Ser pai, uma vocação de amor

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

“Deus é amor!” (1 João 4,8) e fez o homem para amar, assim ninguém é feliz sem amar. Deus é Pai e quis que nós fôssemos chamados de pais, para dizer que devemos amar como Ele nos ama. Então, o pai deve entender que ele deve ser para os filhos o que Deus é para nós: uma fonte de amor.

A presença do pai e da mãe é fundamental na vida dos filhos. É a partir deles que se forma a família, instituição básica para o bom desenvolvimento integral da criança. E neste contexto, o pai exerce uma atividade ímpar. Ele é o cabeça do casal, como Cristo é a cabeça da Igreja, disse São Paulo (cf. Ef 5,23). Se a cabeça não funciona bem, o corpo todo sofre.

Exemplo de um verdadeiro pai

O pai é a estabilidade do lar, a segurança da esposa e dos filhos, que esperam dele amor, fidelidade, carinho, proteção e alegria. Quando o pai ama a sua esposa e a respeita, os filhos se sentem também amados e respeitados. Quando os pais se desentendem, quando se ofendem, os filhos ficam inseguros e amedrontados.

André Bergè, um grande pedagogo francês, dizia, em um dos seus livros, que “os defeitos dos pais são os pais dos defeitos dos filhos”; na linguagem popular, quer dizer que “filho de peixe é peixinho”.

Ser pai, uma vocação de amor

Foto Ilustrativa: dusanpetkovic by Getty Images / cancaonova.com

Se, portanto, os nossos defeitos geram os defeitos dos nossos filhos, temos que nos corrigir naquilo que em nós não está correto. Pais nervosos ou ansiosos, raivosos ou pessimistas, transmitem aos filhos esses desequilíbrios.

Se, de um lado, é difícil controlar as emoções e os sentimentos, por outro lado, temos que nos conter diante dos filhos, para que nosso desespero não lhes cause danos.

A paternidade deve ser espelho de Deus

O pai é o primeiro modelo que os filhos têm do próprio Deus, pois Ele é Pai. O pai é o primeiro educador dos filhos; e esta é uma missão que só pode ser bem realizada com amor. Michel Quoist dizia “que não é para si que os homens educam os seus filhos, mas para os outros e para Deus”.

Educar é colaborar com Deus, e é na educação dos filhos que se revelam as virtudes do pai. A educação não pode ser feita pelo medo, já que a educação pelo medo deforma a alma da criança. Educar é uma forma de amar.

Uma criança deseducada, pode ser, amanhã, um adulto infeliz. Educar é formar homens verdadeiramente livres, é dar à alma toda a perfeição possível; e isto é uma missão do pai. O Eclesiástico diz que “o pai que ama seu filho o corrige com frequência” (Eclo 30,2). Mas esta correção não pode ser violenta nem humilhante, senão este pai perde a confiança do seu filho.

Ser pai de corpo e alma

O pai precisa ser presente na vida dos filhos, especialmente na infância. É preciso conquistar o filho para poder educá-lo bem, tanto como cidadão honesto, como um bom cristão. O pai não conquista o filho com o que dá para ele, mas com o que “é” para ele. Não adianta dar muitos presentes e deleites ao filho, se não der a si mesmo a ele. Um pai deve ser presente, atencioso, atento, pois isso faz o filho sentir-se amado, seguro e forte. Não compre presentes caros para ele, dê-lhe a sua presença, o seu abraço, o seu sorriso amigo e fiel.

Um pai ausente da vida dos filhos não poderá educá-los bem. O filho precisa sentir-se amado, e sente isso quando nota que seu pai gasta seu tempo com ele; prefere estar com ele do que se entregar a outras atividades, sobretudo nos finais de semana, nas noites livres e feriados.

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Leve-os a passear, soltar pipas, jogar futebol, nadar, pescar, cavalgar, andar de bicicleta etc… Um amigo, já engenheiro, me dizia que sentia muita falta de seu pai pegá-lo no colo quando ele era criança. Ficou uma carência neste adulto.

Quais recordações você tem do seu pai?

O filho precisa de um pai forte, amigo e companheiro. O filho pode esquecer as palavras do pai, mas não esquece seus exemplos e seu jeito, seu colo. Isso fica para sempre nele.

O pai precisa ser carinhoso com os filhos, mas não deve ter medo de ser firme, pois isso dá segurança ao filho; não pode ser omisso quando o filho erra. Não pode mimar os filhos, mas deixá-los fazer suas atividades por si mesmos, ajudando-os só no essencial. Não pode corrigir os filhos na frente dos outros, pois isso os humilha e causa revolta. Não pode permitir que os filhos formem maus hábitos; ensine e cobre o que é certo.

O pai não pode fazer promessas apressadas que não possa cumprir, porque isso deixa o filho decepcionado. Não pode sufocar os filhos com suas preocupações; eles não têm maturidade para enfrentar qualquer problema. Mas também o pai não pode ser falso com os filhos, deve ser verdadeiro, mesmo que não lhes revele tudo. O pai também não tem que se portar diante dos filhos como se fosse perfeito; eles devem saber que o pai também tem defeitos. E ninguém dá o que não recebeu.

Amar também é errar e pedir perdão

Não deixem os filhos sem respostas para suas perguntas, senão eles deixam de fazê-las, ou podem perguntar a quem não devem. Quando um pai erra com um filho, deve ter a coragem de pedir-lhe perdão, isso não tira a sua autoridade não; o filho vai amá-lo mais ainda por isso.

Não despreze os pequenos problemas dos filhos, isso os ofende. Perceba também que seu filho está sempre crescendo, então, acompanhe seu crescimento; saiba adaptar sua linguagem a ele. Nunca zombe de seu filho e nem seja cínico com ele; respeite-o para ser amado por Ele.

O pai deve ter a sabedoria ao orientar o filho na sua vocação e profissão; não imponha a sua vontade a ele; deixe escolher o seu caminho e o oriente, aconselhe, sem lhe tolher a liberdade.

O pai precisa dar bons conselhos aos filhos, saber elogiá-los quando vão bem, nunca castigá-los injustamente, e ensinar-lhes a pensar, refletir, analisar o que é bom ou mal, sobretudo, hoje, diante de uma mídia avassaladora que rouba os nossos filhos. E não faça todos os desejos de seus filhos para não os estragar. Não lhes dê toda a liberdade que querem, mas a dosem na medida do seu bom comportamento. Ensine-os a usar a liberdade com verdade e responsabilidade.

Cada filho é único

O pai não precisa e não deve gritar com seus filhos; isso os fere e leva-os a gritar também com os outros. Não compare seus filhos com as outras crianças, especialmente com os irmãos, ele se ofende com isso.

Não mude de opinião facilmente por causa da insistência dos filhos, isso lhes mostra fraqueza. Corrija-os com amor. Não minta para os filhos nem peça que eles mintam. Isso faz com que eles não acreditem em você.

Explique-lhes sempre as razões de suas decisões ou castigos impostos a eles. Não peçam a eles que faça uma coisa que você não faz. Esforce-se para compreender seus filhos ainda que seja em coisas insignificantes para você. Saiba dizer a seu filho: “Eu te amo!”. Mostre seu amor a eles, os conheça bem, converse muito com eles e apoie-os sempre.

Ser um pai na vida de um filho e de uma família é ser como Deus: Amor.

Fonte: Canção Nova

Tenha em seu coração a pureza das crianças

terça-feira, 9 de agosto de 2022

 


“Os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram: ‘Quem é o maior no Reino dos Céus?’ Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles e disse: ‘Em verdade vos digo, se não vos converterdes, e não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus’” (Mateus 18,1-3).

Meus irmãos, há um desejo, sim, no nosso coração de felicidade, não é? Há um desejo no nosso coração de vida plena, há um desejo de Céu. No fundo, no fundo, há um desejo no ser humano de Céu. É claro que, muitas pessoas, ao buscarem o Céu, infelizmente o buscam em lugares errados. Buscam a felicidade, buscam o prazer, imaginando que, no prazer, haverá felicidade. E nem sempre! Ou, então, é momentâneo: aquele momento de alegria na bebida e tantas outras drogas (porque a bebida também é uma droga), não é?

Mas, meus irmãos, a alegria verdadeira vem de Deus, a alegria verdadeira vem do Senhor. E quem é aquele que alcança essa alegria verdadeira, se não aquele que busca o Reino dos Céus e busca estar com Deus? O nosso desejo deve ser sempre de buscar a Deus e de estar com Ele. E os discípulos perguntaram: “Quem é o maior no Reino dos Céus?”. Então, Jesus tomou uma criança e apresentou-a para eles como modelo. Para chegarmos à felicidade verdadeira, para chegarmos à alegria verdadeira, está aqui o exemplo: ser como uma criança.

Quem vai entrar no Reino dos Céus? Quem for santo e quem for puro como uma criança

O que Jesus nos chama a imitar na criança, senão a humildade, senão a simplicidade, senão a transparência? Já reparou como a criança solta as coisas? E solta várias verdades? Por causa da pureza, por causa da reta intenção.

Quem é o maior no Reino dos Céus? E quem alcança a felicidade? Aquele que vive a humildade, que vive a pureza, que vive a transparência, que vive o serviço ao próximo, ao irmão. Por isso, devemos ter como modelo, como Jesus apresentou aqui, as crianças. “Se não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus”.

Peçamos, neste dia, que nós sejamos como crianças. E não é no sentido negativo — é evidente o que Jesus está dizendo aqui: de inocência, de ser mimado, mimada; não —, é no sentido desta pureza, de fato, é no sentido da humildade, da simplicidade e da transparência.

Seja transparente com Deus! Seja humilde com Deus! Seja transparente com seu irmão, com sua irmã! Seja humilde, seja simples com o seu próximo! É dessa forma que nós entraremos no Reino dos Céus.

Façamos uma avaliação da nossa vida: estamos vivendo a humildade? Estamos vivendo na simplicidade? Estamos sendo transparentes uns com os outros?

Quem vai entrar no Reino dos Céus? Quem for santo e quem for puro como uma criança! Dá-nos, Senhor, a pureza das crianças.

Abençoe-vos o Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

Fonte: Canção Nova

Papa no Angelus: caminhar juntos sem medo e preparados

segunda-feira, 8 de agosto de 2022



 “Confiem no Pai, que deseja lhes dar tudo o que realmente vocês precisam. Não tenham medo: esta é a certeza a que se deve agarrar o coração!”. Palavras do Papa na oração do Angelus deste domingo, 7 de agosto

Jane Nogara - Vatican News

Na oração do Angelus deste domingo, 7 de agosto, o Papa Francisco falou sobre o Evangelho de Lucas, capítulo 12, recordando duas exortações presentes no texto: “não tenham medo” e “estejam preparados”. “São duas palavras-chave para superar os medos – disse - que às vezes nos paralisam e para superar a tentação de uma vida passiva e adormecida”. E refletiu sobre este tema.

Não tenham medo

"Não tenham medo". O Papa iniciou afirmando que depois de encorajar os discípulos, recordando-lhes os cuidados amorosos e providentes do Pai, Jesus disse que não há necessidade de nos preocuparmos e nos agitarmos: a nossa história está firmemente nas mãos de Deus. Os nossos medos, continuou o Papa, geralmente ocorrem quando não conseguimos realizar tudo o que nos propomos, sentimentos de não sermos amados nem felizes e isso nos leva à desconfiança e angústia. E afirmou:


“Jesus, entretanto, nos tranquiliza: não tenham medo! Confiem no Pai, que deseja lhes dar tudo o que realmente vocês precisam. Ele já lhes deu o seu Filho, o seu Reino, e sempre os acompanha com a sua providência, cuidando de vocês todos os dias. Não tenham medo: esta é a certeza a que se deve agarrar o coração!”


Estejam preparados

Porém, adverte Francisco, devemos estar despertos e vigilantes, disponíveis para escutar e acolher, estar prontos. E reflete sobre a segunda palavra-chave do Evangelho: “Estejam preparados".  “Jesus repete este convite várias vezes, e hoje o faz através de três breves parábolas, - continou o Papa - centradas em um chefe de família que, na primeira, retorna de improviso das núpcias, na segunda não quer ser surpreendido por ladrões, e na terceira regressa de uma longa viagem”. Em todos elas, concluiu a mensagem é esta:


“Ficar despertos, não adormecer, ou seja, não se distrair, não ceder à preguiça interior, porque, mesmo em situações em que não esperamos, o Senhor vem”


Recordando também sobre nossa responsabilidade em conservar e administrar os bens deixados pelo Senhor. Desde a vida, fé, família, relacionamentos, trabalho, como os lugares onde vivemos, nossa cidade, e por fim a criação, disse:


“Nós nos preocupamos com esta herança que o Senhor nos deixou? Apreciamos sua beleza ou a usamos somente para nós e para nossas conveniências do momento?”


Francisco concluiu suas palavras convidando mais uma vez a “caminhar sem medo”, “para que não aconteça de nos adormentarmos enquanto o Senhor passa”.   


Fonte: Vatican News


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