Sigamos a Cristo em Sua Paixão, assim poderemos segui-Lo em Sua glória
“Em seguida, começou a
ensiná-los, dizendo que o Filho do Homem devia sofrer muito, ser
rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, devia
ser morto, e ressuscitar depois de três dias” (Marcos 8,31).
No evangelho de hoje, vemos a
profissão de fé do apóstolo Pedro. É ele quem professa que Jesus é o
Messias: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Cristo é o Messias, Ele
é o filho do Deus vivo. E, o que não podemos querer é separá-Lo da Sua
Cruz; não podemos separar a vida humana do mistério da Cruz, presente na
vida de cada um de nós.
Cristo não fala do Messias glorioso,
Ele fala do Messias servo e sofredor. Aquele que veio assumir a nossa
humanidade e carregar todos os nossos sofrimentos com Ele e n’Ele. Jesus
disse que o Filho do Homem devia sofrer muito. E quanto sofrimento há
na vida humana! Há pessoas que sofrem até demasiadamente. Por isso,
Jesus se associa àqueles que sofrem muito na sua humanidade. Ele carrega
todo o sofrimento humano n’Ele.
Cristo Jesus é rejeitado. A rejeição é
outra característica da Cruz, da existência humana. Somos rejeitados
por várias situações da vida, quando não somos acolhidos, amados. E
quantas pessoas são rejeitadas do convívio social! Seja por preconceito,
discriminação; seja por não serem amadas ou devido a sociedade ser
mesmo seletiva. E nós, muitas vezes, nos tornamos pessoas seletivas até
na fé, e acabamos rejeitando a outras pessoas.
Cristo é Aquele que acolhe a todos os
rejeitados, e a rejeição humana paira sobre Ele. A rejeição provoca
chagas, dores, é um sofrimento terrível para a alma humana. A dor da
rejeição é uma das dores mais cruéis, só quem sofre o preconceito e a
discriminação sabe o quanto dói toda espécie de rejeição.
O Filho do Homem deve ser morto. A
morte é uma condição inerente à existência humana. Todos nós queremos,
de uma forma ou de outra, fugir dela, mas Cristo, não. Pois, Ele abraça a
morte como aquela que é a porta para a vida. Ele sabe que muitos sofrem
ou morrem de forma indigna, de forma cruel, de forma desumana; e muitos
morrem porque outros provocam a morte deles.
A morte de Cristo, também, é
provocada; ela é imputada a Ele. Muitas pessoas, também, são imputadas a
morrerem nos hospitais; por falta de cuidados; crianças que morrem
cedo; e Cristo abraça a todos aqueles que morrem e sofrem.
Mas para todos, sejam àqueles que
sofrem muito, os rejeitados; sejam para os que morrem nas diversas
situações da vida, a resposta de Cristo é uma só: a ressurreição
gloriosa. Assim como Ele ressuscitou, Ele nos diz que tudo o que
sofremos, passamos, não é para finalizar na morte ou no sofrimento e,
menos ainda, na rejeição. O capítulo final daqueles que são discípulos
de Cristo é a ressurreição gloriosa. Então, sigamos a Cristo em Sua
Paixão, para que possamos, também, segui-Lo em Sua glória.
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