Naquele tempo, Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão, e, no deserto, ele era guiado pelo Espírito. Ali foi tentado pelo diabo durante quarenta dias. Não comeu nada naqueles dias e, depois disso, sentiu fome. O diabo disse, então, a Jesus: ‘Se és Filho de Deus, manda que esta pedra se mude em pão’. E lhe disse: ‘Eu te darei todo este poder e toda a sua glória, porque tudo isto foi entregue a mim e posso dá-lo a quem quiser’. E lhe disse: ‘Se és Filho de Deus, atira-te daqui abaixo!’” (Lucas 4,1-3.6.9).
Essa é uma síntese sobre esse Evangelho do primeiro Domingo da Quaresma, onde refletimos sobre as tentações de Jesus que, na verdade, também é o nosso caminho espiritual por quê? Porque a Quaresma é para o cristão uma escola, para que nós enfrentemos o mal que se apresenta como um ladrão da nossa liberdade.
Vejam vocês, o diabo tentou Jesus para tirar d’Ele a liberdade de Filho de Deus. Então, nestes 40 dias, nós nos matriculamos nessa escola espiritual para aprender de Jesus a enfrentar o mal que também bate à nossa porta, que, mais uma vez, investe contra nós e quer também nos fazer escravos e que nós percamos a nossa liberdade de filhos de Deus.
Para nós, nessa escola quaresmal, a nossa prova final é aprender a dizer os “nãos”; os “nãos” decisivos no momento da prova, porque Jesus soube dizer esse “não”. Agora, um detalhe muito importante que não podemos esquecer: a Palavra diz que Jesus estava cheio do Espírito Santo. Esse é para nós um elemento fundamental para que vivamos bem a nossa Quaresma: tirar de dentro de nós o espírito mundano para nos enchermos do Espírito de Cristo, do Espírito Santo. É a partir dessa realidade que nós enfrentaremos quaisquer tentações ou situações na nossa vida e poderemos dar um bom testemunho de Cristo.
Para que vivamos bem a nossa Quaresma: tiremos de dentro de nós o espírito mundano para nos enchermos do Espírito de Cristo
Em nós, não pode haver aquela mentalidade de adorar a dois senhores. Temos de dizer o nosso “sim” total e pleno a Deus; e dizer o nosso “não” pleno e total ao maligno, ao inimigo de Deus.
Sabemos que, neste tempo quaresmal, a Igreja nos propõe, de forma peculiar, três práticas espirituais: a oração, o jejum e a esmola, que são, na verdade, grandes combatentes contra as tentações diabólicas na nossa vida. A oração: nós aprendemos quem é Deus. Então, vamos tomar consciência: “Não tentarás o Senhor, teu Deus”, porque sabemos quem Ele é, Ele é o nosso Pai e a oração nos ajuda a isso.
Depois: o jejum; encontrarmos em Deus o prazer da nossa alma porque “não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” (Mateus 4,4). E, finalmente, a esmola. A esmola que nos liberta daquele espírito de posse, daquele espírito de nos prender à coisas materiais, e vamos nos recordar que podemos e devemos adorar somente a Deus, nosso único Senhor; e Ele precisa ser o senhor dos nossos corações.
Está aí para nós este itinerário quaresmal, esta escola espiritual que iniciamos com muita fé, com muita confiança e, indispensavelmente, cheios do Espírito Santo, para que vençamos todas as tentações.
Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Fonte: Canção Nova
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