O Blog "A Armadura do Cristão" vivencia o dia a dia de uma comunidade cristã católica inserida na Paróquia Menino Jesus de Praga, no bairro dos Bancários, João Pessoa-PB. O objetivo principal do blog é registrar os momentos marcantes daqueles que de alguma forma contribuem para que o projeto de Deus se torne realidade no meio de um povo sedento por paz e justiça.
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Após a circuncisão de João Batista, seu pai, Zacarias, louvou a Deus: Bendito seja o Senhor Deus de Israel que a seu povo visitou e libertou. E voltando-se para João Batista, disse: E tu menino, serás chamado profeta do Altíssimo para preparar o caminho do Senhor.
Como viver esse Evangelho no dia de hoje?
Chegamos ao ponto alto do advento: a expectativa pelo nascimento do Messias. Zacarias passou por uma conversão e agora é capaz de ver Deus agindo na sua família. Então, cresce a fé, a alegria e a gratidão. Será mais natal, quanto mais percebermos Deus vivo entre os membros de nossa família.
Dom Mário Spaki comenta o Evangelho de Lucas 1, 67-79.
É Natal! Um menino nos foi dado E a nós foi revelado O Plano de amor do Pai É Natal! E Jesus se faz criança E em nós nasce a esperança De reaprender a amar É Jesus, o Príncipe da Paz Sinal para os perdidos Astro que brilha mais É Jesus, mão forte do Senhor Consolo e ternura Do Pai olhar de amor
"A oração preocupa-se pelo homem. Simplesmente pelo homem. Aquele que não ama o irmão não reza seriamente", disse Francisco na catequese da Audiência Geral.
Mariangela Jaguraba - Vatican News
“A oração de intercessão” foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral, desta quarta-feira (16/12), realizada na Biblioteca do Palácio Apostólico.
“Quem reza nunca deixa o mundo para trás. Se a oração não recolhe as alegrias e tristezas, as esperanças e angústias da humanidade, torna-se uma atividade “decorativa”, um comportamento superficial, um teatro, um comportamento intimista”, disse o Pontífice.
Segundo o Papa, “todos precisamos de interioridade: de nos retirarmos para um espaço e um tempo dedicados ao nosso relacionamento com Deus. Mas isto não significa fugir da realidade. Na oração, Deus “nos toma, nos abençoa, e depois nos reparte e nos oferece”, pela fome de todos”. “Todo cristão é chamado a tornar-se, nas mãos de Deus, pão repartido e partilhado. Uma oração concreta, que não seja uma fuga”, frisou o Papa.
A oração é o nosso coração
“Assim, homens e mulheres de oração procuram a solidão e o silêncio, não para não serem incomodados, mas para ouvir melhor a voz de Deus. Por vezes retiram-se do mundo, na intimidade do seu quarto, como o próprio Jesus recomenda, mas onde quer que estejam, mantêm sempre a porta do seu coração bem aberta”, disse o Papa, acrescentando:
Qualquer pessoa pode bater à porta de um orante e encontrar nele ou nela um coração compassivo, que reza sem excluir ninguém. A oração é o nosso coração, e a nossa voz se torna coração e voz de muitas pessoas que não sabem rezar, não rezam, não querem rezar, ou estão impossibilitadas de rezar. Somos o coração e a voz dessas pessoas que sobe a Jesus, e sobe ao Pai, como intercessores. Na solidão nos separamos de tudo e de todos para encontrar tudo e todos em Deus.
Segundo Francisco, desta forma “o orante reza pelo mundo inteiro, carregando sobre os ombros as suas dores e os seus pecados".
“Reza por todos e por cada pessoa: é como se ele fosse a “antena” de Deus neste mundo. Em cada pobre que bate à porta, em cada pessoa que perdeu o sentido das coisas, aquele que reza vê o rosto de Cristo.”
O Catecismo escreve: «Interceder, pedir a favor de outrem, é próprio, [...] dum coração conforme com a misericórdia de Deus». "Isso é belissimo! Quando rezamos, estamos em sintonia com a misericórdia de Deus. Misericórdia em relação aos nossos pecados. Deus é misericordioso conosco, mas também misericórdia com todos aqueles que pediram para rezar por eles ou por quem queremos rezar. Em sintonia com o coraçao de Deus. Esta é a verdadeira oração. Em sintonia com a misericórdia de Deus. Quando intercedo por alguém, rezo por alguém é porque Cristo diante do Pai é intercessor, reza por nós fazendo ver ao Pai as chagas de suas mãos. Jesus está fisicamente com o seu corpo diante do Pai. Está fisicamente diante do Pai. Rezar é fazer como Jesus, interceder em Jesus ao Pai pelos outros. Isso é muito bonito”, disse o Papa.
A oração preocupa-se pelo homem. Simplesmente pelo homem. Aquele que não ama o irmão não reza seriamente. Alguém pode dizer: no sumodo ódio não se pode rezar. No sumo da indiferença não se pode rezar.
“A oração se encontra no espírito de amor. Quem não ama, faz de conta de rezar ou pensa que reza, mas não reza, pois falta o espírito que é o amor.”
Na Igreja, aquele que conhece a tristeza ou a alegria do outro vai mais a fundo do que aquele que investiga os “sistemas máximos”. É por isso que existe uma experiência do humano em cada oração, porque as pessoas, por muitos erros que possam cometer, nunca devem ser rejeitadas nem descartadas.
Somos todos folhas da mesma árvore
Segundo o Papa, quando uma pessoa movida “pelo Espírito Santo, reza pelos pecadores, não faz seleções, não emite juízos de condenação: reza por todos. E também reza por si. A lição da parábola do fariseu e do publicano é sempre viva e relevante: não somos melhores do que qualquer outra pessoa, somos todos irmãos numa afinidade de fragilidade, de sofrimento e de pecado”. O fariseu rezava de uma forma soberba: “Eu te agradeço senhor por que não sou como eles”. “Isso não é oração. É olhar-se no espelho. Olhar-se no espelho mascarado pela soberbia”, disse Francisco.
O mundo avança graças à "cadeia de orantes que intercedem, e que na sua maioria são desconhecidos, mas não a Deus! A Igreja, em todos os seus membros, tem a missão de praticar a oração de intercessão. Em particular, é dever de todos aqueles que têm um papel de responsabilidade: pais, educadores, ministros ordenados, superiores de comunidades. Tal como Abraão e Moisés, devem por vezes “defender” perante Deus as pessoas que lhes foram confiadas. Na realidade, trata-se de olhar para elas com os olhos e o coração de Deus, com a sua mesma invencível compaixão e ternura. Rezar com ternura pelos outros.”
O Papa concluiu, dizendo que “somos todos folhas da mesma árvore: cada desprendimento nos lembra a grande piedade que devemos nutrir, na oração, uns pelos outros. Rezemos uns pelos outros, fará bem a nós e a todos”.
Você foi planejado com muito amor e cuidado por Deus. E hoje faz vinte anos que Ele te consagrou como sacerdote, sabendo do teu amor por seu Filho Jesus.
Viva intensamente o seu ministério, mesmo diante dos desafios e dificuldades, pois só assim descobrir-se-á o seu propósito que é de te fazer instrumento como pastor para cuidar do seu rebanho...
Parabéns!!! Que teus olhos estejam sempre aberto para conhecer mais e mais os caminhos de Jesus...
No domingo, 29 de novembro, iniciou o Advento, um tempo que nos prepara para o Natal e, especialmente neste momento difícil de pandemia, renova nossa esperança, pois a certeza da vinda de Cristo nos leva a olhar para o futuro com confiança.
Maria Milvia Morciano – Vatican News
Quando pensamos no Advento, nos sentimos imersos em uma atmosfera especial de luzes e penumbra, de silêncio e ao mesmo tempo música, maravilha e alegria interior. São as quatro semanas que nos aproximam do Natal. Nos leva ao caminho e ao mesmo tempo nos coloca à espera. Esperar pelo Senhor significa preparar nossos corações, nossas intenções, dar um novo rumo à nossa vida. Papa Francisco nos explica: “O Advento convida-nos a um compromisso de vigilância, olhando para fora de nós mesmos, ampliando a mente e o coração, para nos abrirmos às necessidades das pessoas, dos irmãos, ao desejo de um mundo novo. É o desejo de muitos povos martirizados pela fome, pela injustiça e pela guerra; é o desejo dos pobres, dos frágeis, dos abandonados. Este tempo é oportuno para abrirmos o nosso coração, para fazermos perguntas concretas sobre como e por quem despendemos a nossa vida” ( Angelus 2 de dezembro de 2018).
O adventus antes do Advento
A palavra Advento vem do latim adventus, que na Roma antiga indicava a chegada em forma solene do imperador ou de um alto funcionário a uma determinada cidade. Trata-se de uma cerimônia já em uso nos tempos helenísticos e conhecida na iconografia até a Idade Média. O momento mais culminante era o sacrifício do imperador no templo dedicado aos deuses tutelares mais importantes, demonstrando uma profunda interpenetração entre o poder e a religião. Esta prática foi interrompida por Constantino, que se recusou a sacrificar para a Tríade Capitolina (Júpiter, Juno e Minerva). Isto foi fundamental, pois o culto capitolino representava a unidade política e religiosa da própria Roma e celebrava seu poder. O ato de Constantino dividiu claramente a esfera civil da religiosa. Com a afirmação da nova religião, o caminho do imperador de triunfal passa a ser peregrino. O itinerário seguido pela procissão desloca seu eixo em direção à Basílica de São Pedro. O primeiro atestado é o de Honório, em 403, e recontado de forma animada por Santo Agostinho em uma homilia onde ele se perguntava onde o imperador teria se detido. De fato, Honório, avançando, toca o túmulo de Adriano, o atual Castel Sant'Angelo, mas vai além dele e finalmente chega à "memória do pescador" ˗ que é a atual Basílica de São Pedro. (Sermo 360 B , Cum pagani ingrederentur 26).
O Adventus cristológico
Alguns episódios da vida de Cristo estão ligados aos significados simbólicos do adventus pagão, especialmente os incluídos nos evangelhos gnósticos, sempre redundantes de detalhes. No entanto, o exemplo verdadeiramente apropriado continua sendo a entrada em Jerusalém representada de forma semelhante nas cenas com os imperadores retratados em relevos e moedas. Tendo como fundo paisagens urbanas, os imperadores caminham solenemente, muitas vezes a cavalo, entre a multidão. O episódio é narrado por todos os Evangelhos canônicos, mas em João (12, 12-19) aparece a palavra grega ὑπάντησιj (upàntesis), correspondente ao adventus latino.
Na iconografia Jesus aparece semelhante a um imperador, representado de perfil e com uma postura régia montado em um burro, perto da entrada principal de Jerusalém, entre pessoas festivas acenando ramos de palmeira ou estendendo mantos enquanto ele passa. Esta representação muito bem sucedida e aparece em obras desde o final do século IV, por exemplo nos afrescos de Sant'Angelo in Formis em Capua, e nas obras de Giotto na Capela Scrovegni em Pádua assim como em Pietro Lorenzetti na Basílica Inferior de Assis. Esta representação foi posteriormente herdada e retomada nos desfiles dos dignitários medievais e renascentistas.
As visitas de Jesus à humanidade
Na meditação patrística grega e latina, o adventus Domini não era apenas a vinda de Cristo entre os homens na encarnação (adventus in carne ou in humilitate), mas também a vinda definitiva no julgamento final (adventus in maiestate).
Há também uma vinda intermediária, da qual alguns padres e especialmente São Bernardo de Claraval falam: "Oculta, ao invés, é a vinda intermediária, na qual somente os eleitos o veem dentro de si, e suas almas são salvas. Na primeira vinda, portanto, ele entra na fraqueza da carne, nesta intermediária vem no poder do Espírito, na última virá na majestade da glória. Assim, esta vinda intermediária é, por assim dizer, um caminho que une o primeiro ao último" (Disc. 5 sobre o Advento, 1-3).
O Papa Francisco, referindo-se a estas palavras explica as três visitas de Jesus à humanidade: a primeira visita - todos sabemos - ocorreu com a Encarnação, o nascimento de Jesus na gruta de Belém; a segunda ocorre no presente: o Senhor nos visita continuamente, todos os dias, Ele caminha ao nosso lado e é uma presença de consolo; por fim, haverá a terceira, a última visita, que professamos cada vez que recitamos o Credo: "De novo há-de vir na glória a julgar os vivos e os mortos".
E o Papa continua, lembrando que a vinda será inesperada, no meio da vida diária de cada um. Desta perspectiva, continua Francisco “vem também um convite à sobriedade, a não sermos dominados pelas coisas deste mundo, pelas realidades materiais, mas antes a governá-las. Se, ao contrário, nos deixarmos condicionar e dominar por elas, não podemos perceber que há algo muito mais importante: o nosso encontro final com o Senhor: e isto é importante. Aquele, aquele encontro. E as coisas de todos os dias devem ter este horizonte, devem ser orientadas para aquele horizonte”. (Angelus, 27 de novembro de 2016 ).
Precisamente por ocasião do Advento, o Papa Francisco recorda mais uma vez o seu verdadeiro significado: "Vigiar e rezar: eis como viver este tempo, a partir de hoje até ao Natal. O Advento convida-nos a um compromisso de vigilância, olhando para fora de nós mesmos, ampliando a mente e o coração, para nos abrirmos às necessidades das pessoas, dos irmãos, ao desejo de um mundo novo" ( Angelus 2 de dezembro de 2018).
“Cuidado! Ficai atentos, porque não sabeis quando chegará o momento. É como um homem que, ao partir para o estrangeiro, deixou sua casa sob a responsabilidade de seus empregados, distribuindo a cada um sua tarefa. E mandou o porteiro ficar vigiando. Vigiai, portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem: à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer. Para que não suceda que, vindo de repente, ele vos encontre dormindo. O que vos digo, digo a todos: Vigiai!” (Mc 13, 33-37).
Preparemo-nos bem, pois o Senhor virá! Podemos dizer que vivemos um eterno advento na expectativa de Sua vinda e de uma busca constante de conversão pessoal, vivendo, assim, essa vigilância que Ele nos pede. Vigiemos! Trabalhemos nossas imperfeições humanas e também fiquemos atentos, pois o inimigo é astuto e nos ronda.
Bendito sejais, ó Pai, porque, no Vosso amor infinito, nos destes o Vosso Filho Unigênito, que encarnou por obra do Espírito Santo no seio puríssimo da Virgem Maria e nasceu em Belém há dois mil anos. Ele fez-Se nosso companheiro de viagem e deu novo significado à História, que é um caminho a percorrer unidos na aflição e no sofrimento, na fidelidade e no amor, rumo àqueles novos céus e nova terra onde, vencida a morte, Vós sereis tudo em todos.
Louvor e glória a Vós, Trindade Santíssima, único Deus altíssimo!
Sustentai, ó Pai, com a força do Espírito, o empenho da Igreja em prol da nova evangelização e guiai os nossos passos pelas sendas do mundo, para anunciarmos Cristo com a vida, orientando a nossa peregrinação terrena para a Cidade da luz.
Resplandeçam os discípulos de Jesus pelo Seu amor para com os pobres e os oprimidos; sejam solidários com os necessitados e magnânimos nas obras de misericórdia; sejam indulgentes com os irmãos para poderem eles próprios obter de Vós indulgência e perdão.
Louvor e glória a Vós, Trindade Santíssima, único Deus altíssimo!
Concedei, ó Pai, que os discípulos do Vosso Filho, purificada a memória e reconhecidas as próprias culpas, sejam todos um só, para que o mundo creia.
Cresça o diálogo entre os seguidores das grandes religiões, e todos os homens descubram a alegria de serem Vossos filhos.
À voz suplicante de Maria, Mãe dos povos, unam-se as vozes em oração dos apóstolos e dos mártires cristãos, dos justos de todos os tempos e povos.
Louvor e glória a Vós, Trindade Santíssima, único Deus altíssimo!
A Vós, Pai onipotente, origem do mundo e do homem, por Jesus Cristo, o Vivente, Senhor do tempo e da História, no Espírito que santifica o universo, louvor, honra e glória, hoje e pelos séculos sem fim.
Narra asSagradas Escriturasque, depois que a Santíssima Virgem Maria ficou grávida do Menino Deus por ação do Espírito Santo, ela se dirigiu às montanhas da Judeia em que se encontrava a casa de sua prima Isabel. Isabel, por sua vez, também estava esperando um filho, João Batista.
Assim que Maria entrou na casa de sua prima, Isabel exclama agradecida: “Bendita és tu entre todas as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre” (Lc 1,42). Ainda por nascer, João Batista, como que percebendo a presença do Redentor da humanidade, estremece no ventre de Isabel. É justamente nesse momento que a Virgem de Nazaré derrama-se em humildade ao proclamar a lindíssima oração do Magnificat (cf. Lc 1, 46-55).
Esse cântico de Maria possui uma singular beleza poética e foi inspirado no segundo capítulo do primeiro livro de Samuel. De modo geral, observam-se no Magnificat três enredos fundamentais: a glorificação do Criador, a predileção de Deus pelos mais humildes e, por fim, a lembrança de que Deus cumpre as suas promessas. Nesse sentido, a nossa oração pessoal pode acompanhar ou até mesmo imitar esta linda oração que brotou do coração de Maria.
É muito significativo quando a Igreja propõe que o Magnificat seja entoado ao final da tarde na oração das Vésperas. Este é justamente o momento em que a luz do dia começa a ceder espaço para as sombras da noite. De maneira analógica e, por que não dizer alegórica, é possível associar a luz que se esvai gradativamente com a força do homem que, depois de um dia longo de labuta, também percorre o mesmo caminho.
Nesse sentido, pode-se considerar o cântico do Magnificat como o gonzo de uma porteira; aquelas que podem ser vistas nas propriedades rurais. Ao se fechar no final do dia, deixam melhor protegidos aqueles bens mais valiosos dos moradores daquela propriedade.
Por outro lado, o início da noite também é a hora do cansaço e das dores do corpo. É o momento de alegrar-se por tudo o que fora possível fazer durante o dia e de inquietar-se pelo que não foi feito. Enfim, é a hora propícia para uma profunda reflexão e, principalmente, reconhecer a presença e ação de Deus em cada circunstância do dia.
Aquele que canta o Magnificat, mesmo que desacompanhado, não se encontra só. Entoa com Maria e com toda a Igreja um cântico generoso de louvor e de gratidão a Deus. Por meio dele, retribui-se e reconhece-se a generosa bondade de Deus que foi capaz de realizar maravilhas em favor daquela humilde criatura que canta.
Quem reza o Magnificat, portanto, está se colocando junto à Maria e, com ela, testemunhando para o mundo sua condição servil e, ao mesmo tempo, fraterna para com seu Criador e Redentor.
Que tal nos unirmos a Virgem Maria e rezarmos agora?
Minha alma engrandece o Senhor,
e meu espírito exulta em Deus em meu Salvador,
porque olhou para a humilhação de sua serva.
Sim! Doravante as gerações todas me chamarão de bem-aventurada,
pois o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor.
Seu nome é santo e sua misericórdia
perdura de geração em geração, para aqueles que o temem.
Agiu com a força de seu braço,
dispersou os homens de coração orgulhoso.
Depôs poderosos de seus tronos, e a humildes exaltou.
Cumulou de bens a famintos e despediu ricos de mãos vazias.
Socorreu Israel, seu servo, lembrado de sua misericórdia
conforme prometera a nossos pais em favor de Abraão
“Quem é fiel nas pequenas coisas também é fiel nas grandes, e quem é injusto nas pequenas também é injusto nas grandes” (Lucas 16,10).
Muitas vezes, olhamos para as grandes coisas e achamos que elas são importantes, mas cada coisa é importante, cada momento é importante, cada situação vivida é importante. Não é porque um foi desonesto com milhões em dinheiro, e você diz: “Não, foi só um real; só dez reais”; seja, por favor, honesto para administrar um milhão de reais e seja muito honesto para administrar um real. Seja muito honesto para administrar uma moeda como também ao administrar cem moedas. Seja muito honesto para cuidar da sua casa, do seu quarto e do seu lar, dê o melhor de si ali como também ao cuidar de uma empresa, de um país, ou seja, o que estiver sob sua responsabilidade.
Às vezes, dizemos: “Tenho muitas responsabilidades”. Todo mundo tem muitas responsabilidades, e é fazendo bem aquilo que nos é colocado que medimos o tamanho, a grandeza da nossa responsabilidade.
O pai que cuida de um filho tem que ter a mesma aplicação de um pai que cuida de dez, ainda que seja mais exigente cuidar de dez, mas é preciso cuidar de um primeiro para depois cuidar de dois, de três, de quatro… E assim por diante. Quem não administra um minuto da vida vai ser difícil administrar uma hora, depois 24 horas; e assim por diante.
Seja fiel no pouco que você tem, pois isso revela a grandeza do seu caráter e da sua personalidade
Estamos nos tempos em que vivemos menosprezando as pequenas coisas, mas são as pequenas coisas que fazem toda a diferença, são elas que nos revelam onde está o melhor de nós, onde está realmente a nossa capacidade de gerir e administrar a nossa própria vida.
Comece pelo seu próprio quarto. Alguém que quer um dia administrar uma casa tem que saber, primeiro, cuidar de um quarto… Inclusive, comece arrumando a sua própria cama, dobrando a sua coberta assim que você levanta. Já vai ser uma primeira responsabilidade assumida na vida. Se uma criança menospreza isso, se um pai não ensina os seus filhos a cuidarem de uma coisa que parece mínima (mas não é, ao contrário, é importante); se não sabe pegar a meia que tirou do meu pé e colocar num cesto porque acha que isso é insignificante (mas não é insignificante) é sinal de que outras coisas importantes na vida também deixará de lado.
Precisamos ser honestos até com o dinheiro que é desonesto. Não vamos compartilhar de dinheiro desonesto, jamais! Mas, muitas vezes, o dinheiro que chegou até nós é gerido no mundo de uma forma desonesta e entraríamos em tantos meios para explicar as injustiças, e assim por diante.
Seja fiel no pouco que você tem, pois isso revela a grandeza do seu caráter e da sua personalidade. Seja fiel com poucos amigos, seja fiel naquele momento em que você está sozinho com a pessoa porque assim você também será tão bom quando estiver diante de tantas pessoas.
Quem é fiel no pouco é quem, de verdade, vai ser fiel no muito, e é esse quem receberá a recompensa pela sua fidelidade.
Os Evangelhos, todos eles, registram uma intenção maior que aparece em todas as suas páginas: mostrar quem era Jesus. Empenharam-se em mostrar, sobretudo, que Jesus era o Verbo Eterno, o Filho Unigênito de Deus que assumiu uma natureza humana.
Por mais que Jesus fosse um homem perfeito, um homem maravilhoso, cheio de qualidades humanas, o que iria fazer entender, em definitivo, quem era ele, seria o fato maior, o de ser Filho de Deus. Tudo o mais, em Jesus, só poderia ser cabalmente entendido nessa perspectiva.
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Com efeito, a identidade de qualquer coisa é evidenciada pelo seu lado mais nobre, mais alto, mais decisivo e determinante. Por isso, o que é primeiro e determinante é quem dá sentido a tudo mais. O determinado tem sua importância, mas não é o que caracteriza a coisa. Assim, a natureza humana de Jesus é de absoluta importância. Por ela, o Verbo se fez nosso Salvador. Mas o imenso valor, o inaudito, não consiste em que o homem Jesus seja perfeito, maravilhosamente humano, mas consiste em que o Verbo Eterno, o Filho de Deus se tenha feito homem. João não disse que o homem se fez Verbo Eterno, mas disse que o Verbo se fez homem.
Jesus se fez homem para nos salvar
Hoje em dia, com o fascínio que o humanismo veio exercendo sobre toda a cultura, acredita-se que o importante seria evidenciar o humano. Todo o movimento filosófico dos últimos séculos constituiu-se num imenso esforço por endeusar o homem, o humano.
Entretanto, a intenção maior dos evangelistas foi de evidenciar a encarnação do Verbo, do Filho de Deus. São Mateus começa o Evangelho, é verdade, mostrando a descendência humana de Jesus. Para logo, entretanto, registra sua verdadeira e estupenda descendência divina: “… o que nela foi concebido vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados…” (Mt 1,20-21).
Marcos é incisivo: “Princípio da Boa Nova de Jesus Cristo, Filho de Deus” (Mc 1,1).Também com Marcos, em todo o Evangelho, só faz mostrar a origem divina de Jesus. Sobre o fim do Evangelho, registra o testemunho do oficial romano, como se fosse a conclusão de tudo o que escrevera anteriormente: “O centurião que estava diante de Jesus, ao ver que ele tinha expirado assim, disse: ‘Este homem era realmente o Filho de Deus'” (Mc 15,39).
Lucas, por sua vez, empreende relatar pormenorizadamente os acontecimentos, a fim de que seu amigo Teófilo “conheça a solidez daqueles ensinamentos que ele tinha recebido” (Lc 1,3-4). A solidez diz respeito à fé, de vez que o sentido bíblico de fé é precisamente solidez, firmeza, pois tratava-se precisamente “do ente santo que nasceria de Maria e seria chamado de Filho de Deus” (Lc 1,35).
João, o evangelista teólogo, não deixa dúvidas. Começa com a origem eterna do Verbo, porque é disso mesmo que se tratava: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus, e o Verbo era Deus… E o Verbo se fez carne e habitou entre nós…” (Jo 1,1,14). Entre os evangelistas foi quem mais pôs em destaque a identidade divina de Jesus.
Diante de tudo isso, a grande, a imensa pergunta, a maior pergunta de todos os tempos é aquela que Jesus fez aos discípulos: “… quem dizeis que eu sou?” (Mt 16,15).
E a maior resposta de todas quantos foram dadas, foi a de Pedro: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16,16). Tão grande foi a resposta que superava de muito todas as possibilidades humanas de Pedro e de toda a humanidade. Ninguém poderia ter forjado, sequer imaginado, uma resposta semelhante. Ela veio simplesmente do Pai. Não tivesse vindo do Pai, Pedro nada teria respondido, ou, na melhor das hipóteses, teria respondido que Jesus era o melhor amigo. Mas não. Jesus lhe disse donde lhe viera tal resposta: “Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue quem te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus” (Mt 16,17).
Essa é a solidez da fé das primeiras comunidades cristãs que, hoje, importa revigorar novamente entre os cristãos mais que nunca, pois trata-se da solidez do próprio fundamento último da vida cristã.