O Blog "A Armadura do Cristão" vivencia o dia a dia de uma comunidade cristã católica inserida na Paróquia Menino Jesus de Praga, no bairro dos Bancários, João Pessoa-PB. O objetivo principal do blog é registrar os momentos marcantes daqueles que de alguma forma contribuem para que o projeto de Deus se torne realidade no meio de um povo sedento por paz e justiça.
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Papa recordou as dificuldades que persistem com a pandemia e convidou fiéis à compaixão com quem precisa
Da Redação, com Boletim da Santa Sé
Ao final da Missa do Domingo de Ramos, o Papa Francisco rezou a oração mariana do Angelus. Em sua breve reflexão antes da oração, falou da difícil situação ainda com a pandemia e da necessidade de ajudar as pessoas que mais sofrem.
Francisco lembrou que, pela segunda vez, os fiéis vivem a Semana Santa em um contexto de pandemia. A crise econômica tornou-se pesada e nesta situação histórica e social, Deus toma a cruz.
“Jesus toma a cruz, isso é, assume o peso do mal que tal realidade comporta, mal físico, psicológico e sobretudo mal espiritual, porque o Maligno se aproveita da crise para semear desconfiança, desespero e discórdia”.
A Virgem Maria indica um caminho de ação para os fiéis, explicou o Papa. Ele lembrou que Maria foi a primeira discípula de Jesus e seguiu o seu Filho. Tomou para si a própria parcela de sofrimento, de escuridão e percorreu o caminho da paixão mantendo acesa no coração a lâmpada da fé.
“Com a graça de Deus, também nós podemos fazer este caminho. E, ao longo da Via-Sacra cotidiana, encontramos as faces de tantos irmãos e irmãs em dificuldade: não passemos adiante, deixemos que o coração se mova pela compaixão e nos aproximemos”.
O Papa destacou que, no momento, as pessoas podem fazer como o Cirineu e pensar “Por que logo eu?”. Mas depois descobrirão o presente que, sem seu mérito, lhes foi dado. “Que Nossa Senhora nos ajude, ela que sempre nos precede no caminho da fé”, concluiu.
Na Missa de Domingo de Ramos, Papa convidou fiéis a passarem da simples admiração por Jesus à surpresa, para uma real transformação de vida
Da Redação, com Boletim da Santa Sé
Nesta Semana Santa, erguer o olhar para a cruz para receber a graça do assombro. Esse foi o convite do Papa Francisco ao presidir a Missa neste Domingo de Ramos, 28, na Basílica de São Pedro. A celebração teve participação limitada de fiéis em virtude da pandemia.
Na homilia, Francisco destacou que todos os anos esta Liturgia suscita uma atitude de espanto, de surpresa. E explicou: passa-se da alegria de acolher Jesus que entra em Jerusalém à dor de vê-lo condenado à morte e crucificado.
Jesus surpreende, lembrou o Papa. O povo o aguardava com solenidade, e Ele chegou em um jumento. O povo esperava para a Páscoa um libertador poderoso, e Ele vem cumprir a Páscoa com seu sacrifício. O povo esperava celebrar a vitória sobre os romanos com a espada, mas Jesus celebra a vitória de Deus com a cruz.
Admiração x surpresa
Primeiro, as pessoas entoaram o hosana para Jesus, mas depois gritam “crucifica-o”. Segundo o Papa, o que aconteceu foi que essas pessoas seguiam mais uma imagem de Messias, mas não o Messias. Elas admiravam Jesus, mas não estavam prontas para se deixar surpreender por Ele.
“A surpresa é diferente de admiração. A admiração pode ser mundana, porque busca os próprios gostos e as próprias expectativas; a surpresa, em vez disso, permanece aberta ao outro, à sua novidade”, disse o Papa.
Ele frisou que também hoje muitos admiram Jesus, mas sua vida não muda. “Porque admirar Jesus não basta. É preciso segui-Lo na vida, deixar-se interpelar por Ele: passar da admiração à surpresa”.
O que mais surpreende no Senhor e em sua Páscoa é o fato de que alcançou a glória pelo caminho de humilhação, explicou Francisco. Surpreende ver o Onipotente reduzido a nada, frisou. E toda essa humilhação foi por amor aos homens.
“Fez isso por nós, para tocar até o fundo a nossa realidade humana, para atravessar toda a nossa existência, todo o nosso mal. Para aproximar-se a nós e não nos deixar sozinhos na dor e na morte. Para nos recuperar, para nos salvar. Jesus sobe à cruz para descer ao nosso sofrimento”.
Com tudo isso, agora a humanidade sabe que não está só, ressaltou o Papa. “Deus está conosco em cada ferida, em cada susto: nenhum mal, nenhum pecado tem a última palavra. Deus vence, mas a palma da vitória passa pelo madeiro da cruz. Por isso, os ramos e a cruz estão juntos.”.
Pedir a graça da surpresa
O Santo Padre frisou, por fim, a graça da surpresa. Sem ela, a vida cristã torna-se cinzenta. E se a fé perde o assombro, torna-se surda, não sente mais a maravilha da Graça, não sente mais o gosto do Pão de vida e da Palavra, não percebe mais a beleza dos irmãos e o dom da criação.
“No Crucificado, vemos Deus humilhado, o Onipotente reduzido a um descartado. E, com a graça do assombro, compreendemos que, acolhendo quem é descartado, aproximando-nos de quem é humilhado pela vida, amamos Jesus: porque Ele está nos últimos, nos rejeitados”.
Concluindo a homilia, o Papa mencionou a cena do centurião, que vendo Jesus expirar reconheceu que Ele realmente era Filho de Deus. “Hoje, Deus ainda surpreende a nossa mente e o nosso coração. Deixemos que este assombro nos impregne, olhemos para o Crucificado e digamos também nós: ‘Tu és verdadeiramente Filho de Deus. Tu és o meu Deus’.”
O livro da LEV "Por que tendes medo? Ainda não tendes fé?", realizado pelo Dicastério para a Comunicação, mostra imagens da oração do Papa na Statio Orbis de 27 de março, um ano atrás. Nas páginas do livro, Francisco retorna aos pensamentos e sentimentos daquela noite em conversa com o secretário do Dicastério, padre Lucio Adrian Ruiz
No L'Osservatore Romano o cardeal José Tolentino de Mendonça, arquivista e bibliotecário da Santa Igreja Romana, investiga os profundos significados da já icônica oração do Papa no início da pandemia, em 27 de março de 2020: em um tempo de distância Francisco teve a grande sabedoria de abraçar o vazio em vez de repudiá-lo.
Por José Tolentino de Mendonça
É bem sabido que vivemos na era da massificação das imagens. Em nenhuma época precedente da história foram produzidas tantas imagens, e além disso nenhuma outra, como a nossa, testemunhou sua radical banalização. Em vez de imagens únicas e autênticas, temos produtos produzidos em série, selfie fabricados em um instante e prontos para serem devorados pelo esquecimento. O filósofo Walter Benjamin falou corretamente da "perda da aura", o que significa que a imagem deixa de constituir "a aparição única de uma coisa distante" e se fixa na repetição sonâmbula de um déjà vu. É por isso que o consenso comovido em torno da imagem do Papa Francisco em uma Praça São Pedro vazia é algo que faz pensar, fora e dentro do espaço eclesiástico.
Um ano depois, vale a pena revisitar essa imagem, que na realidade nunca deixou de estar presente, e nos perguntarmos de onde vem seu excepcional poder icônico. Por que aquela imagem permaneceu a representar o que estamos ainda vivenciando e não qualquer outra? E o que nos revela sobre si mesmo ou nos ensina sobre nós mesmos? Tentando resumir o que certamente mereceria uma reflexão mais ampla, eu indicaria quatro razões.
A audácia de habitar a vulnerabilidade como um lugar de experiência humana e de crente. É verdade que a cultura dominante, o mainstream modelado como um automatismo por nossas sociedades de consumo, fez da vulnerabilidade uma espécie de tabu. A fragilidade está sujeita à ocultação.
A audácia de abraçar e dar novamente significado ao vazio. Uma das experiências mais impactantes do confinamento foi, no início da pandemia, testemunhar o esvaziamento das cidades. De um momento para o outro, houve um estranho e desconhecido silêncio. Incrédulos, olhamos pelas janelas para as ruas e praças em absoluta solidão, sentindo-nos como se tivéssemos sido despojados do mundo. Nossa primeira reação foi a de ler o vazio como algo hostil que nos ameaçava.
A audácia de encontrar uma metáfora. Comentando o texto evangélico de Mc 4,35-41, o Papa Francisco fez um gesto de grande alcance: reorientou a percepção com respeito à pandemia. Os primeiros chefes de Estado a falar haviam se referido à pandemia como uma guerra, uma metáfora compreensível até certo ponto, mas muito equívoca e com tantos perigos à espreita. O Papa foi o primeiro a falar sobre isso como uma tempestade. Esta passagem do plano estreito e beligerante para o plano cosmológico coincidiu com uma ampliação da visão.
A audácia de rezar a Deus no silêncio de Deus. As tempestades são experiências de crise mesmo para os crentes. Há um escândalo implícito no grito dos discípulos que tentam despertar Jesus: " “Mestre, não te importas que morramos?” (Mc 4:38). Como o Papa explica, esta "é uma frase que fere e desencadeia tempestades no coração". Diante da disseminação do mal e de sua proximidade traumática, sentimos com sofrimento o que parece ser o silêncio incompreensível de Deus.
Padre Lucio Adrian Ruiz
O Papa terminou há pouco uma de suas audiências da quarta-feira.
Recolhe-se em silêncio e olha as imagens de 27 de março revivendo o que aconteceu naquela sexta-feira da Quaresma. Recordar as etapas da Statio Orbis celebrada na Praça de São Pedro vazia, na chuva, com as orações interrompidas pelo som das sirenes, para ele é uma experiência que vai além da simples recordação. Em seu rosto, reaparece a atitude de oração.
Perguntamos-lhe o que sentiu ao caminhar em silêncio até o adro da Basílica:
«Caminhava assim, sozinho, pensando na solidão de tantas pessoas...
um pensamento inclusivo, um pensamento com a cabeça e com o coração, juntos...
Sentia tudo isso e caminhava...».
O mundo olhava para o Bispo de Roma, e rezava com ele, em silêncio.
Olhava para o Papa como intercessor entre Deus e nós, seu povo. E a Francisco, perguntamos,
o que disse a Deus naqueles momentos:
«Tu conheces isso, já em 1500 resolveste uma situação como essa, “meté mano”. (1)
Esta expressão “meté mano” é muito minha. Muitas vezes em oração eu digo:
"Põe tua mão nisso, por favor!”».
(1) "Meté mano", em espanhol: expressão coloquial, informal e familiar, muito usada na Argentina, especialmente em Buenos Aires.
Os olhos do Papa detêm-se na Praça São Pedro vazia.
Perguntamos o que pensava naquele momento, o que pensava sobre o povo e o sofrimento de tantas pessoas:
«Duas coisas me vieram à mente: a praça vazia, as pessoas unidas à distância,
... e deste lado, o barco dos migrantes, aquele monumento...
E estamos todos no barco, e neste barco não sabemos quantos poderão desembarcar... Todo um drama diante do barco, a peste, a solidão... em silêncio...».
O barco é mencionado no Evangelho de Marcos que foi lido naquela noite. E está presente na Praça, representado no monumento que recorda os migrantes. É por isso que de vez em quando, o olhar do Bispo de Roma dirigia-se para a colunata direita, para aquele monumento difícil de distinguir na escuridão.
«O barco!...», repete quase sussurrando o Papa.
Perguntamos em quem ele pensava em particular naqueles momentos, quem considerava mais necessitado,
quem confiava ao Senhor em oração. Responde mais uma vez em voz baixa:
«Tudo estava unido: o povo, o barco e a dor de todos...».
O que sustentou o Papa?
O que lhe deu força e esperança naquele momento tão intenso e dramático?
Francisco permanece em silêncio por alguns momentos, olhando para esta foto:
«Beijar os pés do Crucificado sempre dá esperança.
Ele sabe o que significa caminhar, e sabe o que é a quarentena porque foram-lhe colocados dois pregos ali para mantê-lo firme. Os pés de Jesus são uma bússola na vida das pessoas, quando caminham e quando estão paradas. Os pés do Senhor me tocam muito...».
As imagens fluem lentamente.
Eis a que o mostra usando vestes litúrgicas no adro da Basílica. No chão há uma grande inscrição, 11 de outubro de 1962. Chamamos sua atenção para a data. Exclama imediatamente:
«Era o início do Concílio!».
Acrescentamos à lembrança a citação do famoso "Discurso à Lua" de João XXIII que apareceu inesperadamente da janela de seu escritório para abençoar a grande multidão de fiéis que seguravam suas velas e disse: "Levem a carícia do Papa aos seus filhos". (2)
Francisco escuta em silêncio...
«Naquele momento não tinha notado…».
É uma coincidência... quase como se quisesse dizer que uma nova carícia do Papa deve ser levada para casa, em todas as casas, no sofrimento e na solidão das famílias isoladas, nos corredores dos hospitais onde os doentes escalavam seu Calvário sem a proximidade e o conforto de seus entes queridos.
«Sim, sim…».
(2) “Voltando para casa vocês encontrarão as crianças. Deem a elas um carinho e digam: «Este é o carinho do Papa». Talvez as encontreis com alguma lágrima por enxugar. Tende uma palavra de consolo: o Papa está conosco especialmente nas horas de tristeza e amargura”. (São João XXIII)
Pedimos para retomar o fluxo de lembranças,
para refletir sobre aqueles momentos diante das imagens que os retratam.
«Eu estava em oração diante do Senhor...ali...
Uma oração de intercessão diante de Deus...».
Impressiona a ausência de pessoas na praça desoladamente vazia.
Tão diferente de todas as outras vezes, de todas as outras celebrações. Mas o Papa percebia a presença dos fiéis, dos crentes e dos não-crentes? Sentia que naquele momento muitas pessoas estavam conectadas ao Sucessor de Pedro e entre eles através da mídia?
«Eu estava em contato com as pessoas. Não estava sozinho em nenhum momento...».
Mas sobre a Praça vazia, acrescenta:
«… era muito impressionante».
A Statio Orbis tão despida, desprovida de tudo.
Desprovida da participação do povo de Deus. Mas com algumas presenças significativas.
Perguntamos-lhe como a vivenciou:
«Bem. A Virgem estava lá...
Eu que pedi que a Virgem estivesse lá, a Salus Populi romani, queria que estivesse lá...
E o Cristo... o Cristo Milagroso...».
Foi dito e escrito que o evento de 27 de março está destinado a permanecer na história e na memória de todos.
O Papa fecha o livro de recordações e conclui:
«Eu não sei...
Foi uma coisa original.
Tudo começou com um pobre capelão de uma prisão...».
TEMA: “Ele perdoa todos os teus pecados” (Sl 103, 3)
Este é o tema escolhido pelo Papa Francisco para o 24h para o Senhor, momento vivido por toda a Igreja a convite do Santo Padre no período da Quaresma. Devido à pandemia, o encontro será totalmente virtual iniciando às 12h deste dia 26 e se estende até às 12h do dia 27.
Acompanhe a programação das 24h para o Senhor pelos meios de comunicação da Arquidiocese da Paraíba, pelas redes sociais de todas as Novas Comunidades, e também através da Rádio Consolação FM:
Dom Marcelo fez história durante os 9 anos de pastoreio em nossa Arquidiocese (1995 - 2004). Benedetino, nascido em Recife, dedicou sua vida à Igreja e hoje descansa na morada eterna.
São 4 anos de sua partida e nós não cansamos de louvar e agradecer a Deus pela vida desse nosso bom pastor.
Hoje, celebramos a solenidade da anunciação do Senhor. Fazemos memória daquele grande e maravilhoso acontecimento no qual o anjo Gabriel, enviado por Deus a Virgem Maria, apresenta a ela todo o plano divino a seu respeito. Maria, com humildade, dá o seu consentimento ao plano da salvação e torna-se assim uma colaboradora no mistério da redenção.
Nazaré quer dizer flor da Galileia, ou seja, a essa flor Deus envia Seu anjo. Desde do primeiro instante de sua existência, Maria foi preservada de todo pecado em vista dos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ela, diante do anúncio do anjo, não se envaidece nem questiona, mas, com toda humildade, reconhece o seu nada e se denomina simplesmente a serva do Senhor, e assim crê. Em Maria cumprem-se as profecias esperadas por Israel. O ‘sim’ dela é para nós motivo de alegria e júbilo, pois é através de seu consentimento que o Verbo de Deus vem a este mundo para salvar-nos e devolver-nos a dignidade que havíamos perdido. Como afirmam os padres latinos, antes de gerar Deus no seu ventre, ele já O carregava no coração. Ele já vivia dentro dela. Maria, antes de gerar Cristo no ventre, gerou-O no seu coração, pois o coração de Maria é cheio da Palavra.
Imagem ilustrativa.
O ‘sim’ de Maria diante da anunciação do Senhor
Do ‘sim’ da jovem filha de Sião nascem todos os outros sins. Como nos diz Santo Efrém, Maria, a “Nova Eva”, trouxe-nos um fruto de vida, comemos da árvore desse fruto e não morremos, mas, ao contrário, vivemos. Cristo, o Verbo de Deus, o fruto de Maria, por obra do Espírito Santo, encarna-se e vem fazer-se morada em meio a nós; o verdadeiro Fruto alimenta-nos e dá-nos a vida.
Fico, muitas vezes, pensando no ‘sim’ de Maria, o qual foi dado na liberdade, e cujo consentimento foi respeitado por Deus. Ele nada impôs, ao contrário, esperou o seu consentimento. Como dizia o grande Abade de Claraval, São Bernardo, “O céu esperava o ‘sim’ de Maria – os anjos, os homens, todos nós esperávamos por ele”. O ‘sim’ de Maria trouxe-nos a salvação.
A encarnação do Verbo é um grande e maravilhoso acontecimento, pois Deus vem nos amar mais de perto, faz-se gente, faz-se homem, faz-se amor. Ao encarnar-se, Deus vem amar o ser humano mais de perto, assumindo a nossa carne. Cristo é, sem dúvida, a mais linda carta de amor de Deus. São João da Cruz, em seus poemas, diz: “Três fizeram a obra, mas um só se faria. Que Aquele que só tinha Pai, agora já mãe também teria, e o Verbo faz-se carne nas entranhas de Maria”. É nessas santas entranhas que Deus vem habitar. Aquele que o Céu não pôde conter a jovem filha de Nazaré agora O carrega e O alimentará. Do ‘sim’ de Maria vem o Verbo, gerado por obra do Espírito Santo no silêncio e no cotidiano de Nazaré. É nos corações simples que Deus realiza Suas maravilhas.
São Bernardo, no sermão sobre a Solenidade da Anunciação, diz-nos que Deus, ao olhar para Maria, encantou-se com a sua humildade. Deus, ao olhar para Sua criatura, enamora-se com tamanha humildade. Antes de qualquer coisa, o que encanta Deus é a humildade de Maria. Diante do anúncio do Anjo Gabriel, ela pergunta como “se dará tudo”, mas, acima de tudo, Ela confia, abandona-se, e o consentimento meio que medroso fortifica-se; sem dúvida alguma, foi um ‘sim’ à vontade do Pai, fiel até o fim, até a cruz.
Ensina-me, Maria, a responder o meu ‘sim’ a Deus. A vida de Nossa Senhora foi um eterno ‘sim’ ao plano redentor do Pai.
Em Maria contemplamos a imagem da mulher perfeita, como nos ensina os Santos Padres, o “Typus” da Igreja, ou seja, Maria é para nós o modelo por excelência da Igreja e nosso modelo. Em Maria não vemos apenas o modelo a ser imitado, mas nela encontramos a própria Igreja, pois ela é figura da Igreja, ou seja, aquilo que a Igreja deve ser. Neste dia, olhar para a a provação da jovem de Nazaré é contemplar tão grande mistério que trouxe salvação e vida a toda Terra.
Todo consentimento dado a Deus porta também lágrimas, dores, mortes, mas, acima de tudo, ressurreição. Toda a vida de Maria foi um caminhar na fé, naquela fé que, antes de mais nada, confia. Maria não é qualquer mulher, ela é a agraciada, a preparada por Deus para ser Sua Mãe. Na divina comédia de Dante, Maria é chamada de “Virgem Mãe, filha de teu Filho, humilde e alta criatura”. Que grande e alto mistério! Hoje, a Terra e o Céu cantam de alegria por tamanha graça! O Verbo de Deus fez-se carne e habitou em nosso meio. Com os Santos Padres da Igreja, queremos afirmar e gritar com toda força:
“Ave, livro novo que encerra a nova mensagem de Deus.
Ave, alabastro que contém a mirra de santidade que procede de Deus.
Ave, beleza que prega a riqueza da virgindade.
Ave, criatura que leva o teu Criador.
Ave, tu que conténs o que nada pode conter.
Ave, tabernáculo de Deus e do Verbo.
Ave, a maior Santa de todas as santas.
Ave, Arca da Aliança, que nos fazes presentes a Deus.
Ave, tesouro inesgotável de vida.
Ave, diadema precioso dos reis piedosos.
Ave, glória venerável dos Santos Padres.
Ave, nuvem luminosa, que derramas sobre nós a brisa espiritual e divina.
Vinte crianças e jovens acompanharão o Papa no rito na Praça São Pedro na próxima Sexta-feira Santa. Os textos das 14 estações foram preparados pelas crianças do catecismo da paróquia romana dos Santos Mártires de Uganda e pelos escoteiros de "Foligno I", os desenhos que ilustram as várias etapas foram feitos pelos hóspedes de duas casas família de Roma.
Alessandro Di Bussolo e Marina Tomarro – Vatican News
Vinte crianças e jovens de Roma e Foligno estarão ao lado do Papa Francisco na Via-Sacra deste ano, mas muitos outros estiveram envolvidos na preparação das meditações que quatro deles irão ler numa Praça São Pedro quase deserta, como em 2020, em pleno lockdown da primeira fase da pandemia da Covid-19, e dos desenhos que as acompanharão. Outros 40 estarão entre os fiéis "presentes" na área do átrio da Basílica vaticana. Eles representarão as 500 crianças e adolescentes do catecismo da Primeira comunhão e da Crisma da paróquia romana dos Santos Mártires de Uganda, os 145 escoteiros, dos "lupetti" ao "rover" e das "escoltas" do grupo escoteiro Agesci de "Foligno I", as 30 crianças e jovens da casa família romana "Tetto Casal Fattoria" e as oito crianças, entre 3 e 8 anos de idade, da casa "Mater Divini Amoris". Todos estiveram envolvidos na preparação dos textos e desenhos que ajudarão a reviver, com o Papa, a Paixão e a morte de Jesus.
O sofrimento de Jesus ao ver sua mãe sob a cruz
"Fiquei impressionado com suas reflexões sobre o encontro de Jesus com sua mãe, é um momento que comoveu a muitos", disse padre Luigi D'Errico, pároco da igreja no bairro Ardeatino. "Alguém escreveu: 'Quanto Jesus deve ter sofrido na cruz ao ver, abaixo dele, sua mãe chorando'. É uma reação compreensível, porque eles têm um relacionamento profundo com seus pais".
Padre D'Errico: o medo de serem abandonado como Jesus
Em uma época de pandemia, padre D'Errico nos diz ainda, que também é referência para o cuidado pastoral das pessoas com deficiências no Vicariato de Roma, "nossas crianças do catecismo foram muito afetadas pelo risco de ficarem doentes e de ficarem sozinhas". Também através da Via-Sacra elas viram que "Jesus foi abandonado, ficou sozinho, havia apenas sua mãe e alguns outros, certamente não seus amigos mais próximos". Entre aulas escolares de ensino à distância e encontros de catequese via "Zoom", disse padre Luigi, "é importante para elas terem participado" desta preparação e depois participar na Via-Sacra, ainda que muitos o farão apenas através da televisão, "porque significa, precisamente, não serem abandonadas". Não ficarem sozinhas".
Entre jovens, 4 leitores e 8 portadores da Cruz
Ao lado dos quatro leitores, um para cada instituição educacional envolvida, com o Papa, explica padre D'Errico, "haverá oito jovens que carregarão a cruz e oito que segurarão as tochas" ao longo do percurso das 14 estações, que como em 2020, traçará um círculo ao redor do obelisco da Praça São Pedro. Todavia, junto com Francisco, não haverá médicos e enfermeiras na linha de frente na luta contra a Covid-19 e um ex-prisioneiro, um capelão de uma prisão e alguns guardas carcerários, mas as crianças do catecismo de padre Luigi, alguns escoteiros da Úmbria e as crianças e adolescentes de duas casas família romanas.
Os escoteiros: nossas meditações, um trabalho coral
"Nossas meditações para a Via-Sacra foram pensadas como uma ação coral - explica Alessandro Bitocchi, líder escoteiro do "Foligno I" - cada um dos meninos e meninas, à sua maneira, colocou um pedacinho de si mesmo nelas". Na casa família "Tetto Casal Fattoria", empenhada nas ajudas para combater as dificuldades das crianças e jovens, os hóspedes realizaram "desenhos muito precisos e muito atentos ao sofrimento das pessoas" disse o responsável Fabrizio Gessini. "Nossos meninos - afirmou - ficaram impressionados sobretudo pelo encontro com a mãe e a ajuda do Cireneu". Eles fizeram desenhos muito interessantes, crianças que nunca haviam se expressado sobre estes temas".
As frases acrescentadas aos desenhos das crianças do Divino Amor
“As crianças com mais idade, as de sete, oito anos acrescentaram aos seus desenhos pequenas frases, disse a irmã Gabriella Pistilli, da Congregação das Filhas do Divino Amor, responsável pela casa da família "Mater Divini Amoris": "elas escreveram que os pais devem se amar, não devem brigar, e uma menina pediu, quase na forma de uma oração, que nunca sentissem a falta do olhar da mãe”.
Podemos viver uma vida intensa de oração e penitência sem mudar o ritmo de nossa vida, que precisa ser de oração constante, uma vida plena com o Senhor. Temos de pegar as coisas ordinárias do dia a dia e transformá-las em extraordinárias. São as pequenas coisas que fazemos que nos santificam. Não precisamos viver em um mosteiro nem ser um religioso para criarmos uma profunda intimidade com Deus.
Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com
São João Crisóstomo nos apresenta cinco vias de penitência
São João Crisóstomo mostra que, na simplicidade de nossa vida, podemos viver a penitência. Assim ele nos apresenta cinco vias de penitência:
1ª) Reprovação do pecado
Todos os dias, precisamos renunciar ao pecado e a tudo o que nos leva a pecar. Precisamos buscar viver o PHN (Por Hoje Não vou mais pecar).
2ª) O perdão das faltas do próximo
Precisamos viver o amor e perdoar os nossos irmãos assim como Deus nos perdoa todos os dias. Precisamos viver o que diz a Palavra: ‘Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem! Assim vos tornareis filhos do nosso pai que está nos céus’ (Mt 5,44-45).
3ª) A oração
Viver uma vida de oração na simplicidade – em casa, no trabalho, na escola – é estar com a mente e o coração em Deus. “Com toda sorte de preces e súplicas, orai constantemente no Espírito” (Ef 6,18).
4ª) A Esmola
Temos de viver a caridade para com o seu próximo, tanto espiritual como material. ‘Tu, porém, quando deres esmola, não saiba tua mão esquerda o que faz a direita, de modo que tua esmola fique escondida. E o teu Pai, que vê no escondido, te dará a recompensa’ (Mt 6,3-4).
5ª) A Humildade
A humildade eleva o homem a Deus. Reconheçamos que sem Ele não podemos nada, e que, por meio de nossa pequenez, Deus será exaltado. “Quanto mais fores grande, tanto mais é preciso que te humilhes, e encontrarás graça diante do Senhor” (Eclesiástico 2,18).