Pascal, com a
bênção do fogo novo e do Círio Pascal, a proclamação da Páscoa. Nessa
celebração, é lida uma série de leituras, passando por toda a história
da salvação; e acontece a renovação das promessas do batismo. Por fim,
no Domingo de Páscoa, quando se comemora a Ressurreição de Jesus, esse é
o ponto central da fé cristã.
O Corpus Christi
A Solenidade de Corpus Christi
é a celebração que a Igreja festeja o Sacramento da Eucaristia. É o
momento em que o Santíssimo Sacramento sai em procissão pelas ruas.
Neste momento, todo o povo de Deus é convidado a adorar o Senhor na
Santa Eucaristia e agradecer por tão grande dom. A festa é celebrada
desde o século XIII, quando o próprio Jesus aparece em visões, pedindo
uma festa litúrgica em honra à Sagrada Eucaristia.
É importante que todo fiel católico participe da procissão de Corpus
Christi, pois ela é a mais significativa das procissões, porque é a
única que o próprio Senhor sai às ruas. Criou-se o hábito de
confeccionar tapetes ornamentados para homenagear o Senhor, assim como
enfeites nas casas e oratórios.
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A festa do Santíssimo Nome de Jesus
A festa do Santíssimo Nome de Jesus é celebrada oito dias depois do
Natal, em 2 de janeiro, pois foi oito dias depois do nascimento de Jesus
que São José realizou a circuncisão no Menino, dando-Lhe o nome de
Jesus. Nome escolhido pelo próprio Deus e anunciado por anjo Gabriel em
sonho a São José.
Conforme o próprio significado do Nome de Jesus, ele exprime toda a
sua missão. Em hebraico Yeshua quer dizer “Deus salva”, assim,
entende-se, desde o momento que foi dado esse nome, que o Senhor seria,
de alguma forma, aquele que salvaria o mundo. Dessa forma, o Apóstolo
Paulo escreve em Fl 2,9-11: “Por isso, Deus o exaltou acima de tudo e
lhe deu o Nome que está acima de todo o nome, para que, em Nome de
Jesus, todo o joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, e toda
a língua confesse: ‘Jesus Cristo é o Senhor’, para a glória de Deus
Pai”.
A festa da Divina Misericórdia
O Domingo da Divina Misericórdia
corresponde ao Segundo Domingo de Páscoa. Acordo aprovado por São João
Paulo II com um decreto assinado em 2000 pela Congregação do Culto
Divino e Disciplina dos Sacramentos. Nessa data, é celebrada a
instituição do Sacramento da Penitência, ou confissão, encontrado no
trecho o Evangelho de Jo 20,22-23: “Então, soprou sobre eles e falou:
‘recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, serão
perdoados; a quem os retiverdes, lhes serão retidos’”.
Mediante a experiência mística de Santa Faustina Kowalska, a Igreja
entende que foi desejo do próprio Jesus que acontecesse esta festa.
Jesus diz o seguinte a Santa: “Na Minha festa, na Festa da Misericórdia,
percorrerás o mundo inteiro e trarás as almas que desfalecem à fonte da
Minha misericórdia. Eu as curarei e fortalecerei” (D. 206); “Pede ao
Meu servo fiel que, nesse dia, fale ao mundo inteiro desta Minha grande
misericórdia, que aquele que, nesse dia, se aproximar da Fonte da Vida,
alcançará perdão total das culpas e penas” (D. 300a;). Dessa forma, todo
cristão pode e deve celebrar essa festa com a confiança de alcançar as
graças específicas que Deus deseja derramar sobre Seu povo.
Que todos os dias possamos tomar cada vez mais consciência da
dinâmica litúrgica da nossa Igreja, para que possamos tirar os proveitos
que o Senhor tem para nós.
Fonte: Canção Nova
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