A reconciliação verdadeira acontece quando procuramos ver e reaver os pensamentos que se perderam por falta de entendimento
“Portanto, quando tu estiveres levando a
tua oferta para o altar, e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma
coisa contra ti, deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro
reconciliar-te com o teu irmão” (Mateus 5,23).
A Palavra de Deus que vem, hoje, ao nosso encontro
provoca em nós profundas reflexões a respeito das nossas relações com o
próximo, principalmente, em relação aos sentimentos negativos que,
muitas vezes, tomam conta de nós.
Quem de nós nunca sentiu raiva? Quem de nós nunca se
sentiu encolerizado, chateado e magoado com situações negativas que
vivemos com o outro? Muitas dessas reações nos levam a nos fecharmos, a
dizermos palavras duras – muitas vezes, pior do que duras –, palavras
pesadas e malditas, palavras que, uma vez soltas, destroem os laços
humanos.
A Palavra de Deus que vem hoje ao nosso encontro é uma
palavra de restauração, purificação e reconciliação. Precisamos
purificar o que está dentro de nós, cortar da nossa vida as palavras
pesadas e malditas, os palavrões, xingamentos e as discussões cada vez
mais duras que existem nas casas, nas famílias, onde um diz palavras
pesadas para o outro e essas palavras se tornam malditas.
Jesus está dizendo: “Quem chamar o seu irmão de
‘Patife…’”, mas chamamos o irmão de coisas piores, de patife, de tolo e
assim por diante. Precisamos purificar as palavras que saem da nossa
boca em relação ao nosso próximo.
Quem se encolerizar, quem tiver raiva do seu irmão será
réu em juízo. Não devemos ter muitas sentenças no juízo eterno de Deus
para nos absorvermos. Precisamos, a cada dia da nossa vida, trabalhar as
nossas cóleras, os ímpetos da nossa alma, porque não só matamos o outro
com a nossa raiva como vamos também morrendo aos poucos por tantas
raivas que acumulamos dentro de nós.
Precisamos trabalhar o interior, para que a alma seja
mais serena para lidar com as negatividades dos relacionamentos. O ponto
principal do Evangelho é a reconciliação. Não pense que o mais
importante, quando vamos procurar Deus, seja levar a nossa oferta,
porque a oferta sem um coração reconciliado não tem valor nenhum.
Nos exercícios que vivemos nesta Quaresma, dediquemos um tempo
precioso, importante, sério e verdadeiro para buscarmos a graça da
reconciliação. Não nos reconciliemos apenas confessando os pecados.
A reconciliação verdadeira é quando procuramos ver e reaver os
pensamentos que se perderam por falta de entendimento, sobretudo, quando
faltou humildade, quando o orgulho tomou conta dos relacionamentos.
Precisamos rever a forma como estamos vivendo e levando
na vida essas situações. A misericórdia que nos perdoa é a mesma que nos
impulsiona a vivermos reconciliados uns com os outros.
Deus abençoe você!
Fonte: Canção Nova
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