São João Maria Vianney, o cura D’Ars, tinha um carisma muito especial no Sacramento da Confissão; ele era um grande confessor.
Conta-se que: uma senhora, que se confessava com ele, todas as vezes dizia o mesmo pecado: falava mal das pessoas. Ele a aconselhava, lhe dava penitência e absolvição. Mas como ela voltou a confessar tantas vezes o mesmo pecado, um dia, ele lhe deu uma penitência especial: “Hoje, a senhora pegará uma galinha viva e sairá pela cidade depenando-a e jogando as penas pela cidade”.
A mulher ficou envergonhada, mas como era penitência, fez o que o padre lhe pediu. Todos acharam muito estranha a atitude dela, andando pela cidade e depenando a galinha, muitos pensaram que ela havia enlouquecido.
Depois que terminou, ela voltou à casa de São João Maria Vianney e mostrou-lhe a galinha depenada. Ele, então, lhe disse: “Ótimo, a senhora fez a primeira parte da penitência. A segunda é a seguinte: volte e reúna todas as penas”.
Para mudar de vida, é preciso mudar as atitudes
É impossível juntar as penas! E ainda mais recolocá-las. Depois que você falou mal de alguém, e até o difamou, não dá mais para reconstruir a imagem dessa pessoa. Mesmo que o irmão tenha errado, ele é “santo” porque pertence ao Senhor, foi Ele quem o escolheu. Santo quer dizer “escolhido“. Não duvide: o Senhor escolheu um por um dos nossos irmãos. Eles são santos, são intocáveis; não pertencem a nós: pertencem ao Senhor. Não somos seus juízes: o juiz deles é unicamente o Senhor. A nós cabe somente a misericórdia. Jesus os resgatou ao preço do sangue d’Ele.
O Espírito Santo é perdão
Depois que você “jogou pelos ares” a eleição do irmão, não dá mais para ajuntar as “penas”. Temos, infelizmente, agido dessa maneira na Igreja, na comunidade, em nosso grupo de oração. Esse, porém, não é o procedimento coerente de pessoas que têm o Espírito Santo, que receberam os dons e foram batizadas n’Ele.
É preciso mudar de vida. Não pode se dizer batizado no Espírito quem procede assim, porque o Espírito Santo de Deus é amor. Ele é misericórdia e perdão.
Todos nós temos falhas e defeitos; mas não se pode jogar no lixo a honra, o nome, o chamado, a eleição e a escolha do irmão. Não se pode fixar o olhar somente nos erros e defeitos dele. Ainda mais quando esse irmão é nosso companheiro de caminhada, companheiro de batalha. Estamos no mesmo combate; na mesma “tropa de elite”… E não estamos prontos. Todos estamos em fase de “treinamento”. O Senhor está nos “adestrando” para sermos seus valentes guerreiros.
Temos de mudar nossa vida para que possamos dar à Igreja a contribuição de que ela precisa. (…) “Não tenhais nenhuma dívida para com quem quer que seja, a não ser a de vos amardes uns aos outros; pois aquele que ama o seu próximo cumpriu plenamente a lei” (Rm 13:8).
Fonte: Canção Nova
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