Jane Nogara – Vatican News
"O que mede a perfeição das pessoas é seu grau de caridade, não a quantidade de dados e conhecimentos que elas podem acumular". Foi um dos pontos fortes da mensagem que o Papa Francisco enviou ao Congresso Internacional “Mulher excepcional” por ocasião do cinquentenário do Doutorado de Santa Teresa de Ávila. Assim como recordou que a oração fez de Santa Teresa "uma mulher excepcional, uma mulher criativa e inovadora".
“Determinação determinada”
Francisco iniciou sua mensagem afirmando: “A expressão ‘mulher excepcional’, que dá o título ao vosso encontro, foi usada por São Paulo VI. Estamos falando de uma pessoa que se destacou em muitos aspectos”. “Entretanto – continuou o Papa - não se deve esquecer que sua reconhecida relevância nestas dimensões nada mais é que a consequência do que foi importante para ela: seu encontro com o Senhor, sua ‘determinação determinada’, como ela diz, de perseverar em união com Ele através da oração, sua firme intenção de realizar a missão que lhe foi confiada pelo Senhor, a quem ela se oferece com simplicidade. A ousadia, criatividade e excelência de Santa Teresa como reformadora são frutos da presença interior do Senhor.
Cristãos chamados a renovar a face da terra
“Dizemos que ‘não estamos vivendo em uma época de mudanças, mas em uma mudança de época’. E neste sentido, nossos dias têm muitas semelhanças com os do século XVI em que a santa viveu”. E Francisco compara: como naquela época, “agora nós cristãos somos chamados a assegurar que, através de nós, o poder do Espírito Santo continue a renovar a face da terra na certeza de que no final são os santos que permitem que o mundo avance em direção a seu objetivo final”.
A oração serve para nos unir a Cristo
“Os santos nos estimulam e nos motivam”, reitera o Papa na sua mensagem, “mas eles não estão lá porque tentamos literalmente copiá-los, a santidade não pode ser copiada (...) “O que importa é que cada crente discerne seu próprio caminho, cada um de nós tem seu próprio caminho de santidade, de encontro com o Senhor. “De fato” explicou, “a própria Santa Teresa adverte suas monjas que a oração não é para experimentar coisas extraordinárias, mas para nos unir a Cristo. E o sinal de que esta união é real são as obras de caridade. O Papa explica ainda que não se deve ficar preocupado pelo grau de devoção para consolar ou para rezar: “Não, minha irmã! O Senhor quer obras. Ele quer, por exemplo, que você não se importe de perder essa devoção de consolar uma pessoa doente a quem você vê que pode ser de alívio, fazendo com que ela sofra o seu próprio sofrimento, jejuando, se necessário, para lhe dar comida... É nisto que consiste a verdadeira união com a vontade de Deus"! Concluindo seu pensamento afirma: “O que mede a perfeição das pessoas é seu grau de caridade, não a quantidade de dados e conhecimentos que elas podem acumular".
Da oração à fraternidade
A oração fez de Santa Teresa "uma mulher excepcional, uma mulher criativa e inovadora". A partir da oração descobriu o ideal de fraternidade. Um ideal que ela queria realizar nos conventos que fundou; um ensinamento que hoje também é válido quando há "pequenas brigas" entre os conventos.
Como a Doutora da Igreja, vivemos em "tempos difíceis", tempos não fáceis, que precisam dos "amigos fiéis de Deus”, amigos fortes. A grande tentação é ceder à desilusão, à resignação, ao triste e infundado presságio de que tudo vai dar errado. O pessimismo estéril, o pessimismo de pessoas incapazes de dar vida. Um pessimismo que tranca as pessoas em seus refúgios. Por outro lado, a oração nos abre, nos permite provar que Deus é grande, que Ele está além do horizonte, que Deus é bom, que Ele nos ama e que a história não escapou de Suas mãos. Podemos caminhar por caminhos escuros (cf. Sl 23,4), não tenhais medo se o Senhor está convosco, Ele não cessa de caminhar ao nosso lado e de nos conduzir ao objetivo que todos desejamos: a vida eterna.
Fonte: Vatican News
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