Qual dor maior um filho pode dar aos seus pais, do que aquela em que odeia o seu próprio irmão?
“(…) Caim atirou-se sobre o seu
irmão Abel e matou-o. E o Senhor perguntou a Caim: ‘Onde está o teu
irmão Abel?’. Ele respondeu: ‘Não sei. Acaso sou o guarda do meu
irmão?’” (Gênesis 4,8-9).
O relato da Primeira Leitura da Missa
de hoje é de um triste acontecimento, o primeiro fratricídio. É a
Bíblia narrando a história de um irmão que matou o seu próprio irmão.
Caim e Abel representam toda a
humanidade, todos os corações humanos, pois, somos irmãos uns dos
outros. Mas, na convivência e na relação humana, os diversos sentimentos
tomam conta do coração do homem e da mulher.
Sentimentos mais nobres como o amor, a gratidão, o reconhecimento, a bondade, mas também, os sentimentos mais negativos. Esses
nascem, sobretudo, da inveja, do ciúme e, desses, nascem o rancor, o
ressentimento, a mágoa. E, quando esses sentimentos se misturam,
transformam-se em ódio. E um coração recheado pelo ódio é capaz de fazer
as coisas mais horríveis possíveis.
Não é nenhuma novidade, nos tempos de
hoje, irmãos que matam irmãos. Mas, quando não há a morte propriamente
dita, existem as grandes e pequenas inimizades, as rixas, as brigas, as
diferenças de irmão com irmão.
Irmãos que não se aceitam, que falam
mal um do outro; irmãos que nem se falam mais e não se vêem mais; irmãos
que não sentam na mesma mesma. Qual dor maior um filho pode dar aos
seus pais, do que aquela em que odeia o seu próprio irmão?
São diferenças, rixas, situações mal
resolvidas e, sobretudo, o orgulho. Porque, o orgulho é o grande veneno
da alma humana. É o orgulho que dá origem a todos os sentimentos
negativos que se apoderam de nós. As pessoas não se reconciliam por
causa do orgulho; as feridas não são curadas por causa do orgulho; os
entendimentos não acontecem por causa do orgulho.
Quanto maior for o grau do orgulho no
nosso coração, mais ferido ele se encontra e, mais ainda, queremos
ferir o coração do outro. Ou nós
somos curados pela humildade do Nosso Senhor Jesus Cristo ou
continuaremos nos ferindo, nos atacando, nos agredindo; nos colocando
uns contra os outros.
Sejam irmãos da mesma casa ou que
convivem em uma comunidade paroquial ou de vivência; seja na sociedade
ou no trabalho, o que mais acontece são pessoas falando umas das outras.
É irmão matando irmão e isso fere o coração do nosso Deus.
Que o Evangelho nos ensine o caminho
da reconciliação, da humildade, do perdão e da misericórdia. E, dessa
forma, poderemos superar todo o orgulho, soberba, inveja e
ressentimentos que guardamos em nós, para construirmos, enfim, a
fraternidade que tanto sonhamos.
Deus abençoe você!
Fonte: Canção Nova
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