Silenciemos o nosso coração para ouvir a voz de Deus

quinta-feira, 28 de março de 2019

Busquemos Deus onde Ele se encontre! No profundo silêncio, Ele quer falar ao nosso coração, e nós precisamos ouvir a Sua voz

Ouvi a minha voz, assim serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; e segui adiante por todo o caminho que eu vos indicar para serdes felizes” (Jeremias 7,23).

A graça que precisamos buscar, neste tempo que se chama Quaresma, é ouvir Deus. Não pense que ouvir seja uma coisa simples – de forma nenhuma! –, porque estamos perdendo, cada vez mais, a audição espiritual, ou seja, a capacidade de ouvir Deus.
Escutamos muito a nós mesmos, escutamos muito os outros, escutamos os barulhos de onde estamos, até porque os barulhos aumentaram. Redes socais e tantas outras coisas, às vezes, são necessárias, mas barulhentas demais, a ponto de não escutarmos a voz do Senhor nosso Deus que quer falar ao nosso coração.
Há muito barulho dentro de nós, estamos muito ansiosos e agitados com as inquietações e preocupações da vida presente. O nosso coração e o nosso ouvido interior se entregam a todas essas agitações, e, no meio da confusão, escutamos uma voz aqui e acolá, e achamos que é a voz de Deus.
A voz do Senhor está no silêncio da alma, no coração que se liberta das excitações da vida para se colocar debaixo da mão poderosa do Senhor para escutá-Lo. Se ouvirmos a Sua voz, Ele será o nosso Deus e seremos o Seu povo, e Ele há de nos conduzir pelo caminho da felicidade.
Estamos lutando e, muitas vezes, gladiando-nos uns com os outros em nome de uma dita felicidade. Estamos nos maltratando, atacando-nos, estamos cada um buscando o seu jeito de ser feliz.
Não há caminho para a felicidade, a não ser um coração que silencia, uma alma que se torna humilde, que se coloca verdadeiramente na presença de Deus para escutá-Lo em verdade.
Há muitas coisas que, por aí, está se falando que é Deus que está dizendo, e Ele é aquele que silencia para falar ao coração que sabe silenciar para escutá-Lo.
O Evangelho de hoje mostra-nos justamente o mudo que é curado por Jesus; e quando o demônio da mudez sai desse homem, expulso por Jesus, ele começa, de fato, a falar.
Só podemos falar de Deus se tivermos a capacidade de escutá-Lo verdadeiramente.
Nossas igrejas estão muito barulhentas, não sabemos nem fazer silêncio depois da comunhão. Há barulhos, agitações terríveis onde estamos. Na nossa casa, nem se fala! O tempo inteiro estamos escutamos a nós, ao mundo e as vibrações que estão ao nosso redor.
Busquemos Deus onde Ele se encontra. No profundo silêncio, Ele quer falar ao nosso coração, e precisamos ouvir a Sua voz. “Eles não ouviram nem prestaram atenção; deixaram-se guiar pelas más inclinações e andaram para trás em vez de andar para a frente” (cf. Jeremias 7,24).
Queremos caminhar na direção de Deus, por isso, queremos deixar de ouvir as más inclinações da alma para podermos ouvir o Senhor nosso Deus.

Deus abençoe você!

Fonte: Canção Nova

Deixemos a verdadeira conversão acontecer na nossa vida

domingo, 24 de março de 2019

 

A conversão passa por rever escolhas, por mudar a nossa mentalidade, por investirmos mais na paciência e no amor

Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada encontro. Corta-a! Por que está ela inutilizando a terra?’’ (Lucas 13,7).

O terceiro domingo da Quaresma celebrado hoje é um convite muito forte para a nossa conversão. O nosso caminhar quaresmal não é simplesmente uma preparação na expectativa da Páscoa que vamos celebrar. Toda a Quaresma é um acontecimento pascal, acontecimento de mudança, mas é, sobretudo, uma reflexão do que, de fato, precisamos nos converter.
Jesus diz que se nós não nos convertermos, pereceremos da mesma maneira. O Evangelho nos aponta algumas tragédias que aconteceram. Olhamos as tragédias relatadas no Evangelho e olhamos as tragédias que têm no mundo de hoje e nos perguntamos: “Por que tamanhas tragédias? O que aquelas pessoas fizeram para merecer isso?”. A maioria não fez nada, foram vítimas inocentes, e é trágico. Lamentamos a morte dessas pessoas, mas é preciso dizer que tragédia pior é a de não nos convertermos.
Se não nos convertermos, perderemos a vida, e não é só a vida humana, pois perderemos também a vida eterna, a vida plena. Ainda que humanamente tirados do nosso meio, os que morreram em tragédias, se estavam em Deus, não perderam a vida.
A grande tragédia é o que acontece com essa figueira, relatada no Evangelho, porque havia três anos que ela não produzia frutos. O que se pode esperar do coração de um cristão? Que ele produza frutos do Reino, que produza frutos do Evangelho, frutos de paz, de reconciliação, de amor, misericórdia e tantas outras coisas.
Nossa vida não pode jamais se resumir naquilo que são as coisas negativas da vida humana, porque, muitas vezes, ela está focada nisso e, por vezes, temos muito mais joio do que trigo no nosso celeiro, pois não produzimos frutos, não deixamos a verdadeira conversão acontecer na nossa vida.
A conversão passa por rever escolhas, por mudar a nossa cabeça e mentalidade, por investirmos mais na paciência, no amor, na misericórdia, na tolerância, na forma de encararmos uns aos outros.
Conversão não é simplesmente rezar mais ou fazer algumas práticas penitenciais, essas são importantes, mas apenas se nos conduzirem a produzir frutos de conversão, mudar atitudes, mudar a nossa forma de lidar com as pessoas, com o mundo em que estamos.
Se ou uma pessoa grossa, mal educada, preciso mudar a minha atitude; se sou uma pessoa que têm hábitos que, muitas vezes, não constroem e nem edificam a convivência humana e fraterna, não podemos dizer: “Nasci assim e vou morrer assim”, pelo contrário, é preciso dizer: “Nasci assim e fiquei um pouco mais duro, mas a graça de Deus converte-me, e preciso deixar-me converter por Deus”.
O nosso esforço não é só o de fazer penitência, o nosso esforço é de ter atitudes que mostram a nossa conversão e os frutos aparecerão. Se eles não aparecerem é porque não estamos deixando a graça de Deus nos converter.

Deus abençoe você!


Sejamos presença de Deus na vida dos pobres

quinta-feira, 21 de março de 2019

 

Precisamos ser presença de Deus na vida dos pobres, precisamos ser anjos para socorrê-los durante a vida na Terra

Quando o pobre morreu, os anjos levaram-no para junto de Abraão” (Lucas 16,22).

O relato bíblico de hoje nos mostra uma parábola que é linda e dramática ao mesmo tempo, porque nos coloca diante da situação do mundo presente e da vida futura. No mundo presente, temos um abismo que separa pobres e ricos. Há pobres vivendo uma extrema miséria; e ricos, muitas vezes, vivendo no extremo da avareza, do gozo dos bens materiais, sem se importar com a pobreza, com a indigência e a miséria da pessoa humana.
A Palavra de Deus, hoje, é um convite para que, acima de tudo, combatamos todos os abismos que separam os homens, para que não sejamos, depois, vítimas do abismo que separa o céu do inferno.
Os anjos vêm em socorro do pobre Lázaro, que, aqui na Terra, teve o consolo dos cachorros lambendo suas feridas. O rico vai para o abismo, para a região dos mortos, para a separação definitiva de Deus.
Não basta ser somente uma pessoa boa, ter Deus no coração e rezar, é preciso cuidar da miséria, da pobreza e do sofrimento do outro. A indiferença é um pecado que doí no coração de Deus, pois ela nos afasta d’Ele; não só a indiferença religiosa para com as coisas sagradas, mas a indiferença para com o sofrimento, a pobreza, a indigência e a situação de miséria social na qual vivem milhões de seres humanos em toda a face da Terra.
A fome ainda é uma realidade, a miséria é uma realidade social presente no mundo em que estamos, por isso não podemos simplesmente dizer: “Vou rezar pelos pobres. Vou rezar pelos indigentes”. Precisamos ser presença de Deus na vida dos pobres, porque se os anjos vieram para socorrê-los no final da vida, precisamos ser anjos para socorrê-los durante a vida na Terra. Não nos conformarmos com a pobreza, e cuidar para que a outra pobreza (a pobreza da indiferença, da falta de cuidado com as necessidades do outro) não entre no nosso coração.
Precisamos superar os abismos sociais profundos que existem na sociedade em que vivemos, para não sermos vítimas do abismo definitivo que nos separará de Deus se não soubermos cuidar dos pobres e indigentes que estão no nosso meio.

Deus abençoe você!


São José intercede por todas as famílias

terça-feira, 19 de março de 2019

 

Precisamos da intercessão poderosa de São José para que as famílias tenham paz, saúde e proteção 

José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo” (Mateus 1,20).

Hoje, celebramos São José. Ele é o pai adotivo de Jesus, ele é o esposo da Virgem Maria, é o guardião de toda a Igreja Universal, o protetor de nossas famílias e de nossas casas. Por isso, o nosso coração, hoje, dá uma pausa na vivência quaresmal para celebrarmos, de forma solene, aquele que é o pai adotivo ou patrono de toda a Igreja.
Olhemos para José na perspectiva da salvação, aquele que é um colaborador no plano divino, sendo o responsável por cuidar da vida humana de Jesus, garantir que Ele tenha um pai, que tenha segurança, proteção, amor e ternura paterna. Como é necessária essa presença de José!
Deus é Pai e quis que Seu Filho tivesse um pai também aqui na Terra; e José cumpriu esse papel de forma sublime, ele se desdobrou para ser o pai do Filho de Deus, encarnado e humano no meio de nós.
José cuidou do outro tesouro precioso do coração de Deus, que é a Mãe de Jesus, a bem-aventurada, a sempre Virgem Maria. Ele foi o companheiro dela, foi seu protetor, seu amigo e, acima de tudo, seu irmão na fé. José foi aquele que esteve com Maria para ajudá-la a cuidar de Jesus, a ser a Mãe mais viva e mais presente na vida de Cristo, tendo um companheiro ao seu lado.
José é um homem puro, casto, justo e correto, é modelo de obediência a Deus acima de todas as coisas. A Igreja caminha na obediência a Deus, e tem em São José seu inspirador, seu modelo e patrono.
Olhemos para as famílias! Como precisamos da intercessão poderosa de São José para que as famílias tenham paz, saúde, proteção e, sobretudo, o consolo e a proteção divina!
Quando as coisas não estiverem bem, quando tivermos sinais desesperadores, quando não entendermos o que acontece em nossa vida, temos São José, o justo, aquele que se submete à vontade de Deus.
Homem de plena confiança em Deus, ensine nossos pais, ensine a cada um de nós a colocarmos somente em Deus a nossa confiança.
Valei-nos, São José!
Deus abençoe você!

Fonte: Canção Nova

Busquemos sempre a graça da reconciliação

sexta-feira, 15 de março de 2019

 

A reconciliação verdadeira acontece quando procuramos ver e reaver os pensamentos que se perderam por falta de entendimento

Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão” (Mateus 5,23).
A Palavra de Deus que vem, hoje, ao nosso encontro provoca em nós profundas reflexões a respeito das nossas relações com o próximo, principalmente, em relação aos sentimentos negativos que, muitas vezes, tomam conta de nós.
Quem de nós nunca sentiu raiva? Quem de nós nunca se sentiu encolerizado, chateado e magoado com situações negativas que vivemos com o outro? Muitas dessas reações nos levam a nos fecharmos, a dizermos palavras duras – muitas vezes, pior do que duras –, palavras pesadas e malditas, palavras que, uma vez soltas, destroem os laços humanos.
A Palavra de Deus que vem hoje ao nosso encontro é uma palavra de restauração, purificação e reconciliação. Precisamos purificar o que está dentro de nós, cortar da nossa vida as palavras pesadas e malditas, os palavrões, xingamentos e as discussões cada vez mais duras que existem nas casas, nas famílias, onde um diz palavras pesadas para o outro e essas palavras se tornam malditas.
Jesus está dizendo: “Quem chamar o seu irmão de ‘Patife…’”, mas chamamos o irmão de coisas piores, de patife, de tolo e assim por diante. Precisamos purificar as palavras que saem da nossa boca em relação ao nosso próximo.
Quem se encolerizar, quem tiver raiva do seu irmão será réu em juízo. Não devemos ter muitas sentenças no juízo eterno de Deus para nos absorvermos. Precisamos, a cada dia da nossa vida, trabalhar as nossas cóleras, os ímpetos da nossa alma, porque não só matamos o outro com a nossa raiva como vamos também morrendo aos poucos por tantas raivas que acumulamos dentro de nós.
Precisamos trabalhar o interior, para que a alma seja mais serena para lidar com as negatividades dos relacionamentos. O ponto principal do Evangelho é a reconciliação. Não pense que o mais importante, quando vamos procurar Deus, seja levar a nossa oferta, porque a oferta sem um coração reconciliado não tem valor nenhum.
Nos exercícios que vivemos nesta Quaresma, dediquemos um tempo precioso, importante, sério e verdadeiro para buscarmos a graça da reconciliação. Não nos reconciliemos apenas confessando os pecados.
A reconciliação verdadeira é quando procuramos ver e reaver os pensamentos que se perderam por falta de entendimento, sobretudo, quando faltou humildade, quando o orgulho tomou conta dos relacionamentos.
Precisamos rever a forma como estamos vivendo e levando na vida essas situações. A misericórdia que nos perdoa é a mesma que nos impulsiona a vivermos reconciliados uns com os outros.

Deus abençoe você!


Cuidemos dos irmãos de Jesus

segunda-feira, 11 de março de 2019

A Palavra de hoje é um convite para que saiamos da acomodação na qual nos encontramos e cuidemos dos irmãos de Jesus

“Em verdade eu vos digo, que todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!” (Mateus 25,40).

Hoje, Jesus está nos mostrando que seus irmãos são todos os menores. Ele não se refere aos menores de idade, mas aos sofredores, aos pobres e doentes, aos enfermos, os encarcerados, os que não têm roupa para vestir, aqueles que estão vivendo como peregrinos neste mundo.
Todas as vezes que cuidamos deles, estamos cuidando de Jesus como Ele precisa ser cuidado. O julgamento final é a retribuição pela justiça e pela misericórdia que praticamos nesta vida.
Muitas vezes, centramo-nos em amar Jesus. Nós O amamos no sacrário, na adoração, amamos Jesus ao falarmos palavras de amor para Ele: “Jesus, eu te amo. Jesus, eu te quero” mas, na verdade, não nos exercitamos em querer Jesus cuidando d’Ele.
Cuidar de Jesus é cuidar onde Ele está sofrendo, é dar pão a quem não tem o que comer, é dar roupa a quem não tem o que vestir, é visitar os nossos doentes e ver os nossos irmãos que estão presos, é abrir-se para acolher as pessoas que, muitas vezes, não têm onde se abrigar.
Neste tempo especial da Quaresma, tempo de conversão para a nossa vida, precisamos nos converter para as obras de misericórdia, praticar a misericórdia, ter um coração misericordioso como o de Jesus. Esse precisa ser o anseio da nossa alma e do nosso coração.
Não basta penitências que nos afastam disso e daquilo, de uma coisa que gostaríamos, precisamos aprender a fazer até aquilo que não gostamos, que não temos tempo ou opção de realizar.
É preciso encontrar na nossa prática cristã o encontro com Jesus nos pobres e sofredores. A Palavra de Deus, hoje, é um convite para que saiamos dessa acomodação que nos encontramos e cuidemos dos irmãos de Jesus. Os irmãos d’Ele estão nas ruas, nos hospitais, estão próximos a nós. Jesus está precisando ser cuidado e o jeito é cuidar dos Seus irmãos, porque eles são também nossos irmãos e somos filhos do mesmo Pai.

Deus abençoe você!

Fonte: Canção Nova

Quando olhamos para uma mulher, entendemos um pouco mais de Deus

sexta-feira, 8 de março de 2019

Ser mulher é ter atitude

“Exijo a sorte comum das mulheres nos tanques, das que jamais verão seu nome impresso e no entanto sustentam os pilares do mundo”.*
Oito de março, e lá vem aquela enxurrada de textos, vídeos e fotos exaltando o Dia Internacional da Mulher. Neste texto, quero refletir, porém, a partir de dois momentos da história que, sob meu ponto de vista, exalam a feminilidade nas suas raízes, sem afetação nem vitimismo, mas de maneira bem objetiva.
Em 8 de março de 1857, 129 operárias que buscavam melhores condições de trabalho entraram em uma fábrica em Nova Iorque, nos Estados Unidos, e foram mortas em um incêndio a mando dos donos da fábrica. Essas mulheres eram exploradas no trabalho e tinham uma pauta legítima de reivindicação. Elas se mobilizaram, agiram, não deixaram para depois nem esperaram que algum anjo descesse do céu e alterasse aquela situação. Elas sofreram, mas não ficaram inertes ao sofrimento; morreram e mudaram a história, tanto que este fato se tornou mundialmente conhecido como o Dia Internacional da Mulher.
Quando olhamos para uma mulher, entendemos um pouco mais de Deus
Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com
Algumas várias centenas de anos antes, em Caná da Galileia, em uma festa de casamento, uma mulher percebe que o vinho, a alma da festa, acabou. Não é possível saber como Maria, a Mãe de Jesus, percebeu isso, já que o único evangelista que narra a história, João, não traz detalhes. Não sabemos se ela ouviu as reclamações dos convidados, se quis provar a bebida e não havia mais, se percebeu a movimentação dos empregados naquele local sem saber o que fazer. Isso é o que menos importa.
O essencial é reconhecer que Maria não foi espectadora daquela possível tragédia para um momento tão feliz como um casamento. Ela agiu. Sem alarde, sem desespero, mas de maneira objetiva e discreta, a mãe de Jesus comenta essa falta com seu filho. E mesmo em meio ao questionamento de Jesus, Maria toma outra atitude importante, de instrução dos que estavam servindo: “Fazei tudo o que ele vos disser!”, confiante de que Jesus agiria a partir do seu pedido.

Maria teve atitude

Sem que ninguém pedisse a ela, a festa nem era dela, mas certamente de alguém querido, afinal, no casamento, a gente convida pessoas queridas. Maria observa a situação e faz o que está ao seu alcance. Ela mobiliza quem pode resolver o problema. Essa mulher agiu e mudou a história daquele casamento, evitou o constrangimento dos noivos e o descontentamento dos convidados; de quebra, Jesus fez Seu primeiro milagre, transformando água em vinho.
Nas duas situações acima, a atitude das mulheres alterou o curso da história. Em ambas, podemos nos colocar no lugar dessas mulheres, trazendo suas histórias para o nosso cotidiano feminino. Será que estamos dispostas a buscar as condições ideais no trabalho, na família, nos relacionamentos, mesmo que haja adversidades? Temos a sensibilidade e a docilidade de agir quando percebemos que alguma situação precisa de nós, naquilo que sabemos e podemos fazer? Ou somos dos grupo que assiste ao bonde andando, ao trem descarrilhar, ao circo pegar fogo e, apáticas, queimamo-nos juntos?
As mulheres não devem se acomodar, ao contrário, elas conseguem perceber e se compadecer de situações de uma maneira genuína, própria da feminilidade. Inclusive, um dos discursos do Papa Francisco nos alerta que “a mulher tem uma sensibilidade particular pelas coisas de Deus, sobretudo, para nos ajudar a compreender a misericórdia, a ternura e o amor que Deus tem por nós.”

Misericórdia, ternura e amor

Ao olharmos para as mulheres, conseguimos entender um pouco mais de Deus. Quando falamos que Deus é misericórdia, ternura e amor, ou seja, que Ele tem piedade, compaixão e solidariedade para conosco, fica mais fácil entender se observarmos aquelas mães que fazem de tudo pelos seus filhos, que não desistem, que estão sempre prontas a perdoar os erros deles, suas malcriações e também dispostas a dar a mão toda vez que a criança (ou o adulto, seu filho ou não) cai.
Não somos iguais aos homens. Somos diferentes. Nem melhores nem piores. Temos papéis diferentes, e nos completamos. Precisamos ser mulheres de atitude, sem esperar que outros façam por nós o que nós devemos fazer. Para isso, esteja atenta ao seu redor, às suas necessidades, da sua família, dos seus colegas de trabalho e amigos, e aja conforme a sua possibilidade. Eu não sei qual é a sua situação, mas cada dia é um novo dia com seus desafios, suas urgências e seus imprevistos. Peça a Deus, diariamente, que você tenha sabedoria para discernir todas as situações em que você deve agir, e agir rápido.
Que, neste 8 de março, e em todos os demais dias do ano, nós mulheres saibamos agir em favor do bem, da beleza e da verdade. Que os homens nos honrem, cuidem de nós e nos valorizem; e que Deus nos abençoe nesta jornada feminina, cada uma com a sua particularidade e vocação de vida, rumo ao céu.
Feliz Dia da Mulher!

Fonte: Canção Nova

Referências:
*retirado do poema Dolores, no livro Poesia Reunida, da poetisa mineira Adelia Prado.

O que é a Quaresma?

quinta-feira, 7 de março de 2019

Assista ao vídeo com Padre Xavier sobre o que é a Quaresma

A Quaresma é um tempo especial da liturgia, onde nos preparamos para viver bem a Semana Santa e o Tríduo Pascal –Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor.
Esse tempo, para aqueles que não são batizados, é o tempo próprio de preparação; e para os que já são batizados, é um tempo de recuperação das disposições do seu coração. Então, é um tempo de ascese para quem já é batizado, um tempo de penitência, e um tempo de conhecimento e grande conversão para aquele que se prepara.
Liturgicamente, a Quaresma se encerra na Quinta-feira Santa, e logo depois se inicia o Tríduo Pascal.
Padre Xavier, da Comunidade Canção Nova, faz uma reflexão sobre esse tempo litúrgico chamado Quaresma, que a Igreja propõe para vivermos. Assista ao vídeo para entender melhor!


Qual é o convite que a Quarta-feira de Cinzas nos faz?

quarta-feira, 6 de março de 2019

Entramos no tempo da Quaresma com a Quarta-feira de Cinzas, período que antecede a Semana Santa

Ocasião de nos prepararmos para a maior de todas as celebrações da Igreja: a Ressurreição de Cristo, nossa Páscoa. E este tempo de preparação se inicia, hoje, na Quarta-feira de Cinzas. Na celebração deste dia, cinzas são colocadas na nossa cabeça ou na testa para que nos lembremos de onde viemos e para onde vamos: “Como um pai tem piedade de seus filhos, assim o Senhor tem compaixão dos que o temem, porque ele sabe de que é que somos feitos, e não se esquece de que somos pó” (Sl 102,14).
Este é um tempo favorável a nós. Mas para que possamos ressuscitar com Cristo, talvez seja necessário mudarmos a direção da nossa vida. Por isso, no momento em que recebemos as cinzas, ouvimos o seguinte versículo bíblico: “Convertei-vos e crede no Evangelho” (cf. Mc 1,15). Mas vamos, antes, entender onde está situado esse importante alerta de conversão.

Assista ao vídeo:

 

No Evangelho de São Marcos, esse trecho está no capítulo 1 (um). O livro tem uma abertura, na qual apresenta o objetivo principal do Evangelho: a afirmação de que Jesus é o Filho de Deus (1,1). Segue com a apresentação de João Batista (1,2-8). No versículo 9, Cristo aparece, pela primeira vez, no Evangelho para ser batizado por João (1,9-11). Por fim, Ele passa 40 dias no deserto onde é tentando pelo demônio (1,12-13).
No Evangelho de São Marcos, todas essas passagens são apresentadas sem que se ouça a voz de Jesus. Todos os diálogos d’Ele, nessas cenas que conhecemos de outros Evangelhos, São Marcos suprime. A primeira fala de Jesus colocada por esse evangelista é a primeira pregação feita pelo Mestre, e é sobre conversão: “Depois que João foi preso, Jesus dirigiu-se para a Galileia. Pregava o Evangelho de Deus e dizia: ‘Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; convertei-vos e crede no Evangelho’” (Mc 1,15).

Essa primeira fala de Jesus, no Evangelho de São Marcos, pode ser divida em três partes:

1) Cumpriu-se o tempo – a espera das promessas do Antigo Testamento relacionadas à vinda do salvador acabou, pois, Ele está no meio de nós.
2) O Reino de Deus está próximo – este reino é o próprio Jesus. Ele que vem ao encontro de cada um de nós.
3) Convertei-vos e crede no Evangelho – mas para que nós experimentemos essa presença real de Jesus, para que vivamos o Seu reino, precisamos de conversão.
Converter-se significa mudar de caminho. É necessário assumir o caminho proposto no Evangelho, que é o próprio Cristo: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Cf. Jo,14,6).
Assim, começamos a Quaresma na Quarta-feira de Cinzas, ouvindo, segundo o Evangelho de Marcos, a primeira pregação de Jesus, um convite à conversão. Um convite para que, nestes 40 dias, possamos refletir por quais caminhos temos andado. Um convite para conhecermos e seguirmos pelo caminho que é o próprio Cristo. Um convite para, no caminho que é Cristo, encontrarmos uma vida nova, a ressurreição.



 

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