Na homilia de hoje, Santo Padre dirigiu novo pensamento aos detentos; na Solenidade de São José, recordou a importância da adoração, convidando os fiéis à Comunhão espiritual.
Da Redação, com Vatican News
O Papa Francisco presidiu a Missa na Casa Santa Marta nesta quinta-feira, 19, aniversário de sete anos do início de seu ministério petrino e Solenidade de São José, patrono universal da Igreja. Na homilia, a oração pelos detentos neste momento de emergência caracterizado por tantas restrições devido à pandemia do coronavírus.
“Rezemos hoje pelos irmãos e as irmãs que se encontram no cárcere: eles sofrem muito, pela incerteza daquilo que acontecerá dentro do cárcere, e também pensando em suas famílias, como estão, se alguém está doente, se falta alguma coisa. Estejamos hoje próximos dos encarcerados, que sofrem muito neste momento de incerteza e de dor.
Comentando o Evangelho do dia, recordou a importância da oração de adoração. A seguir, o texto da homilia transcrita pelo Vatican News:
“O Evangelho (Mt 1,16.18-21.24) nos diz que José era “justo”, ou seja, um homem de fé, que vivia a fé. Um homem que pode ser incluído na lista de todas aquelas pessoas de fé que recordamos hoje no Ofício das leituras. Aquelas pessoas que viveram a fé como fundamento daquilo que se espera, como garantia daquilo que não se vê, e a prova não se vê. José é homem de fé: por isso era “justo”. Não somente porque acreditava, mas também vivia esta fé. Homem “justo”. Foi eleito para educar um homem que era verdadeiro homem, mas também era Deus: era preciso um homem-Deus para educar um homem assim, mas não havia. O Senhor escolheu um “justo”, um homem de fé. Um homem capaz de ser humano e também capaz de falar com Deus, de entrar no mistério de Deus. E essa foi a vida de José. Viver a sua profissão, a sua vida de homem e entrar no mistério. Um homem capaz de falar com o mistério, de dialogar com o mistério de Deus. Não era um sonhador. Entrava no mistério. Com a mesma naturalidade com a qual levava adiante a sua profissão, com essa precisão de sua profissão: ele era capaz de ajustar milimetricamente uma quina na madeira, sabia fazê-lo; era capaz de rebaixar, de diminuir um milímetro na madeira, na superfície de uma madeira. Justo, era preciso. Mas também era capaz de entrar no mistério que ele não podia controlar.
Esta é a santidade de José: levar adiante a sua vida, o seu trabalho com justeza, com profissionalismo; e no momento, entrar no mistério. Quando o Evangelho nos fala dos sonhos de José nos faz entender isto: entra no mistério.
Penso na Igreja, hoje, nesta solenidade de São José. Os nossos fiéis, nossos bispos, nossos sacerdotes, nossos consagrados e consagradas, os Papas: são capazes de entrar no mistério? Ou precisam ajustar-se segundo as prescrições que os defendem daquilo que não podem controlar? Quando a Igreja perde a possibilidade de entrar no mistério, perde a capacidade de adorar. A oração de adoração é possível somente quando se entra no mistério de Deus.
Peçamos ao Senhor a graça que a Igreja possa viver na concretude da vida cotidiana e também na concretude – entre aspas – do mistério. Se não puder fazê-lo, será uma Igreja pela metade, será uma associação piedosa, levada adiante por prescrições, mas sem o sentido da adoração. Entrar no mistério não é sonhar; entrar no mistério é precisamente isto: adorar. Entrar no mistério é fazer aquilo que faremos no futuro, quando chegaremos à presença de Deus: adorar. Que o Senhor conceda à Igreja essa graça”.
A Comunhão espiritual
Antes de concluir a Missa, o Papa convidou à Comunhão espiritual neste tempo difícil devido à pandemia do coronavírus, que causou na Itália a suspensão das Missas com a participação dos fiéis para evitar todo contágio. Francisco terminou a celebração com a adoração e a bênção eucarística. A seguir, as palavras do Santo Padre seguidas da oração para a Comunhão espiritual:
“A todos aqueles que estão longe e acompanham a Missa por televisões, convido a fazer a comunhão espiritual.
Aos vossos pés, ó meu Jesus, me prostro e vos ofereço o arrependimento do meu coração contrito que mergulha no vosso e na Vossa santa presença. Eu vos adoro no Sacramento do vosso amor, desejo receber-vos na pobre morada que meu coração vos oferece. À espera da felicidade da comunhão sacramental, quero possuir-vos em Espírito. Vinde a mim, ó meu Jesus, que eu venha a vós. Que o vosso amor possa inflamar todo o meu ser, para a vida e para a morte. Creio em vós, espero em vós. Eu vos amo. Assim seja”.
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