“Quero a misericórdia e não o sacrifício’, não teríeis condenado os inocentes. De fato, o Filho do Homem é senhor do sábado” (Mateus 12,7).
Os fariseus estavam preocupados, porque os discípulos de Jesus, tendo fome, começaram a apanhar espigas para comer, e era dia de sábado. A preocupação deles, no entanto, não era com a fome dos discípulos, mas com o sábado. A preocupação deles não era com a situação da pessoa humana, mas era a preocupação da lei pela lei.
Não podemos fazer pouco-caso das leis humanas nem das leis divinas, que são sagradas para a existência das relações humanas e da nossa própria relação com Deus.
As leis do Senhor são sagradas, mas nada é mais sagrado do que a lei da vida; mas a lei da vida não é só a vida enquanto o direito de nascer. Não, não podemos impedir que a vida humana nasça. A união do óvulo com o espermatozoide gera uma nova vida, e essa vida tem de ser respeitada, acolhida e amada. A vida, desde o momento de sua concepção até o entardecer, quando um irmão nosso está no leito de uma cama, de um hospital, padecendo à enfermidade, ele tem vida.
A vida humana está perecendo por falta de amor, de cuidado e misericórdia
É nossa responsabilidade cuidarmos da vida, é nossa responsabilidade darmos o melhor para a vida. Não importa se é sexta-feira, sábado ou domingo, não importa que dia seja, o que importa é a vida acima de toda e qualquer situação.
Façamos o melhor de nós. Demos o melhor de nós por causa da vida, porque se o Senhor está dizendo: “Eu quero a misericórdia e não o sacrifício”, é porque nós podemos fazer muitos sacrifícios para agradar a Deus.
Quando queremos, fazemos promessas, penitências e cumprimos preceitos religiosos – que os façamos! –, mas que tudo isso esteja a serviço da vida. Se temos tempo para rezar, para fazer penitência, façamos as nossas orações, mas não descuidemos da vida humana. Não descuidemos daquele que passa fome, daquele que passa necessidade e aflição, porque a vida humana está perecendo por falta de amor, de cuidado e misericórdia.
Se o irmão morre de frio, não é porque faltou cobertor, mas é porque faltou o calor humano para cuidar dele. Se o irmão padece de fome, não é porque falta alimento no mundo, mas falta misericórdia, bondade e cuidado. Estamos preocupados com os nossos preceitos religiosos, estamos preocupados apenas em cumprir as nossas obrigações religiosas, ficamos no devocionismo, mas não voltamos a cuidar uns dos outros.
É nossa missão cuidarmos dos nossos irmãos, é nossa missão não restringirmos a nossa religião às leis e aos preceitos religiosos. “Vou à missa todo domingo. Rezo meu terço. Faço a minha adoração”. Mas como fazemos adoração e não fazemos adoração para cuidar de Jesus sofredor? Como rezamos, como fazemos jejum, mas não nos preocupamos com quem não tem o que comer nenhum dia da vida?
A religião de Jesus é a religião da vida em Deus, que nos leva a cuidar do próximo seja qual for a necessidade que ele passe.
Deus abençoe você!
Fonte: Canção Nova
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