A conversão passa por rever escolhas, por mudar a nossa mentalidade, por investirmos mais na paciência e no amor
“Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada encontro. Corta-a! Por que está ela inutilizando a terra?’’ (Lucas 13,7).
O terceiro domingo da Quaresma celebrado hoje é um
convite muito forte para a nossa conversão. O nosso caminhar quaresmal
não é simplesmente uma preparação na expectativa da Páscoa que vamos
celebrar. Toda a Quaresma é um acontecimento pascal, acontecimento de
mudança, mas é, sobretudo, uma reflexão do que, de fato, precisamos nos
converter.
Jesus diz que se nós não nos convertermos, pereceremos
da mesma maneira. O Evangelho nos aponta algumas tragédias que
aconteceram. Olhamos as tragédias relatadas no Evangelho e olhamos as
tragédias que têm no mundo de hoje e nos perguntamos: “Por que tamanhas
tragédias? O que aquelas pessoas fizeram para merecer isso?”. A maioria
não fez nada, foram vítimas inocentes, e é trágico. Lamentamos a morte
dessas pessoas, mas é preciso dizer que tragédia pior é a de não nos
convertermos.
Se não nos convertermos, perderemos a vida, e não é só a
vida humana, pois perderemos também a vida eterna, a vida plena. Ainda
que humanamente tirados do nosso meio, os que morreram em tragédias, se
estavam em Deus, não perderam a vida.
A grande tragédia é o que acontece com essa figueira,
relatada no Evangelho, porque havia três anos que ela não produzia
frutos. O que se pode esperar do coração de um cristão? Que ele produza
frutos do Reino, que produza frutos do Evangelho, frutos de paz, de
reconciliação, de amor, misericórdia e tantas outras coisas.
Nossa vida não pode jamais se resumir naquilo que são as
coisas negativas da vida humana, porque, muitas vezes, ela está focada
nisso e, por vezes, temos muito mais joio do que trigo no nosso celeiro,
pois não produzimos frutos, não deixamos a verdadeira conversão
acontecer na nossa vida.
A conversão passa por rever escolhas, por mudar a nossa
cabeça e mentalidade, por investirmos mais na paciência, no amor, na
misericórdia, na tolerância, na forma de encararmos uns aos outros.
Conversão não é simplesmente rezar mais ou fazer algumas
práticas penitenciais, essas são importantes, mas apenas se nos
conduzirem a produzir frutos de conversão, mudar atitudes, mudar a nossa
forma de lidar com as pessoas, com o mundo em que estamos.
Se ou uma pessoa grossa, mal educada, preciso mudar a
minha atitude; se sou uma pessoa que têm hábitos que, muitas vezes, não
constroem e nem edificam a convivência humana e fraterna, não podemos
dizer: “Nasci assim e vou morrer assim”, pelo contrário, é preciso
dizer: “Nasci assim e fiquei um pouco mais duro, mas a graça de Deus
converte-me, e preciso deixar-me converter por Deus”.
O nosso esforço não é só o de fazer penitência, o nosso
esforço é de ter atitudes que mostram a nossa conversão e os frutos
aparecerão. Se eles não aparecerem é porque não estamos deixando a graça
de Deus nos converter.
Deus abençoe você!
Fonte: Canção Nova
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